terça-feira, 31 de agosto de 2021

A tentativa de justificação para o CRIME PATRIMONIAL cometido e permitido no Museu da Vida Romântica no Porto é na sua argumentação um verdadeiro escândalo. António Sérgio Rosa de Carvalho. OVOODOCORVO.



 

 

Horizontes da Memória - O Romantismo e o Porto

Petição pede versão antiga do Museu Romântico do Porto

 


Petição pede versão antiga do Museu Romântico do Porto

O Museu do Romântico foi remodelado

 

Helena Teixeira da Silva

Ontem às 23:27

https://www.jn.pt/artes/peticao-pede-versao-antiga-do-museu-romantico-do-porto-14078506.html

 

Rui Moreira defende nova configuração do espaço e reitera confiança em Nuno Faria, diretor artístico do Museu da Cidade. PS e PSD contestam.

 

"Nenhum espólio foi destruído, nenhuma obra desperdiçada, nem ninguém pode acusar-nos de não termos preocupações patrimoniais", argumenta, ao JN, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, a propósito da polémica que arde há cinco dias sobre a nova configuração do ex-Museu Romântico da cidade.

 

"Simplesmente", continuou o também vereador da Cultura, "a nossa visão do Romantismo não é a de uma casa com janelas entaipadas e exposições apresentadas por trás de baias, para que as pessoas ali imaginem a vida dos ricos ou dos nobres do século XIX".

 

Há quem não veja assim o assunto, pelo que são já mais de 1500 os subscritores de uma petição a pedir "a reposição da decoração interior oitocentista do Museu Romântico da Quinta da Macieirinha", onde viveu Carlos Alberto de Savoia. Em 1849, o antigo Rei da Sardenha, derrotado pelo exército austríaco, seguia para o exílio quando, ao passar no Porto, se sentiu mal. Daí ter alugado aquela casa que em tempos foi propriedade da família Ferreira Pinto Basto. Ali viria a morrer pouco tempo depois.

 

Em ano de eleições autárquicas, PS e PSD também protestam. "A reconfiguração escandaliza a cidade e desrespeita a memória e o património do Porto. A mudança significou a destruição de tudo o que o museu representava até aos nossos dias", lamentou esta terça-feira, em comunicado, a candidatura do socialista Tiago Barbosa Ribeiro.

 

No mesmo sentido, o candidato do PSD, Vladimiro Feliz, disse estar "chocado" com o que viu de manhã, em visita ao espaço, que diz ter sido "esvaziado de toda a sua história", impedindo "a forma que os portuenses, e quem nos visita, tinham de experienciar o ambiente daquela altura [romântica]". Em declarações ao "Porto Canal", criticou ainda o que considera ser uma decisão política. " Apagar a história faz parte da cultura experimentalista do atual executivo."

 

O anúncio da polémica

 

A polémica sobre o ex-Museu Romântico do Porto, agora designado "Extensão do Romantismo - Museu da Cidade", rebentou na passada sexta-feira, dia da inauguração da Feira do Livro, quando uma publicação no Facebook daquele evento literário anunciou: "Se conhecia o anterior Museu Romântico da Macieirinha, prometemos que este novo espaço nada tem a ver com o local que outrora visitou. O espaço despiu-se dos adereços de casa burguesa oitocentista e vestiu-se de contemporaneidade."

 

Em poucos minutos, as redes sociais chumbaram a mudança e tornaram o tema viral.

 

Rui Moreira repudia os termos do anúncio - "Houve um problema de comunicação da Ágora, que usou um tom provocatório, que acirrou justificadamente as pessoas" -, mas reitera a confiança no diretor artístico do Museu da Cidade. "Assumo a responsabilidade política pela grande escolha de Nuno Faria. Continua a merecer toda a minha confiança - ele e a equipa."

 

Já Nuno Faria, que assumiu o cargo em 2019, depois ter dirigido, durante seis anos, o Centro Internacional de Artes José de Guimarães, em Guimarâes, defende, numa longa entrevista ao JN, que a aposta incide sobre um "espaço mais inclusivo que se dedique, agora, verdadeiramente ao escrutínio do Romantismo na cidade nas suas diferentes facetas, dando protagonismo aos verdadeiros protagonistas, que são os artistas, escritores e músicos, por exemplo".

 

De resto, ressalva o historiador da arte, está a espalhar-se um equívoco sobre a filosofia a que obedece agora o espaço. "Não se trata de substituir os artistas contemporâneos ou a arte contemporânea pelas obras de outros tempos. Trata-se, isso sim, de fundar um museu que dialogue e reaja ao tempo em que existe, que seja mais dinâmico, que seja permeável a novos discursos e inquietações."

 

Neste sentido, continua, "interessa-nos promover diálogos entre épocas e linguagens, entre a arte e a música, entre a escrita e arquitetura, criando uma plataforma mais alargada de fruição e de discussão, o que começará desde já a acontecer no final deste mês de setembro com o programa musical concebido pela pianista e professora Sofia Lourenço e pelo maestro e organista Pedro Monteiro, que incide sobre autores portuenses do período romântico."

 

Dois temas distintos têm, de facto, servido de combustão à polémica: o modelo expositivo do interior e a incompreensão relativamente a um imóvel que Rui Moreira inaugurou em 2018, e que então representou um investimento superior a meio milhão de euros, financiado quase na totalidade por fundos europeus.

 

O autarca esclarece, por um lado, que a exposição anterior esteve patente durante três anos e nunca pretendeu ser definitiva; por outro, que a verba não foi utilizada na musealização mas sim na requalificação da casa, nomeadamente no telhado, nas janelas, nos quadros de eletricidade e nas cascatas de água.

 

Também ouvido pelo JN, Camilo Rebelo, arquiteto responsável pelo projeto, corrobora. "Tive uma intervenção ao nível do acesso, da inclusão (para pessoas com mobilidade reduzida) e da iluminação do espaço. Tudo isso se mantém. O que foi acrescentado é mais um passo na qualificação da casa e da cidade."

 

A presente polémica, lembra o autor do Museu do Côa, é semelhante à que teve Álvaro Siza em 1995, quando inaugurou a exposição "A Ordem do Ver e do Dizer"", na Casa de Serralves. "Começou a abrir as janelas, que também estavam entaipadas, e foi um escândalo. Também ali foi dado um passo em frente."

Watch Rachel Maddow Highlights: August 30th | MSNBC

Western economies can’t return to ‘business as usual’ after the pandemic

 


Western economies can’t return to ‘business as usual’ after the pandemic

Michael Jacobs

Today’s challenges demand radical action. The old orthodoxy of free markets and hands-off government won’t cut it

Canary Wharf. ‘Wage stagnation, precarious work and , rising inequality are inevitable outcomes of the way that western economies are organised.’

 

Tue 31 Aug 2021 12.00 BST

https://www.theguardian.com/commentisfree/2021/aug/31/western-economies-business-as-usual-pandemic-free-markets

 

As western economies emerge from the pandemic, their governments face a choice: do they seek to address the profound problems that Covid exposed, or try to return to “business as usual” as quickly as possible? Their problem is that many of the issues exacerbated by the pandemic, such as wage stagnation, precarious work and rising inequality are not bugs in an otherwise well-functioning system, but inevitable outcomes of the way that western economies are now organised. So a business-as-usual approach simply won’t work. Much more fundamental change is needed.

 

The US government seems to recognise this. Joe Biden’s economic plans are a radical departure from the era that stretches from Reagan to Obama, when governments sought to keep taxes and public spending low and focused principally on globalised trade and the education and training of the workforce. Unlike his predecessors, Biden is pursuing large-scale public spending and taking advantage of ultra-low interest rates to borrow for infrastructure investment. His stimulus plans target the climate crisis while creating green jobs and expanding health, education and childcare – the “social infrastructure” that is essential to the economy but has often been ignored by mainstream economists.

