João Salgueiro. "O MFA
acreditava que o modelo soviético ia ganhar as eleições de 1975"
Por Margarida Bon
de Sousa
publicado em 26
Abr 2014 in
(jornal) i online
Os 12% que o
Partido Comunista obteve nas primeiras eleições afastaram o modelo terceiro
mundista dos militares
João Salgueiro
foi secretário de Estado de Marcello Caetano até pouco antes da Revolução.
Acredita que a rendição do antigo chefe de Estado foi negociada e defende que
está na altura de os portugueses se manifestarem pelo investimento produtivo e
pelo fim da burocracia.
Onde é que estava
no dia 25 de Abril?
Estava em Lisboa.
Era uma semana normal mas houve um amigo que me ligou às seis da manhã e que me
disse "agora é para valer". Mas toda a gente sabia em Lisboa que ia
haver uma mudança, não se sabia era quando.
Como é que toda a
gente sabia?
Havia muita gente
a conspirar, e tinham muitos amigos e muitos parentes, e mesmo uma grande parte
do regime queria que houvesse uma mudança. O professor Marcello Caetano
assegurou progressos nas políticas económicas e sociais mas, após quatro anos
de governo, o país continuava bloqueado politicamente. A economia teve
crescimentos económicos acima dos 7% até 1973. Os números do Banco Mundial
apresentados na reunião anual de 74 evidenciavam o nosso crescimento como o
mais significativo da Europa ocidental. Na área social houve também mudanças,
como a reforma do ensino, a segurança social para os rurais, o alargamento da
contratação colectiva. Houve também reformas fantasiosas, como a criação da
Direcção- Geral de Segurança, mantendo os mesmos dirigentes da polícia
política, ou a Acção Nacional Popular para substituir a União Nacional. Mas não
se verificaram avanços significativos quanto à mudança essencial, que era a
evolução do sistema político e da relação colonial. As mesmas pessoas a
dirigir. Após a reeleição do almirante Américo Thomaz, constatava-se o
bloqueamento da agenda de reformas.
A que atribuiu
esse bloqueamento?
Havia claras
contradições internas no regime. E até no próprio movimento do 25 de Abril. Com
intenção ou sem intenção, o golpe de 16 de Março contribuiu para que se
seguisse uma linha mais revolucionária. Uma grande parte dos apoiantes do
Spínola não tiveram intervenção nas primeiras horas porque tinham participado no
golpe das Caldas e estavam detidos. Estou convencido que uma grande parte do
país pensava que quem liderava o golpe era o general Spínola. Só encontro essa
explicação para o presidente do Conselho se ter rendido no Quartel do Carmo.
Acha que a
rendição do Marcello foi negociada antes do 25 de Abril?
Não me admiraria.
Tinha saído do governo dois anos antes por achar que a minha participação já
não fazia sentido. Quando no governo, as orientações que tínhamos em caso de
terramoto ou qualquer emergência interna eram procurar a messe da Força Aérea
em Monsanto, porque tinha comunicações independentes e uma pista para
helicópteros. Se não fosse possível, devia procurar-se São Julião da Barra. Ir
para o centro da cidade era uma armadilha. Para mim, Marcello Caetano ou já
sabia da mudança ou decidiu que estava na altura de sair. Estavam com ele três
ministros decisivos: a Segurança, as Relações Externas e a Informação.
O objectivo foi
não haver derramamento de sangue?
Provavelmente
sim, mas certamente não foi inteira surpresa. Falava-se abertamente dessa
eventualidade. Estou convencido que o professor Marcello Caetano
sobrevalorizava o poder das direitas em Portugal porque tinha assistido de
perto aos golpes falhados de 58 e de 61, e não avaliou o desgaste de 13 anos de
guerra.
Considera que o
Marcello era uma pessoa indecisa?
Penso que não,
embora no final do governo mostrasse maior reserva quanto à solução possível.
Tinha um projecto claro quando entrou, que era promover a autonomia dos
territórios maiores, pelo menos Angola e Moçambique e provavelmente a Guiné,
dando-lhes a hipótese de virem a optar pela independência ou continuarem
ligados a Portugal, à semelhança da solução adoptada pelo general de Gaulle com
as ex-colónias francesas. Tinha um projecto de evolução consistente desde os
anos 60. Marcello defendeu também a necessidade de uma nova lei de imprensa e
tomou posição pela independência da universidade quando da crise académica de
61.
