AUTÁRQUICAS 2021
Campanhas de Moedas e Feliz são as mais caras destas
autárquicas
Apesar de o partido de Rui Rio ter cortado no orçamento
para estas autárquicas, o PSD é o partido que mais dinheiro conta gastar nas
corridas a Lisboa e ao Porto.
Liliana Borges
10 de Agosto de
2021, 22:51
A cerca de um mês
do arranque da campanha eleitoral das eleições autárquicas já é possível saber
quais as candidaturas que implicarão mais despesas. As estimativas são feitas
pelos próprios e já foram disponibilizadas na página da Internet da Entidade
das Contas e Financiamento dos Partidos. As contas apresentadas pelos partidos
a título individual variam consoante o número de coligações em que cada partido
concorre, mas as apostas são claras: Lisboa e Porto são, sem surpresa, as duas
cidades onde os recursos se concentram.
Somando todos os
orçamentos das campanhas para todos os municípios do país, o PS é o
partido que mais gasta, e só faz coligações em Lisboa e Felgueiras (com o
Livre). Mas nos casos específicos de Lisboa e do Porto é o PSD, com as
candidaturas de Carlos Moedas e Vladimiro Feliz, o partido que abre mais os cordões
à bolsa na tentativa de recuperar as autarquias.
10,2 milhões
é quanto o PS
pensa gastar com estar autárquicas, mais um milhão de euros do que o partido
que surge em segundo lugar na lista dos que mais gastam, o PSD
Apesar de o PS
estimar gastar mais de 10,2 milhões de euros (mais um milhão de euros do que o
segundo partido que mais investe, o PSD), os socialistas são “mais poupados”
nas candidaturas a Lisboa e Porto.
Só no Porto, por
exemplo, o PSD, que nestas eleições tem orçamentados 9,2 milhões de euros,
conta gastar 200 mil euros na candidatura de Vladimiro Feliz, mais do que o PS
planeia investir na campanha de Tiago Barbosa Ribeiro. Os socialistas irão
gastar apenas 167 mil euros na campanha do deputado socialista à Câmara do
Porto.
A maior aposta
financeira do PSD está reservada a Lisboa, onde o partido terá Carlos Moedas, à
frente de uma coligação, a disputar a presidência da câmara ao socialista
Fernando Medina. A candidatura Novos Tempos ― que junta o PSD, CDS-PP, Aliança,
Partido da Terra e Partido Popular Monárquico ― irá gastar pelo menos 300 mil
euros para apoiar a candidatura do social-democrata.
300 mil euros/200
mil euros
É quanto o PSD
prevê gastar com as candidaturas de Carlos Moedas, em Lisboa, e de Vladimiro
Feliz, no Porto
Dos 300 mil euros
destinados à lista encabeçada pelo antigo comissário europeu, quase metade (149
mil euros) vai para a concepção da campanha, agências de comunicação e estudos de
mercado. A despesa destinada à concepção da candidatura de Moedas revela o
esforço da coligação em preparar a estratégia do social-democrata, concentrando
aqui metade do seu orçamento total. Se compararmos este gasto com outros
orçamentos sociais-democratas, vemos que se distingue como um esforço adicional
do PSD. Veja-se o exemplo da candidatura de Vladimiro Feliz, que só canalizará
cerca de 25% do seu orçamento total à concepção da campanha, agências de
comunicação e estudos de mercado.
Já o PS, que recandidata
o actual autarca Fernando Medina ― com o apoio do Livre ―, conta gastar 237 mil
euros na campanha eleitoral lisboeta (menos 63 mil euros do que a coligação que
apoia Carlos Moedas). Em conjunto, o orçamento apresentado pelo PS e pelo Livre
fica ainda aquém dos 250 mil euros gastos pelos socialistas em 2017.
Uma das
“poupanças” feitas pelo PS nestas eleições recai justamente na preparação da
estratégia de Fernando Medina. Enquanto em 2017 a equipa de Medina dedicou mais
de 72 mil euros à concepção da candidatura do socialista, este ano a verba
prevista ronda apenas os 50 mil euros (cerca de um terço do que a campanha de
Carlos Moedas irá gastar).
Segue-se a CDU,
que estima ter uma despesa de 100 mil euros com a candidatura do comunista João
Ferreira.
Pelo BE, as
maiores apostas vão também para a candidatura de Beatriz Gomes Dias a Lisboa,
orçamentada em 59,6 mil euros. Para o Porto, os bloquistas contam gastar 49 mil
euros na candidatura do sociólogo Sérgio Aires.
Segue-se o PAN,
que conta ter uma despesa de 33 mil euros na campanha da escritora Manuela
Gonzaga à Câmara de Lisboa. Para o Porto, o PAN tem menos de metade do
orçamento de Lisboa: 14,5 mil euros.
No caso do CDS,
as “fichas” estão concentradas em Ponte de Lima e Vale de Cambra, onde o
partido estima gastar 45 mil euros em cada campanha (a estimativa mais alta
apresentada do seu orçamento).
A Iniciativa
Liberal, que candidata Bruno Horta em Lisboa, conta gastar 41 mil euros. A
segunda maior aposta da Iniciativa Liberal vai para Matosinhos, onde a campanha
custará aproximadamente 17 mil euros.
Chega: orçamentos
(quase) todos iguais
As contas do
Chega são bastante repetitivas: para as maiores apostas, o Chega prevê um
orçamento de 16 mil euros. É o caso de Cascais, Porto e Lisboa que receberão
exactamente o mesmo. Seguem-se os municípios “intermédios”, como Amadora,
Braga, Coimbra, Guimarães, Leiria, Loures, Maia, Matosinhos, Odivelas, por
exemplo, onde o partido conta gastar oito mil euros (metade do que irá gastar
nas suas principais apostas). Para as restantes autarquias, os candidatos do
Chega também terão todos o mesmo orçamento: 1500 euros por candidatura,
qualquer que seja o tamanho da autarquia à qual concorrem.
tp.ocilbup@segrob.anailil
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