 

Biden is not afraid to raise taxes either. He has proposed significant hikes to corporation tax and the top rate of income tax, and a near doubling of capital gains tax. In the labour market, his administration is committed to running what the US Treasury secretary Janet Yellen calls a “high-pressure economy”, where sustained demand pushes wages up and improves working conditions. He is also taking on big business, introducing a raft of measures to clamp down on anti-competitive practices by monopolistic corporations.

 

Biden’s policies have surprised many, but they did not emerge from thin air. His administration has drawn on a wealth of new thinking that has emerged in response to the economic crises of the last decade. The 2008 global crash demonstrated that a new form of capitalism dominated by finance had become deeply unstable. This was followed by long years of austerity and slow growth, stagnating wages, stalling productivity and extreme inequality. Meanwhile, climate and environmental breakdown threatens catastrophe for even the richest economies. Grappling with these problems, a growing number of economists have explicitly rejected the orthodoxy of free markets and hands-off government that has dominated western economic policy over the past 40 years.

 

Some of their ideas revive the economics of John Maynard Keynes, who saw that government spending is needed to stimulate demand for goods and services during a recession. More recently, most economists have recognised that in an era of ultra-low interest rates, fiscal policy – spending and taxation – should play a major role in how the economy is managed. Many also now acknowledge that there are no absolute constraints on public debt. As long as low interest rates keep the cost of borrowing affordable, and borrowing is used to fund investment (which raises future national income and therefore brings in more taxes), the ratio of debt to GDP will ultimately fall. By contrast, trying to reduce debt through austerity policies is self-defeating and harmful, as the last decade has proved.

 

Economic thinking is shifting in response to the climate and nature crises. It is no longer sufficient to use a few market-based environmental taxes and product regulations. To achieve net-zero emissions, the whole economy needs to be geared towards these goals. At the same time an active industrial strategy is needed to support greener technologies and consumption patterns, with job creation programmes for workers and communities adversely affected by the green transition.

 

The new economics recognises that cutting inequality will mean tackling the “rentier economy”, which has concentrated asset ownership in the hands of the wealthy. This will mean curtailing monopolies and regulating the financial sector to focus on long-term investment not short-term wealth extraction. Wealth and land should be more highly taxed, while using public procurement to support community wealth building can ensure that local economies retain their wealth and jobs. Welfare reform, such as a guaranteed minimum income, is needed to end poverty. Systemic gender and racial inequality must be eradicated. These ideas come together in the Green New Deal.

 

Above all, many are starting to realise that economic policy needs to end its fixation with growth. Growth was never the only aim, but economists long assumed that it would solve most other problems. It’s now clear this was never the case. New ideas for “post-growth” economics are emerging, which focus on environmental sustainability, reducing inequalities, improving individual and social wellbeing and ensuring the economic system is more resilient to shocks.

 

During previous periods of economic crisis, prevailing ideas about how the economy should be organised and managed were overturned in favour of new theories. The Great Depression of the 1930s led to the Keynesian revolution and the full employment welfare state. The crises of the 1970s led to the deregulation and privatisation doctrines of Thatcher and Reagan. It is still too early to tell whether such a paradigm shift is occurring today. Biden must still get his economic plans through Congress. In the UK the major parties are still pondering how to “build back better”.

 

Both Boris Johnson and Keir Starmer have acknowledged the priority of tackling climate change and “levelling up” inequalities. But neither they, nor most commentators, seem to have recognised how economics is changing in response to current crises. The issue is no longer simply about how much a policy will cost or how it will be paid for. There is a wealth of new thinking on which they can draw to address the deep challenges our economies face. The old orthodoxies have failed. The post-pandemic world will ask new questions, and new answers are needed.

 

Michael Jacobs is professor of political economy at the University of Sheffield, and managing editor of NewEconomyBrief.net

Sair do Afeganistão irá melhorar a posição global dos EUA a longo prazo

 


ANÁLISE

Sair do Afeganistão irá melhorar a posição global dos EUA a longo prazo

 

A retirada vai permitir que Biden realinhe as prioridades estratégicas da nação de forma a reassegurar aliados e a travar adversários. Também irá permitir que Washington se empenhe em desafios domésticos prementes.

 

Charles A. Kupchan

30 de Agosto de 2021, 22:45

https://www.publico.pt/2021/08/30/mundo/analise/sair-afeganistao-ira-melhorar-posicao-global-eua-longo-prazo-1975722

 

Alguns dias depois de os Estados Unidos terem retirado civis americanos e vietnamitas que estavam em risco de Saigão, a 30 de Abril de 1975, Maxwell Taylor, antigo chefe do Estado Maior, lamentou que “o final do Vietname” estivesse a “prejudicar a nossa reputação de fiabilidade, enfraquecendo as nossas alianças, e expondo as nossas fraquezas internas perante os nossos amigos e adversários”. Muitos observadores partilharam a visão de Taylor de que a queda de Saigão prejudicou irreversivelmente a credibilidade global da América.

 

Mas a decisão de abandonar uma guerra perdida que se estava a tornar num albatroz político em casa acabou por beneficiar a América, permitindo que Washington passasse a gerir de forma mais eficiente as suas relações com a União Soviética e com a China, bem como reconstruir internamente. Duas décadas depois da ignominiosa evacuação de Saigão, o Muro de Berlim caiu, a União Soviética colapsou e os Estados Unidos lideraram o fim da Guerra Fria.

 

O impacto da queda de Cabul sobre o poder e a posição dos EUA parece destinado a seguir uma trajectória idêntica. A curto prazo, o esforço caótico de evacuação em Cabul – com origem na grosseira subavaliação por Washington da rapidez com que os taliban iriam avançar – deverá dar um golpe à posição política da Administração Biden interna e externamente. A morte de 13 membros das Forças Armadas dos EUA e de pelo menos 180 outras pessoas num ataque terrorista na última quinta-feira irá deixar uma sombra durante muito tempo sobre a retirada. Mas no prazo mais longo, a decisão do Presidente Biden de acabar com a guerra de duas décadas no Afeganistão irá provavelmente melhorar a posição da América no mundo, realinhando as prioridades estratégicas da nação de forma a reassegurar aliados e a travar adversários. Também irá permitir que Washington se empenhe em desafios domésticos prementes, o que irá, por sua vez, beneficiar a posição global dos Estados Unidos.

 

Esta previsão optimista, que reflecte as lições aprendidas com a retirada do Vietname, vai contra a corrente de muitas das previsões actuais. A direcção editorial do Wall Street Journal acusou recentemente Biden de “destruir a NATO” e lamenta “o dano que a sua saída desgraçada do Afeganistão causou às alianças da América e à sua reputação”. De acordo com James Cunningham, que foi embaixador dos EUA no Afeganistão entre 2012 e 2014, “os estragos à segurança dos Estados Unidos, dos nossos aliados, e da região foi feito, tal como os estragos à credibilidade da liderança dos EUA”.

 

A Administração claramente falhou em não antecipar o colapso rápido do Governo e do Exército afegão, pondo em risco muitos americanos, outros estrangeiros e parceiros afegãos que ainda estavam no país quando Cabul caiu. Esta crítica mantém-se, apesar de a evacuação coordenada por Washington ter conseguido retirar mais de cem mil pessoas do país desde que os taliban assumiram o controlo.

 

Mas Biden estava certo em querer pôr fim a uma missão falhada dos EUA que tentava alcançar um objectivo impossível. Mesmo depois de 20 anos de apoio da coligação liderada pelos EUA, o Afeganistão não mostrou sinais de coerência como um país funcional e unitário, como o colapso abrupto das suas instituições estatais deixou claro.

 

Os Estados Unidos alcançaram a missão primária no Afeganistão – dizimar a al-Qaeda e impedir que o Afeganistão se tornasse numa rampa de lançamento para ataques contra os EUA ou os seus aliados. E Biden sublinhou que, após a retirada, os Estados Unidos reservam o direito de atacar terroristas que se mantenham ou se reorganizem no Afeganistão. Foi o que aconteceu na sexta-feira e no domingo, quando Washington levou a cabo bombardeamentos contra o braço do Daesh que assumiu responsabilidade pelo ataque de quinta-feira. Mas mesmo que os EUA mantenham um olho no Afeganistão, a retirada militar do país irá permitir que Washington altere o seu foco estratégico de interesses periféricos no Médio Oriente para os seus interesses primordiais no coração da Eurásia. Os aliados europeus e asiáticos serão os beneficiários de um realinhamento estratégico adiado que concentre mais atenção e recursos na China e na Rússia – os adversários da América mais formidáveis.