O que é que não
funcionou?
O que não
funcionou foi ter começado a perceber que a realidade era muito diferente e
mais complicada do que tinha imaginado. Senti que ficou afectado depois de ir a
Angola e Moçambique, por causa das grandes manifestações de que foi objecto.
Andou no meio da multidão e foi aclamado por milhares de pessoas, sem segurança
reforçada. Quando vemos as fotografias do general Delgado no Porto e vemos as
fotografias de Marcello Caetano em Luanda, Nova Lisboa, na Beira e em Lourenço
Marques, é a mesma imagem: um mar de gente, europeus e africanos. Veio de lá
com a sensação que as pessoas não tinham uma ideia tão clara de que queriam ser
independentes e que éramos nós que as íamos empurrar para a independência, que
se calhar seria prematura porque não tinham condições para um autogoverno.
Também concorda
que as ex-colónias não tinham condições para autogovernos?
Não se tinha
feito muito para isso. Leva anos. O projecto Mandela exigiu mais de uma década.
Não se preparou a descolonização em tempo útil. O projecto que havia na altura
era manter a Constituição sem qualquer alteração, aliás como agora. Sabemos que
tem de se mudar há pelo menos dez anos, quando começaram os alargamentos da
União Europeia a leste e quando a China entrou no comércio mundial. Não
percebemos bem que precisamos de mudar e não mudámos a tempo, ficámos agarrados
ao passado. O professor Marcello deve ter pensado que ia criar um problema
maior do que o que existia e que tinha de se ter mais cuidado. Quanto a mim,
isso baralhou-o.
O que fez no 25
de Abril?
Nada de especial.
Andei em Lisboa, a ver o entusiasmo e a tentar antever as opções do futuro.
Acabei por vir para casa ao fim da tarde sem ideias muito claras. Senti que
finalmente podíamos escolher o futuro. Mas uns dias depois tive a percepção de
que havia um risco real de grandes contradições. Já a apresentação da Junta de
Salvação Nacional não foi convincente. Demorou muito tempo e havia crispações.
Dias depois houve uma interrupção na programação na RTP e apareceu Fialho
Gouveia a ler um comunicado da Junta em que se dizia que o movimento se fez
para devolver a soberania aos portugueses, mas que até haver alteração da ordem
legal tinha de se manter a legalidade. A programação seguiu com reportagens de
ocupações selvagens, provavelmente para mostrar que a Junta não tinha qualquer
poder. Felizmente foi possível evitar a violência física generalizada. Mas
houve dureza nas reformas e custos evitáveis. Provavelmente saíram de Portugal
menos de 20 mil pessoas, mas o problema é que eram quadros e dirigentes de
empresas que entraram em colapso. Algum do nosso problema económico começou aí.
Que tipo de
intervenção teve na altura?
Em 1970, face aos
crescentes bloqueamentos da mudança, tínhamos criado a SEDES como associação
cívica para debater a situação económica e social e os caminhos de mudança. Em 74, a SEDES foi chamada a
duas reuniões com a coordenadora do MFA, que queria recolher opiniões. Foi na
fase em que se procurava constituir um governo de salvação nacional. Desde a
constituição da SEDES que se tinha procurado manter uma participação muito
diversificada (pessoas de diferentes formações e opções políticas) porque se
entendia que o país devia debater de uma forma mais alargada o seu futuro.
Também depois, como funcionário público, fui à Cova da Moura para ouvir o
general Spínola expor as suas orientações, que me pareceram dificilmente
sustentáveis. Mais tarde fui nomeado vice-governador do Banco de Portugal, já
no governo de Vasco Gonçalves.
Como estava a
banca nessa altura?
Já havia um banco
em dificuldades, o BIC, o único que teve de ser intervencionado porque não
tinha liquidez, embora em termos de rácio de capital estivesse bem. Jorge de
Brito tinha investido demasiado em terrenos para desenvolvimento imobiliário.
Os restantes mais de 15 bancos não defrontavam ainda situações agudas. Mas
começou a haver problemas quando se acentuaram as dificuldades das empresas. Na
altura entendeu-se nomear um comissário para cada banco e começou então a
perceber-se que se desejava que tivessem um forte alinhamento com o PC. Eu
ainda acreditava que fosse possível manter uma orientação pluralista e
escolhemos representantes do Banco de Portugal em função da diversidade dos
partidos representados no governo, uns ligados ao PS, outros ao PSD e outros ao
PC. Mas percebemos que a única prioridade era a ligação ao PC.
