quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ex-vereadora do PSD quer respostas da Câmara de Lisboa sobre classificação do Dispensário de Alcântara


Ex-vereadora do PSD quer respostas da Câmara de Lisboa sobre classificação do Dispensário de Alcântara
INÊS BOAVENTURA 09/04/2014 - PÚBLICO
"Não quero acreditar que nada tenha acontecido", diz Margarida Saavedra referindo-se ao facto de a Direcção do Património dizer que não recebeu do município qualquer pedido de classificação.

A ex-vereadora do PSD na Câmara de Lisboa Margarida Saavedra quer saber que sequência teve uma proposta sua, aprovada por maioria em 2009, na qual se propunha ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico a abertura de um procedimento de classificação do Dispensário de Alcântara como Imóvel de Interesse Público.

Margarida Saavedra diz ter ficado “muito surpreendida” com uma notícia do PÚBLICO, na qual a responsável pela comunicação da Direcção-Geral do Património Cultural (a que o IGESPAR deu lugar) diz que a este organismo não chegou qualquer proposta de classificação do edifício. “Nunca tivemos aqui nenhum pedido”, disse Maria Resende, acrescentando que a última informação constante no processo é de 2007 e refere-se uma comunicação da câmara sobre a abertura de um procedimento de classificação como Imóvel de Interesse Municipal.

“Fiquei admiradíssima”, diz a ex-vereadora do PSD. “Sendo uma deliberação da câmara, que é um órgão soberano, a decisão tem de ter uma sequência lógica. Não quero acreditar que nada tenha acontecido”, acrescenta Margarida Saavedra, explicando que enviou nesta quarta-feira uma carta ao presidente da autarquia, António Costa, pedindo-lhe esclarecimentos sobre o assunto.

Nela, a ex-vereadora pergunta em que data foi formalizado junto do IGESPAR o pedido de abertura do procedimento de classificação e, “caso não o tenha sido, por que razão a Câmara de Lisboa não deu sequência à proposta”.

Margarida Saavedra, que é actualmente segunda secretária da Assembleia Municipal de Lisboa, também quer saber “qual a razão para o processo de classificação do Dispensário de Alcântara como Imóvel de Interesse Municipal não ter sido concluído, sete anos depois da sua abertura”.

Também o Partido Ecologista Os Verdes dirigiu nesta quarta-feira um requerimento à presidente de assembleia municipal sobre o caso. Nele a deputada Cláudia Madeira pergunta, entre outras coisas, se o município tem conhecimento do projecto de reconversão do imóvel para habitação, que a Estamo (a imobiliária de capitais públicos que é proprietária do mesmo) anunciou estar a desenvolver, e se já houve alguma vistoria ou foi apresentado algum estudo de caracterização do imóvel.


O Dispensário de Alcântara, no gaveto da Avenida Infante Santo com a Rua Tenente Valadim, está, como o PÚBLICO noticiou no dia 3 de Abril, à venda por 1,917 milhões de euros. As propostas para a compra do prédio, que se encontra devoluto e foi alienado em 2005 pelo Governo por 2,250 milhões de euros, podem ser apresentadas até ao dia 29 de Abril.

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