 

Na verdade, tanto a China como a Rússia irão colher benefícios de curto-prazo da retirada a missão dos EUA no Afeganistão. A China provavelmente irá tentar aprofundar a integração do país na sua Belt and Road Initiative – o vasto programa de infraestruturas que Pequim está a construir por toda a Eurásia. E a Rússia irá aumentar a sua influência no Afeganistão e na região.

 

Mas tanto a China como a Rússia têm festejado silenciosamente enquanto os Estados Unidos passaram grande parte das duas últimas décadas a andar pelo Afeganistão – bem como pelo Iraque, Líbia e Síria. Estes poços sugaram os cofres dos EUA, tiraram muitas vidas, dividiram o eleitorado e distraíram os EUA da sua prioridade tradicional nas rivalidades entre grandes potências. Pequim e Moscovo estão prestes a ter um duro despertar assim que os EUA se libertarem das “guerras intermináveis” do Médio Oriente e começarem a pôr a China e a Rússia sob a sua mira.

 

Olhar para dentro

Sair do Afeganistão também irá beneficiar o poder e a posição dos EUA porque faz parte do esforço mais alargado de Biden em reconstruir as fontes internas de poder da América. A “política externa para a classe média” de Biden significa, em parte, gastar tempo e dinheiro em tratar de problemas em casa em vez do Afeganistão – uma das principais razões pela qual acabar com a missão dos EUA merece um apoio público avassalador. O custo da guerra no Afeganistão saldou-se em 20 mil milhões de dólares (17 mil milhões de euros) por ano – cerca de 0,5% do orçamento federal. Mas ao longo de vinte anos, a guerra custou cerca de 2,3 biliões de dólares (dois biliões de euros), com a factura total das “guerras intermináveis” pós-11 de Setembro estimada em cerca de seis biliões (cinco biliões de euros).

 

Dinheiro nesta quantidade pode agora ser investido de forma mais produtiva na economia interna. E como ter força em casa é a fundação para ter força no exterior, os investimentos domésticos acabam por melhorar a posição global da nação. De facto, no que respeita ao papel de longo prazo da América no mundo, as políticas sociais e de infraestruturas agora no Congresso são uma notícia muito mais importante do que a retirada do Afeganistão. Os investimentos em infraestrutura, tecnologia, investigação e educação são necessários para manter a vantagem competitiva do país e acompanhar o ritmo da China.

 

Estes investimentos também prometem melhorias nas condições de vida dos trabalhadores americanos que, por seu lado, podem ajudar a reparar a política nacional e reconstruir o centro político. Superar a polarização que fez da política americana tão tóxica irá, com sorte, reduzir o isolacionismo e a xenofobia que nos últimos anos prejudicaram a condução da política externa dos EUA. Reclamar o tipo de governação estável e intencional requer a reconstrução das fundações bipartidárias do internacionalismo americano.

 

Ao olhar para além da retirada, os Estados Unidos devem fazer tudo o que esteja ao seu alcance para continuar a retirada de afegãos ameaçados, aliviar o sofrimento humanitário, e pressionar os taliban a governar de forma responsável e humana. Mesmo assim, a evacuação caótica de Cabul, incluindo o horroroso ataque terrorista fora do aeroporto, irá ficar gravada como um dos episódios mais negros da actuação dos EUA no estrangeiro. Mas as probabilidades parecem altas de que à medida que o Afeganistão segue em frente e procura construir um novo equilíbrio político, a retirada dos EUA do país – tal como a retirada do Vietname – irá abrir um período de renovação do poder e da posição da América.

 

Exclusivo Público / Washington Post

What the Taliban did as soon as the US left Afghanistan

Museu Romântico reabriu à cidade / O discurso de Rui Moreira constitui um gravíssimo paradoxo e incompreensível absurdo com a destruição total posterior, que agora tomou lugar

Reparem que o discurso de Rui Moreira constitui um gravíssimo paradoxo e incompreensível absurdo com a destruição total posterior, que agora tomou lugar.

Depois de um investimento de meio milhão de euros o Museu reabriu completamente melhorado e confirmando o projecto pedagógico/ museológico, reafirmando a intenção de ilustrar o período Romântico através da reconstituição coerente e harmoniosa  de um interior da época

António Sérgio Rosa de Carvalho / OVOODOCORVO


Museu Romântico reabre após investimento superior a meio milhão de euros em obras de requalificação

16 de fevereiro de 2018

https://www.porto.pt/pt/noticia/museu-romantico-reabre-apos-investimento-superior-a-meio-milhao-de-euros-em-obras-de-requalificacao?fbclid=IwAR3RwCd7U6xBoyvknKakIymMcTL07Hd6ZJAZuwYY-eSPLywHDD_E9zQAFOc

 

A Câmara do Porto abriu ao público o Museu Romântico. Rui Moreira inaugurou a nova exposição permanente e deu assim por terminado quase um ano de intervenção profunda neste equipamento municipal. Mas aproveitou para anunciar mais novidades neste domínio para os próximos tempos.

 

Esta reabertura assinalou, ontem à noite, "o fim da mais significativa componente de obra" que a autarquia está a desenvolver no âmbito da candidatura ao Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 (NORTE 2020), para requalificação dos museus municipais com objetivos de conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património cultural, apontou o presidente da Câmara do Porto.

 

O projeto configura uma ideia de Museu de Cidade constituído por múltiplos polos, cada um deles renovado e em permanente convite a novas descobertas, a novos públicos. A sua concretização permitiu já "melhorar de forma expressiva três espaços municipais integrados na Rede Portuguesa de Museus: a Casa-Museu Guerra Junqueiro [reaberta em março do ano passado], a Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio [reaberta em julho] e o Museu Romântico", como lembrou Rui Moreira. 

 

Neste âmbito, melhoraram-se as acessibilidades externas e internas, tornando os equipamentos culturais mais amigáveis e "mais próximos da ideia de um museu para todos", explicou o autarca, destacando a presença na equipa do arquiteto Camilo Rebelo, do cenógrafo Tito Celestino da Costa e da dr.ª Paula Costa. Sob a sua orientação, restauraram-se peças, melhoraram-se as apresentações das coleções, a imagem, as áreas dedicadas aos serviços educativos, indo ao encontro da crescente procura por parte do público nacional e estrangeiro.

 

Concluída a etapa, fica agora disponível a nova exposição permanente do Museu Romântico instalado na Quinta da Macieirinha, onde se recria o ambiente de uma casa de campo no Porto de meados do século XIX. Rui Moreira sublinhou mesmo que o edifício, que foi residência do rei Carlos Alberto de Sabóia exilado no Porto, era já antes desta requalificação "o mais visitado dos nossos espaços museológicos". Talvez porque - admitiu - "o ambiente de época, o nome, os jardins abertos ao público do Palácio de Cristal e da Casa Tait que o envolvem compõem um discreto charme que convida a entrar".


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Macron gambled on coronavirus immunity passport — and won

 


France's gamble to force people to carry a vaccine passport to visit bars and museums has paid off | Robert Ghement/EPA-EFE

 

Macron gambled on coronavirus immunity passport — and won

 

The French president stuck his neck out, banking that the public would support his plan. And so far, it’s been a success.

 

BY CLEA CAULCUTT

August 30, 2021 10:02 pm

https://www.politico.eu/article/macron-france-covid-immunity-passport-vaccine-pass/

 

PARIS — It has been a nail-biting summer for officials at the top of the French government. Would Emmanuel Macron's controversial decision to force people to carry a vaccine passport if they wanted to visit everywhere from a bar to a museum backfire and fuel the country's protest movement?

