quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Campanhas de Moedas e Feliz são as mais caras destas autárquicas

 


AUTÁRQUICAS 2021

Campanhas de Moedas e Feliz são as mais caras destas autárquicas

 

Apesar de o partido de Rui Rio ter cortado no orçamento para estas autárquicas, o PSD é o partido que mais dinheiro conta gastar nas corridas a Lisboa e ao Porto.

 

Liliana Borges

10 de Agosto de 2021, 22:51

https://www.publico.pt/2021/08/10/politica/noticia/campanhas-moedas-feliz-sao-caras-autarquicas-1973713

 

A cerca de um mês do arranque da campanha eleitoral das eleições autárquicas já é possível saber quais as candidaturas que implicarão mais despesas. As estimativas são feitas pelos próprios e já foram disponibilizadas na página da Internet da Entidade das Contas e Financiamento dos Partidos. As contas apresentadas pelos partidos a título individual variam consoante o número de coligações em que cada partido concorre, mas as apostas são claras: Lisboa e Porto são, sem surpresa, as duas cidades onde os recursos se concentram.

 

Somando todos os orçamentos das campanhas para todos os municípios do país, o PS é o partido que mais gasta, e só faz coligações em Lisboa e Felgueiras (com o Livre). Mas nos casos específicos de Lisboa e do Porto é o PSD, com as candidaturas de Carlos Moedas e Vladimiro Feliz, o partido que abre mais os cordões à bolsa na tentativa de recuperar as autarquias.

 

10,2 milhões

é quanto o PS pensa gastar com estar autárquicas, mais um milhão de euros do que o partido que surge em segundo lugar na lista dos que mais gastam, o PSD

Apesar de o PS estimar gastar mais de 10,2 milhões de euros (mais um milhão de euros do que o segundo partido que mais investe, o PSD), os socialistas são “mais poupados” nas candidaturas a Lisboa e Porto.

 

Só no Porto, por exemplo, o PSD, que nestas eleições tem orçamentados 9,2 milhões de euros, conta gastar 200 mil euros na candidatura de Vladimiro Feliz, mais do que o PS planeia investir na campanha de Tiago Barbosa Ribeiro. Os socialistas irão gastar apenas 167 mil euros na campanha do deputado socialista à Câmara do Porto.

 

A maior aposta financeira do PSD está reservada a Lisboa, onde o partido terá Carlos Moedas, à frente de uma coligação, a disputar a presidência da câmara ao socialista Fernando Medina. A candidatura Novos Tempos ― que junta o PSD, CDS-PP, Aliança, Partido da Terra e Partido Popular Monárquico ― irá gastar pelo menos 300 mil euros para apoiar a candidatura do social-democrata.

 

300 mil euros/200 mil euros

É quanto o PSD prevê gastar com as candidaturas de Carlos Moedas, em Lisboa, e de Vladimiro Feliz, no Porto

Dos 300 mil euros destinados à lista encabeçada pelo antigo comissário europeu, quase metade (149 mil euros) vai para a concepção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado. A despesa destinada à concepção da candidatura de Moedas revela o esforço da coligação em preparar a estratégia do social-democrata, concentrando aqui metade do seu orçamento total. Se compararmos este gasto com outros orçamentos sociais-democratas, vemos que se distingue como um esforço adicional do PSD. Veja-se o exemplo da candidatura de Vladimiro Feliz, que só canalizará cerca de 25% do seu orçamento total à concepção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado.

 

Já o PS, que recandidata o actual autarca Fernando Medina ― com o apoio do Livre ―, conta gastar 237 mil euros na campanha eleitoral lisboeta (menos 63 mil euros do que a coligação que apoia Carlos Moedas). Em conjunto, o orçamento apresentado pelo PS e pelo Livre fica ainda aquém dos 250 mil euros gastos pelos socialistas em 2017.

 

Uma das “poupanças” feitas pelo PS nestas eleições recai justamente na preparação da estratégia de Fernando Medina. Enquanto em 2017 a equipa de Medina dedicou mais de 72 mil euros à concepção da candidatura do socialista, este ano a verba prevista ronda apenas os 50 mil euros (cerca de um terço do que a campanha de Carlos Moedas irá gastar).

 

Segue-se a CDU, que estima ter uma despesa de 100 mil euros com a candidatura do comunista João Ferreira.

 

Pelo BE, as maiores apostas vão também para a candidatura de Beatriz Gomes Dias a Lisboa, orçamentada em 59,6 mil euros. Para o Porto, os bloquistas contam gastar 49 mil euros na candidatura do sociólogo Sérgio Aires.

 

Segue-se o PAN, que conta ter uma despesa de 33 mil euros na campanha da escritora Manuela Gonzaga à Câmara de Lisboa. Para o Porto, o PAN tem menos de metade do orçamento de Lisboa: 14,5 mil euros.

 

No caso do CDS, as “fichas” estão concentradas em Ponte de Lima e Vale de Cambra, onde o partido estima gastar 45 mil euros em cada campanha (a estimativa mais alta apresentada do seu orçamento).

 

A Iniciativa Liberal, que candidata Bruno Horta em Lisboa, conta gastar 41 mil euros. A segunda maior aposta da Iniciativa Liberal vai para Matosinhos, onde a campanha custará aproximadamente 17 mil euros.

 

Chega: orçamentos (quase) todos iguais

As contas do Chega são bastante repetitivas: para as maiores apostas, o Chega prevê um orçamento de 16 mil euros. É o caso de Cascais, Porto e Lisboa que receberão exactamente o mesmo. Seguem-se os municípios “intermédios”, como Amadora, Braga, Coimbra, Guimarães, Leiria, Loures, Maia, Matosinhos, Odivelas, por exemplo, onde o partido conta gastar oito mil euros (metade do que irá gastar nas suas principais apostas). Para as restantes autarquias, os candidatos do Chega também terão todos o mesmo orçamento: 1500 euros por candidatura, qualquer que seja o tamanho da autarquia à qual concorrem.

 

tp.ocilbup@segrob.anailil

Sem comentários: