Restauração "chocada"
com aumento do IVA
RAQUEL ALMEIDA
CORREIA 30/04/2014 - PÚBLICO
Já a Confederação do Comércio e Serviços diz que Governo desperdiçou
oportunidade de fazer uma verdadeira reforma do Estado.
A restauração
está em choque com o aumento do IVA para 23,25%, inscrita no Documento de
Estratégia Orçamental (DEO). O sector diz que não vai baixar os braços para
travar o agravamento do imposto sobre o consumo.
O vice-presidente
da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP)
lamenta que o "Governo não tenha tido a sensibilidade de repor o IVA da
restauração nos 13%" e diz que o sector "está chocado" com a
medida. "É a economia que vai sofrer com este aumento, porque vai ter de
ser suportado por inteiro pelas empresas", referiu Júlio Vicente.
A AHRESP diz que
vai continuar a reivindicar uma redução da taxa aplicada ao sector, apesar das
intenções do Governo. "Não vamos baixar os braços e vamos fazer questão
que os empresários não se esqueçam das políticas que têm sido seguidas por este
Governo", referiu o vice-presidente da associação.
O responsável
criticou ainda o aumento da taxa social única (TSU) em 0,2 pontos percentuais. "Esta
medida acaba por ser mais um factor de desmotivação para os trabalhadores, que
já são afectados pelos parcos salários que levam para casa", lamentando o
facto de os empresários também estarem numa situação difícil, com
"constrangimentos em pagar salários e aos fornecedores".
A Confederação do
Comércio e Serviços de Portugal (CCP) também foi apanhada de surpresa pelo
aumento de IVA. Ao PÚBLICO a secretária-geral da confederação diz que o
documento reflecte “um conjunto de opções surpreendentes”, especialmente o
agravamento do imposto sobre o consumo. E teme que a medida “tenha
consequências na economia”.
“A ligeira
melhoria que se tem vindo a registar na economia sofrerá um retrocesso por via
destes novos agravamentos”, afirmou Ana Vieira, numa referência ao aumento do
IVA e da TSU, cujos proveitos servirão para financiar o sistema de pensões.
“Pensámos que
estaríamos na altura de aprofundar um conjunto de reformas e de colher os
frutos dessas reformas, mas as mais importantes não estão feitas, nomeadamente
a da Segurança Social. O Governo desperdiçou três anos nesta área”, acrescentou
Ana Vieira.
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