 

Each week, officials at the Elysée and in the prime minister’s office anxiously waited for the figures on the size of the protests to roll in. Now, as the country approaches its target of giving 50 million people at least one jab by the end of August, many of those officials are heaving a sigh of relief.

 

“We are patting ourselves on the back, though we know we have not yet reached results that are completely satisfactory,” said one government adviser. "Macron took a firm decision, and the French gave him their vote of confidence. The protests have remained marginal.”

 

Macron’s decision to bring in the vaccine passport on the eve of the summer holidays was a jaw-dropper.

 

The COVID immunity pass — a digital or paper certificate that contains proof of vaccination, of immunity or of a negative test — is needed to get into cafés, bars, restaurants, hospitals, museums, galleries, and on trains, planes and coaches. On Monday, the scheme was extended to the employees of all venues that are open to the public.

 

Although there was some watering down of the plans at first — waiters were told they would not have to check IDs as well as vaccine certificates, and most shopping malls would be exempt — the government held fast.

 

A lot of people weren't happy. Every week, protesters take to the streets of Paris, Marseille and other cities, for a variety of reasons. Some are anti-vax, others claim to be pro-liberty and then there are those who are just fed up with Macron. But the figures have not taken off. Last weekend, around 160,000 people took to the streets, down from 175,000 the previous week and 215,000 in mid-August, according to figures from the interior ministry.

 

Early comparisons with the Yellow Jackets movement that shook the president in 2018 and 2019 have proven wide of the mark. Macron’s rivals also failed to capitalize on discontent, with far-right leader Marine Le Pen reluctant to upset her voters, who are split over the pass, and the Socialists clumsily backing mandatory jabs but not the pass. 

 

Meanwhile, millions have headed to vaccination centers. According to the French prime minister’s office, 12 million people have been vaccinated since Macron announced the introduction of the coronavirus passport.

 

'The best moment of his handling of the crisis'

It’s the view of many doctors that the coronavirus passport flattened the curve of the pandemic this summer, just as France was facing a steep third wave fueled by the more contagious Delta variant and the lifting of lockdown measures.

 

“It saved tens of thousands of lives,” said Martin Blachier, a public health consultant. “The French were reluctant [to get the jab] and he crafted a message that was heard. It was the best moment of his handling of the crisis, maybe even of his tenure.”

 

The figures so far are looking promising. Some 83 percent of the French population over the age of 12 have received at least one dose of the vaccine, according to France’s COVID tracker. The number of daily cases has dropped to under 14,000, after peaking at about 24,000 in mid-August. The number of patients in intensive care increased in August but appears to be leveling off at under 3,000.

 

An uptick in the epidemic is expected with the return of students and pupils to classrooms in September, but “the risk of a cataclysm has been avoided,” said Blachier. According to him, if the vaccination rate had remained where it was before the summer — when less than 50 percent of the population had received a first dose — there would have been a lot more admissions into hospitals, which would have meant overstretched wards and more deaths.

 

But others are not as enthusiastic about the pass.

 

“It’s hard to know what impact it had,” said Nicolas Bruder, head of an intensive care unit at the Timone hospital in Marseille. “If you look at the map of France, cases have increased where there have been big gatherings in touristic areas [despite the pass].”

 

But in his hospital, the introduction of the pass — as well as the announcement that the jab would be mandatory for health workers — led to a leap in vaccination rates. More than 70 percent of his staff are vaccinated, compared to over 50 percent in June.

 

And that’s the point. Proponents say the health pass has worked because people reacted by getting vaccinated, which protects them from developing serious conditions even if they do get the virus.

 

“The pass creates a false sense of security because it throws together people who are vaccinated, and therefore can transmit the disease, and people who have been tested negative,” said Blachier. “If people had reacted by getting tested every couple of days, the pass would have had the opposite effect, accelerating the epidemic, and leading to a lot more deaths.”

 

But they didn’t. “It was a political move, a means to an end. Some wanted to introduce mandatory jabs, but the question was how do we get there,” said the government adviser.

 

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Hurricane IDA knocks out power in New Orleans | DW News

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Hydrogen: fuel of the future? | The Economist

Reconfiguração do ex-Museu Romântico do Porto gera polémica e mobiliza petição de protesto

 





MUSEUS

Reconfiguração do ex-Museu Romântico do Porto gera polémica e mobiliza petição de protesto

 

São já mais de 800 os signatários que exigem a resposição da decoração oitocentista do museu da Quinta da Macieirinha. Nuno Faria, director artístico do Museu da Cidade, defende a opção tomada, mas demarca-se do tom “provocatório” de um post da autarquia que terá atiçado as críticas nas redes sociais.

 

Luís Miguel Queirós

31 de Agosto de 2021, 7:20

https://www.publico.pt/2021/08/31/culturaipsilon/noticia/reconfiguracao-exmuseu-romantico-porto-gera-polemica-mobiliza-peticao-protesto-1975772

 

A nova exposição permanente do Museu Romântico, agora rebaptizado Extensão do Romantismo do Museu da Cidade, "despejou" a sua reconhecível decoração oitocentista

 

Agora rebaptizado Extensão do Romantismo do Museu da Cidade, o antigo Museu Romântico era possivelmente o mais visitado dos museus municipais do Porto, o que em boa medida se ficava a dever às muitas turmas do ensino secundário que lá iam ver como era a atmosfera doméstica de uma casa da alta burguesia portuense no período romântico. Seria de espantar, portanto, que uma reconfiguração radical do espaço e do seu conceito, com o esvaziamento de quase todas as peças que integravam a colecção exposta, não causasse polémica, como efectivamente causou, e que foi ainda atiçada pelo registo de um post da autarquia publicado sábado à tarde na página de Facebook da Feira do Livro do Porto, no qual se afirmava: “Se conhecia o anterior Museu Romântico da Macieirinha, prometemos que este novo espaço nada tem a ver com o local que outrora visitou.” 

 

Nuno Faria, director artístico do Museu da Cidade e curador da exposição que inaugurou a nova Extensão do Romantismo — tendo como peça central o Herbário de Júlio Dinis, a mostra inclui reinterpretações de obras da história da pintura e peças de artistas portugueses contemporâneos que estabelecem um diálogo particularmente intenso com o ideário romântico —, defende a opção agora concretizada de cortar radicalmente com a proposta museológica que se mantinha mais ou menos inalterada desde a criação do Museu romântico em 1972, e que evocava a passagem do rei Carlos Alberto da Sardenha, que viveu algum tempo na Quinta da Macieirinha, ao mesmo tempo que recriava os ambientes domésticos da elite burguesa oitocentista.

 

“Não era uma casa-museu, ninguém viveu ali daquela maneira, era uma construção ficcional, a concepção do Estado Novo do que era uma casa burguesa do século XIX”, argumenta Faria em declarações ao PÚBLICO. “Esteve 50 anos assim e as coisas evoluem e passam por transformações”, observa, acrescentando que o projecto actual pretende designadamente dar visibilidade aos escritores, artistas visuais e músicos românticos, sobretudo portuenses. 

 

O responsável do Museu da Cidade demarca-se no entanto da publicação no Facebook, que atribui a alguém que não integra a equipa do museu da Cidade e que considera “ofensiva e provocatória”. Além de ter originado perto de 400 comentários, quase todos de desagrado, o post é também citado numa petição lançada na Internet e que ontem ao final do dia tinha já mais de 800 assinaturas, incluindo figuras como o ex-ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes, a antiga directora-geral de Serralves, Odete Patrício, ou o historiador Gaspar Martins Pereira.

 

Lançada pela criadora do site Memórias da Casa Antiga, a arquitecta Ana Motta Veiga, também vice-presidente da direcção nacional do Chega, a petição exige “a reposição da decoração interior oitocentista do Museu Romântico da Quinta da Macieirinha no Porto”, afirmando que “provocou espanto e reacção imediata dos portuenses o orgulho com que a Câmara Municipal do Porto anunciou que desfez” a anterior exposição permanente ali instalada. E cita a referida página de Facebook: “O espaço despiu-se dos adereços de casa burguesa oitocentista e vestiu-se de contemporaneidade.” Uma frase que cita quase textualmente o texto de apresentação da Extensão do Romantismo no jornal da Feira do Livro, mas que Nuno Faria diz ter sido retirada do contexto. 

 

A polémica chegou já também à disputa eleitoral autárquica, com a candidatura do social-democrata Vladimiro Feliz a convocar os media para uma conferência de imprensa esta terça-feira, cujo anunciado tema é: “Museu do Romântico: Estão a destruir o conceito deste museu!!!”. 

 

Um acervo em formol?

Vários dos comentários negativos a esta reconfiguração do Museu Romântico que entretanto surgiram nas redes sociais lembram que o espaço sofrera uma remodelação recente, financiada com fundos europeus, e para a qual o cenógrafo Tito Celestino e a equipa técnica da Câmara do Porto desenharam uma solução museográfica que mantinha o ambiente de época que sempre marcou o museu.

 

O museu reabrira em Fevereiro de 2018, após esta intervenção, que Nuno Faria diz ter sido aproveitada, assegurando ainda que as peças agora retiradas da casa “voltarão a ser mostradas”, neste e noutros espaços do Museu da Cidade, ainda que “não da mesma maneira”. É o caso, exemplifica, de uma colecção de têxteis que nunca foi integralmente exposta. 

 

Todas as peças que pertencem ao município “estão devidamente acondicionadas” e o seu inventário deverá ser finalizado em breve, explica o curador. Só algumas peças em depósito têm vindo a ser devolvidas aos seus proprietários ou respectivos herdeiros, um processo, assegura, que já estava em curso quando chegou à equipa do Museu da Cidade. 

 

“Preservar a memória das coisas, dos objectos, dos hábitos, das tradições, não passa necessariamente por encapsulá-las, preservá-los em formol, congelá-las num tempo já passado, já sem vida, já sem corpos, sem respiração”, argumenta Nuno Faria numa entrevista entretanto publicada no site da autarquia. O curador assume uma perspectiva muito crítica da última remodelação, que teria tornado o museu “um lugar que exercia verdadeiro distanciamento social”, já que os alunos das escolas eram confrontados com “uma certa forma de vida (…) da alta burguesia” cuja inacessibilidade era vincada pelo facto de o acesso às salas estar vedado e só as poderem ver de fora. 

 

Nesta sua sua “nova era”, o museu, diz, “trabalhará em largo espectro sobre o Romantismo, ou os romantismos, no plural, quer artísticos, quer literários, quer musicais” e a Extensão do Romantismo será “ainda mais do que um espaço expositivo, um espaço performativo”, com “uma constante programação musical”. 

 

“Mudar da noite para o dia”

Mas esta visão está longe de ser consensual. Um dos signatários da petição, o historiador e professor Gaspar Martins Pereira, acha que “as colecções associadas a uma casa não se devem dispersar, porque ali têm um significado que lhes é dado pelo contexto e noutros museus perdem sentido, são objectos soltos”. 

 

Ao PÚBLICO, Martins Pereira defende que “um museu romântico deve preservar o espírito da época”, e que se o programa é encarar o Romantismo como realidade trans-histórica, então deveria ter-se encontrado outro espaço. Admitindo que o programa que existia poderia ser melhorado, contesta o radicalismo da solução. “As coisas parecem mudar da noite para o dia só porque passa pela cabeça de alguém fazê-lo, e isso incomoda-me, porque estamos a falar de estruturas da cidade”, diz. E lembra que quando Rui Moreira anunciou a requalificação concluída em 2018 “a intenção era manter o espírito do Museu Romântico”. 

 

Gaspar Martins Pereira não é de resto um adepto do museu polinucleado, “que anda a ser discutido há não sei quantas décadas”, advogando que “o Porto tem dimensão e carácter para ter um grande museu da cidade”. E lamenta que a concessão do edifício da Alfândega ao Museu dos Transportes tenha inviabilizado o lugar que considerava ideal para vir a albergar esse museu. 

 

Já Luís Raposo, presidente da secção europeia do Conselho Internacional dos Museus (ICOM, na sigla inglesa), só conhece de fotografias a nova encarnação do museu, mas acha que a anterior “entrava na categoria das casas-museu”, nas quais o edifício é “indissociável” do seu conteúdo, “incluindo o mobiliário, a pintura de paredes e tudo o que constitui o ambiente próprio da casa”. Considera por isso esta reconfiguração “um erro crasso do ponto de vista museológico” e “um disparate do ponto de vista da política cultural”, já que, observa, os museus de arte contemporânea são hoje “uma moda que se repete por todo o mundo” e “o Porto deve pensar se quer repetir mais do mesmo, ainda por cima quando já dispõe de tão bons espaços para arte contemporânea, a começar por Serralves.

 

“A ideia de fazer dialogar os passados com os presentes é uma aproximação correcta e da qual não podemos prescindir”, diz o arqueólogo, observando que “também o Classicismo, como o Romantismo, ressurge em todas as épocas” e faz sentido relê-lo à luz dos vários presentes. “Mas o problema é quando isso é feito com desrespeito por esse passado, e em lugares onde existe um adquirido que os torna imagem de marca do ambiente de uma época”, argumenta.

 

Nuno Faria mantém que é neste espaço que faz sentido “trabalhar mais directamente com a história do Romantismo” e que a opção tomada se baseia “numa visão do que achamos que um museu deve ser”. E se há quem ache que o projecto “é mais ou menos fiel a uma ideia de Romantismo no Porto, muito bem, vamos lá discutir isso”. Mas rejeita acusações de falta de legitimidade. “Isto está a ser discutido há muito tempo, foi apresentado ao Conselho Municipal de Cultura e ao executivo, não é uma coisa clandestina nem feita só por um director artístico.”

 

E também há na cidade quem aprecia o que tem sido feito no âmbito do projecto do Museu da Cidade. Manuela Monteiro, da galeria e fórum Mira, em Campanhã, lamenta “a discussão desabrida e furiosa nas redes sociais”, acha que o trabalho da equipa do Museu da Cidade está a “tentar trazer a uma dinâmica diferente, com projectos que são benfazejos porque acordam alguns lugares”, entre os quais inclui o do antigo Museu do Romantismo, que visitou frequentemente com turmas escolares e que acha que “estava um bocado congelado” e não emocionava os alunos.

 

“Tenho uma perspectiva optimista e acho que as pessoas que estão a trabalhar nisto são sérias”, diz. “O que teria sido necessário era explicar melhor o que se está a fazer antes de sermos informados por um post agressivo nas redes sociais.”




Medina quer “impossibilitar” abertura de novos alojamentos locais em Lisboa / Medina não quer mais AL em Lisboa. Associação diz que sector é “bode expiatório”

 



Depois de ter permitido ‘rédea solta’ anos afim, com desastrosas consequências para os habitantes e moradores, Medina vem só agora e  muito tardiamente, propor limitações sérias ao Alojamento Local.

“Casa Arrombada, Trancas à Porta”, em nítido contexto de Eleições Autárquicas.

OVOODOCORVO

 

Medina quer “impossibilitar” abertura de novos alojamentos locais em Lisboa

ECO

27 Agosto 2021

https://eco.sapo.pt/2021/08/27/medina-quer-impossibilitar-abertura-de-novos-alojamentos-locais-em-lisboa/

 

Para o autarca socialista e recandidato à presidência da Câmara, é necessário "recuperar imóveis afetos à função de alojamento local para o mercado de habitação".

 

Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que se recandidata ao cargo nas eleições autárquicas de 26 de setembro, quer “impossibilitar” a abertura de novos alojamentos locais “em toda a cidade de Lisboa”. A medida constará no programa eleitoral socialista, revela o próprio em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF.

 

“A minha intenção é, ganhando as eleições, propor ao município a aplicação deste princípio da impossibilidade de abertura demais alojamentos locais em toda a cidade de Lisboa”, diz Medina. “Creio que é a medida que é necessária, agora que os níveis de procura estão mais abaixo, para que todos tenham um cenário muito claro de que nós não iremos permitir mais esta passagem de imóveis destinados à habitação para o alojamento local”, afirma. Pelo contrário, Medina considera ser preciso “recuperar imóveis afetos à função de alojamento local para o mercado de habitação”, sem “tocar nas licenças atribuídas”.

 

Convicto de que o alojamento local “foi longe demais na cidade de Lisboa”, Medina destaca que a alteração da legislação do setor deve dar “mais poder aos municípios para poder regular” e será “importante para regular o setor do turismo”. Ou seja, para “impedir que, com o crescimento expectável acelerado que o turismo venha a registar após o fim da pandemia”, não haja “uma corrida para baixo nos preços do alojamento”, explica.

 

Amsterdam to ban Airbnb in city centre, bring in permits for holiday rentals Housing

 April 16, 2020

https://www.dutchnews.nl/news/2020/04/amsterdam-to-ban-airbnb-in-city-centre-bring-in-permits-for-holiday-rentals/

 

 Amsterdam’s red light district is empty of tourists because of coronavirus. Photo: DutchNews.nl

Amsterdam city council is to ban tourist rentals in the heart of the old city and part of the canal area, and will bring in special permits for the rest of the city from July 1. The ban will roughly cover the 1012 and 1017 postcode areas and is being introduced after research showed the number of tourist rentals is having a major impact on locals. ‘Local residents should be able to enjoy living in their own neighbourhood,’ said housing alderman Laurens Ivens. ‘They are already having to deal with the consequences of tourism on the street, so it is important that they do not experience problems in their own areas as well.’ Some 80% of people living in the city centre have to deal with problems caused by tourism, Ivens said. B&Bs The ban on holiday rentals will not apply to bed & breakfast operations with a licence but will stop all other forms of renting to tourists via platforms such as Airbnb. The city is also bringing in permits for holiday rentals in the rest of the city. Permits will only be awarded if the property is lived in most of the time, if the property is not rented out for more than 30 days, and is rented to no more than four people. Landlords will also have to register each rental period with the city. Fines will run up to almost €21,000. Officials say the new system of permits will make it easier to check up that landlords are not breaking the rules. Court ruling The introduction of permits follows a Council of State ruling earlier this year, which said that holiday rentals in the Netherlands are technically only possible with a licence. City research shows one in 15 properties in Amsterdam has been rented out via Airbnb at some point and there are some 25,000 adverts a month for holiday rentals in the capital across various platforms. The Hague city council is effectively banning all locals from renting out their property or a room via agencies such as Airbnb following the court ruling. It has decided not to set up a licencing system. National rules The Hague ban will probably last until the end of this year, by which time the government will have finalised national legislation to cover holiday rentals. Those national rules will allow local authorities to require holiday lets to be included on a register in areas where housing is in short supply. The registration number must then be included in adverts on platforms such as Airbnb. But the platforms have made it clear already they will not force landlords to include the registration number immediately, leading campaigners to say the legislation does not go far enough. Airbnb has said it will enforce use of the number after six months. EU rules Acting housing minister Stientje van Veldhoven said at the end of last year websites like Airbnb cannot be forced to hand over information to councils for checking because it would go against EU guidelines which view holiday rental sites as information platforms. Airbnb told DutchNews.nl in a statement that 95% of listings on Airbnb are outside these areas and help disperse tourism and spread financial benefits across the city. ‘We are also deeply concerned these proposals are illegal and violate the basic rights of local residents,’ Airbnb said. ‘While City Hall has been working on measures to take income away from Amsterdammers and businesses, Airbnb has introduced new and effective tools to tackle noise and nuisance that have already been welcomed by alderman Ivens.’ The agency points out that one-third of Airbnb landlords say they need their earnings to help make ends meet.

 

Medina diz que "não é o turismo que está a criar o problema da habitação"

27 Setembro 2018 às 13:02

https://www.jn.pt/local/noticias/lisboa/lisboa/medina-diz-que-nao-e-o-turismo-que-esta-a-criar-o-problema-da-habitacao-9916187.html

 

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, rejeitou esta quinta-feira que seja o turismo o responsável pelo problema da habitação e defendeu uma redução dos impostos sobre os rendimentos prediais para aumentar a oferta de alojamento.

 

"Não é o turismo que está a criar o problema da habitação e, por isso, o problema não se resolve com limitação do turismo. Resolve-se sim com o aumento da oferta. A única proposta que tem o condão de aumentar a oferta é baixar os impostos sobre os rendimentos prediais", disse o autarca na abertura da IV Cimeira do Turismo Português, que se realiza hoje em Lisboa, em que participou também o primeiro-ministro António Costa.

 

"É um erro pensarmos que vamos abdicar do crescimento do turismo para a nossa economia, mas também é um erro pensar que uma cidade que cresce como Lisboa cresce não tem de cuidar do equilíbrio", insistiu.

 

O autarca lembrou que o próximo ano será marcado pelo arranque da nova lei do alojamento local e disse acreditar que esta vai "resolver o reequilíbrio da cidade", uma vez que permitirá a cada freguesia usar as ferramentas disponíveis para limitar ou promover o alojamento local.

 

"O que nos move não é nenhum sentimento de limitação. Alfama não é bitola para o resto do mundo. Alfama tem de ser protegida, mas também não pode impedir o desenvolvimento do alojamento local no resto da cidade", disse.

 

Acerca da sobrelotação do Aeroporto da Portela, referida anteriormente pelo presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Medina lembrou que "este não é um problema de Lisboa, é da região e do país".

 

"É tempo de pensarmos em conjunto", disse ainda o autarca, referindo que Portugal tem apenas duas saídas: "ou não investimos, não aumentamos capacidade e perdemos oportunidades, ou fazemos o inverso, investimos e chegamos a um novo patamar".

 

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https://www.publico.pt/2021/08/27/local/noticia/medina-nao-quer-al-lisboa-associacao-sector-bode-expiatorio-1975479

 

Medina não quer mais AL em Lisboa. Associação diz que sector é “bode expiatório”

 

Sector do Alojamento Local está a ser responsabilizado por uma política de habitação ineficaz, queixam-se os proprietários de alojamentos locais

 

Cristiana Faria Moreira

27 de Agosto de 2021, 18:37

https://www.publico.pt/2021/08/27/local/noticia/medina-nao-quer-al-lisboa-associacao-sector-bode-expiatorio-1975479

 

Primeiro, avançou com a definição de zonas no centro de Lisboa, como a baixa, os bairros históricos, ou as grandes avenidas como a da Liberdade e a Almirante Reis, onde os registos de novos alojamentos ficaram suspensos em áreas já muito pressionadas por esta modalidade de alojamento. Agora, o presidente da Câmara de Lisboa diz que se for reeleito quer limitar novos registos em toda a cidade, para impedir que mais imóveis destinados à habitação passem para o alojamento local (AL). A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), que representa o sector, diz que este anúncio só surge por ser período de campanha eleitoral, na qual o AL “aparece mais uma vez como bode expiatório pela falta de políticas habitacionais eficazes em Lisboa”.

 

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, publicada esta sexta-feira, o autarca adiantou que uma das medidas que constará no programa eleitoral com que se recandidata é a limitação da abertura de novos alojamentos locais em toda a cidade de Lisboa.

 

“Defendemos muito uma alteração à legislação do alojamento local que, quando foi criada, liberalizou por completo o mercado. Isto é, permitiu que qualquer casa de habitação - casa ou prédio - fosse transformada num alojamento local. No início esta medida teve um efeito positivo, foi uma medida importante do ponto de vista dos rendimentos de muitas famílias, das classes médias, que punham os seus imóveis no alojamento local. Foi uma medida importante para dar resposta ao crescimento da procura turística”, afirmou Medina na entrevista.

 

No entanto, considerou, esse fenómeno foi “longe demais” na capital. “Hoje, temos um número de registos de fogos em alojamento local muito mais elevado. O alojamento local, numa primeira fase ajudou à recuperação de habitações, mas numa segunda fase começou a retirar casas do mercado, casas que estavam antes afectas à função habitacional”, acrescentou.

 

Associação surpreendida

Em reacção à entrevista, a A ALEP diz-se “surpreendida” com a decisão, sobretudo por ter sido anunciada num momento em que o “turismo tenta ainda recuperar dos impactos devastadores que a pandemia provocou no sector”.

 

“Nos últimos anos, o Alojamento Local foi a base a partir da qual uma parte significativa da economia da cidade cresceu. Hoje representa metade das dormidas turísticas de Lisboa. O alojamento local tornou-se um pilar do turismo na cidade e, portanto, um dos pilares da sua Economia”, refere a associação, que é liderada por Eduardo Miranda, em comunicado.

 

A ALEP considera ainda que esta posição de Medina é “incompreensível”, sobretudo num momento em que o alojamento local registou pela primeira vez na história uma diminuição do número total de registos em Lisboa, tanto em 2020 como em 2021. “Nas plataformas online como a Airbnb a oferta reduziu em mais de 2000 alojamentos desde os finais de 2019. Não há nenhum sinal de pressão, como tal, a decisão contraria o espírito da lei e as próprias recomendações dos estudos e indicadores da câmara”, referem os representantes do sector.

 

Actualmente, segundo os dados do Registo Nacional de Turismo, existem em Lisboa 19.306 registos de AL. A associação insiste que, a concretizar-se, esta proibição pode “comprometer a qualidade do turismo em Lisboa ao impedir a renovação da oferta e a inovação, fundamental para o futuro da cidade”.

 

Para concretizar esta medida, o município teria de alargar as áreas de contenção que actualmente já se encontram em vigor na baixa de Lisboa e nos bairros históricos do centro de Lisboa. O que se traduziria, num “agravamento fiscal brutal para os pequenos proprietários” em termos de IRS. “O resultado é um ataque às ‘muitas famílias, das classes médias’ de Lisboa que, como o próprio candidato reconhece na entrevista, encontraram no alojamento local uma forma de rendimento e que ajudaram a colocar Lisboa no mapa do turismo internacional”.

 

A par do alojamento local, foram surgindo na capital, sobretudo na baixa pombalina, quarteirões inteiros transformados em hotéis. Questionado sobre se o surgimento de novas unidades hoteleiras poderia ser também limitado, Medina sublinhou que o problema não está na pressão causada por estas grandes unidades, mas sim pelo alojamento local. "Olhando para os dados, o grande crescimento não se fez na hotelaria, fez-se no alojamento local, nomeadamente, como aqui foi dito, nas zonas históricas”, afirmou, notando o aparecimento de “grandes players" que se dedicaram ao AL, reabilitando prédios inteiros e colocando-os na íntegra nesse sector. 

 

BE quer limite de 15 mil alojamentos 

Em reacção à medida apresentada por Medina, também o Bloco de Esquerda — força política que durante este mandato teve um acordo com o PS para a gestão da cidade —, concorda que é necessário impedir a abertura de mais Alojamento Local em Lisboa.

 

A candidata bloquista a Lisboa, Beatriz Gomes Dias, justifica a posição com o facto de ser “muito difícil encontrar em Lisboa casas que as pessoas possam pagar com os rendimentos que têm”.

 

“O aumento do arrendamento temporário contribuiu muito para esta situação. Ao rejeitar a proposta do Bloco para impedir a atribuição de novas licenças para alojamento local, o PS permitiu que freguesias do centro ultrapassassem os 40% de casas retiradas do mercado de habitação”, diz ainda candidata, citada em comunicado.

 

Entre as medidas propostas pelo partido “para responder ao sobrepeso do AL na cidade” está a fixação de um limite máximo de 15 mil alojamentos locais na cidade. Para tal, não devem ser atribuídas novas licenças e as que não estiverem activas devem ser revogadas.

 

Além disso, o partido propõe a compra, por parte do município, de 900 casas e/ou prédios em AL nas zonas mais afectadas para serem inseridas e disponibilizadas à população no âmbito Programa de Renda Acessível. Propõe ainda que se realize um estudo sobre carga hoteleira e se limite a abertura de hotéis no centro da cidade. 

Should we give up flying for the sake of the climate?

 


SMART GUIDE TO CLIMATE CHANGE | ENVIRONMENT

Should we give up flying for the sake of the climate?

 

Cutting the amount of you fly can have a big impact on your carbon footprint, but if there are tricks to keep emissions down if you do fly (Credit: Getty Images/Javier Hirschfeld)

 

By Jocelyn Timperley

19th February 2020

https://www.bbc.com/future/article/20200218-climate-change-how-to-cut-your-carbon-emissions-when-flying

 

For those of us that take regular holidays abroad and travel on business, flying makes up a considerable chunk of our carbon footprint, but are there ways of reducing those emissions?

 

Everything we do, from the food we eat, products we buy to the way we travel, releases greenhouse gases into the atmosphere, and so has an impact on the planet’s climate. But some activities have a far greater impact than others.

 

Around 2.4% of global CO2 emissions come from aviation. Together with other gases and the water vapour trails produced by aircraft, the industry is responsible for around 5% of global warming.

 

At first glance, that might not seem like very big contribution. Except, only a very small percentage of the world flies frequently. Even in richer countries like the UK and the US, around half of people fly in any given year, and just 12-15% are frequent fliers.

 

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Though there is no exact data, Dan Rutherford, shipping and aviation director at the International Council on Clean Transportation (ICCT), a US-based non-profit, estimates just 3% of the global population take regular flights. In fact, if everyone in the world took just one long-haul flight per year, aircraft emissions would far exceed the US’s entire CO2 emissions, according to ICCT analysis.

 


Looking for locations to visit closer to home during holidays can reveal surprising things about the places on your doorstep (Credit: Getty Images/Javier Hirschfeld)

 

For those of us that do fly, it is likely to make up a significant slice of our personal carbon footprint. This is because, mile for mile, flying is the most damaging way to travel for the climate. (Read about the Finnish town that is rationing carbon emissions.)

 

A return flight from London to San Francisco emits around 5.5 tonnes of CO2 equivalent (CO2e) per person – more than twice the emissions produced by a family car in a year, and about half of the average carbon footprint of someone living in Britain. Even a return flight from London to Berlin emits around 0.6 tonnes CO2e – three times the emissions saved from a year of recycling.

 

And emissions from planes are rising rapidly – they increased by 32% between 2013 and 2018. While improving fuel efficiency is gradually reducing the emissions per passenger, it is not keeping up with the rapid increase in total passenger numbers, which are projected to double in the next 20 years.

 

“You have fuel efficiency improvements on the order of 1% per year, and flights are increasing 6%,” says Rutherford, “It's not even close.”

 

Other substances, including mostly water in the form of contrails, as well as soot and nitrous oxides, all have a capability of trapping additional heat at flight altitude – Stefan Gössling

And it is not just the CO2 pumped out from jet engines that is having an effect.

 

“Other substances, including mostly water in the form of contrails, as well as soot and also nitrous oxides, all have a capability of trapping additional heat at flight altitude,” says Stefan Gössling, a professor at Linnaeus and Lund universities in Sweden who specialises in sustainable tourism.

 

Yet reducing the amount we fly can seem daunting, especially when we have to travel regularly for business or if we enjoy holidays abroad. But there are ways each of us can lessen the impact of our travel, and when we do fly, keep the emissions to a minimum.

 

Staci Montori was shocked when she discovered the contribution her own travelling was having on the climate. An integrative medicine practitioner living in Boston, she regularly flew to visit her family in California. But after consulting a carbon footprint calculator, she pledged to go flight free last year. (Read more about why flight shame is making people swap planes for trains.)

 

“I thought I was so green, but then I realised I'm flying,” she says. “And that's the biggest chunk of my carbon footprint. I had a little bit of a panic moment. I thought ‘How am I going to see my family if I'm not going to fly’?”

 


Just a small proportion of the global population take regular flights, given them a disproportionately large carbon footprint (Credit Getty Images/Javier Hirschfeld)

 

But after some research she found a month-long rail pass which allowed her and her daughter to affordably cross the country from Boston to San Francisco. Their trip included two weeks in California, along with stops along the way in Chicago and Colorado.

 

“It was actually so much fun,” she says. “It went from feeling like a big sacrifice to wow, this is actually a really exciting way to travel. And I sort of slowed down, I got a lot of quality downtime with my daughter.”

 

Her experience highlights what we might be missing out on when we opt for the speed of flying. And choosing alternative ways of travelling are the most effective way of reducing the carbon footprint our travel can have.

 

A single passenger travelling on a domestic flight in Britain, for example, can lead to climate impacts equivalent to 254g of CO2 for every kilometre they travel, according the UK’s Department for Business, Energy and Industrial Strategy (BEIS). The same calculations estimate a long-haul flight can release the equivalent to 102g of CO2 for every kilometre – a lower figure on average per kilometre because of the huge amount of emissions given off during take-off and landing.

 

But an intercity train releases the equivalent of just 41g for every passenger mile. Travelling by coach releases even less – the equivalent of just 28g of CO2.

 

The CO2 equivalent emissions for each km a passenger travels varies depending on the length of the flight, the aircraft cruising altitude and weight (Credit: BEIS/Defra/BBC)

 

All this means that if a journey is possible to do by coach or train, this is likely to be far more climate friendly than flying.

 

“Generally trains and coaches are the lowest carbon means of travel, much lower than flying and cars,” says Milena Buchs, an expert in sustainability, economics and low carbon transitions at the University of Leeds.

 

Even driving is usually less carbon intensive than flying, says Rutherford, provided you can give someone else a lift. Driving alone in a medium-sized petrol car produces about 192g of CO2 for every kilometre you travel, but with passengers that can be shared.

 

“So even if you don't have a train, driving with one other person will certainly be better than a plane in most cases,” he says.

 

Ground transport can also often be cheaper and faster than air travel for shorter distances once you take into account the time taken getting to the airport, checking in, queuing at security and waiting for baggage. Sites like The Man in Seat Sixty-One can help with planning long-distance routes by bus, train and ferry by the cheapest route.

 

Despite these alternatives, some journeys will always be harder to do without flying

And there are other benefits to taking trains: they tend to connect directly between city centres rather than being out of town as many airports are. They also offer the chance to see and explore new destinations. It is also easier to get up and walk around on a train, and, of course, there is the view.

 

But there is plenty still to be done to provide better low-carbon travel options. Rail is already common in Europe, where the overnight sleeper train network is rebounding. But trains can be more expensive than flying on some routes and are often more time consuming.

 

China, meanwhile, is rapidly expanding its high-speed rail network – at the same time as building hundreds of new airports. The US lacks high-speed trains and has less rail infrastructure in general than Europe, combined with large distances between its cities. But it also has a growing political movement to build high-speed train lines as part of the Green New Deal.

 

“We need the public demand for these things, and then hopefully, governments and businesses will over time respond,” says Buchs.

 

Despite these alternatives, some journeys will always be harder to do without flying. So how do you decide if a flight is necessary?

 


Some people are choosing to go on "flight diets" to reduce the number of times they use aircraft to travel (Credit: Getty Images/Javier Hirschfeld)

 

Gössling’s research has shown big differences in how importantly people rate different flights. In one study, he asked 29 international students in his class to rate the importance to them of different flights they had taken – just 58% of the flights were rated “very important” or “important”.

 

“I think that gives us some indication that not all flights are really important from the viewpoints of the travellers themselves,” he says.

 

Buchs recommends thinking about whether it’s possible to do something similar that just doesn't involve a flight. “Is there anything closer by that enables me to do something really similar, have a quiet time, enjoy myself, have some fun and so on?” she says.

 

But flying does not have to be an all or nothing decision. Betsy Thagard, a preschool teacher from Berkeley in California, says she has gone on a “flight diet”, cutting in half the number of flights she takes from four to two a year.

 

“I still can go see my family when I need to,” she says. “But those vacations, I don't have to fly anymore. There's plenty of wonderful things to do closer to where I live, or take the train to. Staying close to home and going for slow travel can actually make your vacations more relaxing and stress free.”

 

A first class ticket on a long-haul flight emits, on average, four times as much as an economy seat

Businesses also have a part to play, by reducing the requirements on their staff to fly. Prioritising the use of conference or video calls, allowing staff to combine business trips with holidays, or allowing them extra holiday time to go by train can all help with this.

 

Lastly, it can help to tell others about your decisions to reduce flying. “Making it known that you're someone who's given up flying for climate reasons can start to have a statistically significant impact on the amount that people around you fly,” says Cait Hewitt, deputy director of the Aviation Environment Federation (AEF), an environmental non-profit.

 

But while reducing the number of flights you take is the most effective way of cutting your aviation footprint, there are also steps you can take if you have to fly.

 

Rutherford has developed a four-step process that he recommends as a way of cutting per flight emissions.

 

First, choose to fly with an airline that uses the newest aircraft possible for your route. These typically tend to be more efficient than older models and so produce less emissions. German non-profit Atmosfair has an index which allows people to check which airlines produce the least CO2 emissions for certain routes.

 

It is also better to book an economy ticket rather than go by business or first class. A first class ticket on a long-haul flight emits, on average, four times as much as an economy seat on the same plane, as the chart below shows.

 

The level of CO2 equivalent produced by each km a passenger travels varies greatly depending on which cabin class they fly in (Credit: BEIS/Defra/BBC)

 

This is because more expensive seats take up more space and weight on the plane. First and business class also tend to end up with more empty seats.

 

Reducing the amount of stuff you take away with you will also have some impact on emissions. The more you pack, the heavier your bags will be, and this adds to the amount of fuel being burned. “Anything that reduces the payload on an aircraft is going to reduce the fuel burn,” says Rutherford.

 

Thirdly, says Rutherford, avoid flying on either very small or very large planes. “Very small regional jets or very large aircrafts with four engines are less fuel efficient than your typical single aisle or small twin-aisle aircraft,” he says.

 

Fourthly, choose direct flights without layovers. “To go through hubs is adding a major chunk of emissions to your flight and if you can avoid that, that will help quite a bit in cutting down on your emissions,” says Gössling.

 

You could also consider compensating the emissions from your flight by buying a carbon offset

Rutherford estimates these tricks generally reduce CO2 emissions from your flights by around 20% to 45%, depending on the route. He considers these tips a “short term hack”, however, arguing airlines should be clearly disclosing emissions per flight to customers.

 

You could also consider compensating the emissions from your flight by buying a carbon offset. However, it is hard to ever be sure an offset will permanently “absorb” the emissions your flight gives out. Trees, for example, need years to grow enough to reabsorb the carbon from your flight, and it is hard to guarantee they will be left standing long enough to counteract the emissions from your flight. It is also often tricky to ensure offsets such as renewable energy projects are “additional” – that they support projects that wouldn’t otherwise have happened.

 

If you do decide to offset, look out for the UN’s Gold Standard certification, says Gössling. “This implies that they will also make a positive development benefit.

 

Trains will often drop passengers closer to a city centre than aircraft, meaning they can be more convenient (Credit: Getty Images/Javier Hirschfeld)

 

Investing in a good carbon offset project will “probably help to do some good somewhere in the world”, adds Hewitt, but it won’t make the emissions from your flight go away. “Offsetting just can't be a long-term solution,” she says. Many people object to offsetting as it implies wealthier individuals can keep contributing to climate change without altering their behaviour.

 

While giving up flying can feel like a choice to curb your own freedom, travel and the opportunity to experience different cultures, its increasing role in climate change is putting many of our most cherished environments at risk.

 

But if we do choose to shift our mindsets, we could find the pleasures of slow travel and the discovery of what we have been missing on our own doorsteps could be worth the sacrifice.

 

* Jocelyn Timperley is a freelance climate change reporter. You can find her on Twitter @jloistf.

 

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