Quanto tempo
esteve no BdP?
Entrei em Junho
de 74 e saí no dia a seguir ao 11 de Março de 75. No início a situação do país
era muito sustentável mas com a perda de confiança começou a haver fugas de capitais.
Apesar da
legislação?
Para sair
dinheiro basta que não entre. Todos os dias têm de se fazer pagamentos... Por
exemplo, proibiram-se os levantamentos nos bancos mas as pessoas pagavam com
cheque e não depositavam nem mais um tostão. A pouco e pouco os depósitos foram
baixando. Na saída para o estrangeiro acontecia a mesma coisa. As pessoas não
podiam sair com dinheiro mas este também não entrava. Havia mais de um milhão e
meio de emigrantes que enviavam remessas para Portugal. Os residentes passaram
a combinar entregar o dinheiro às famílias cá dentro e eram reembolsados no
exterior.
E radica aí o
início da crise?
A mudança
anunciada no 25 de Abril fazia sentido em qualquer país da Europa ocidental.
Mas quando começou a haver ocupação de terras e de casas, a segurança em
relação aos movimentos financeiros foi afectada. O BdP nos primeiros meses não
teve problemas agudos mas depois começou a ter, face aos crescentes
desequilíbrios da balança externa. A dívida ao exterior não representava ainda
qualquer problema na altura.
Qual era nesse
momento o grande problema do país?
A reorganização
da economia de uma forma sustentável, que permitisse às pessoas terem uma vida
melhor. Quando se fala nos 3 D, até para desenvolver é preciso uma estratégia.
Alguma parte dos responsáveis, e depois o Presidente Eanes, tentaram isso.
Estive em dois grupos de economistas e engenheiros para discutir o projecto
económico para Portugal. Também o programa de Sesimbra, liderado pelo ministro
Melo Antunes, procurava definir uma estratégia realista. A única nacionalização
prevista era a do Crédito Predial Português, para criar um banco do Estado
especializado no crédito à habitação. Mas poucas semanas depois todos os bancos
portugueses foram nacionalizados.
Como é que
reagiram os partidos mais pluralistas?
Nunca tiveram
qualquer influência. Até às primeiras eleições viveu-se um voluntarismo político
em que o PC e uma grande parte do MFA tomaram conta da situação. O MFA tinha
uma visão terceiro mundista, orientação que assumiu quando disse que Portugal
não era um país verdadeiramente europeu e que a inspiração tinha de vir também
da América Latina e dos movimentos de libertação africanos. Pensavam que o
Estado tinha de ter um papel mais relevante. Quando houve o avanço das
nacionalizações não parecia muito absurdo a uma série de pessoas que não tinham
a noção de como funcionam os sistemas económicos em democracias abertas. Mas as
contradições eram evidentes. De facto, estivemos durante quase dois anos a
tentar organizar a economia portuguesa com base em dois modelos opostos: um, o
do planeamento soviético, e outro, o da Europa ocidental, onde havia economia
de mercado e diferentes sistemas de solidariedade social.
Em linha do que
Marcello tinha feito...
O projecto de
Marcello Caetano era viável se não fosse a guerra colonial. Ele não quis ou não
conseguiu anular os bloqueamentos da relação colonial e encontrar soluções para
além da defesa militar. Perdeu muito tempo com a revisão constitucional, com
alguns ajustamentos positivos, mas que não respondiam aos desafios
fundamentais. Deu mais poder aos governos de Angola e Moçambique, mas o
problema maior era criar um caminho que admitisse a viabilidade da
independência.
Angola e
Moçambique não queriam ser independentes?
Acredito que sim.
Mas de facto não puderam escolher. Antes defrontavam as limitações
constitucionais e políticas e depois não lhes foi dada essa oportunidade. Penso
que teriam escolhido uma independência diferente porque ficaram na mão de
governos marxistas, que provavelmente seriam minoritários se tivesse havido
eleições. Poderia ter acontecido como na África do Sul, com governos que nunca
puseram em causa a economia de mercado e as liberdades individuais. Em
Portugal, após 74, estávamos divididos entre a aproximação à Comunidade
Europeia e a inspiração soviética. Julgo que o MFA acreditava que, em eleições,
o modelo soviético iria ganhar. E as primeiras eleições para a Assembleia
Constituinte foram um golpe nessas expectativas. O Partido Comunista teve
apenas cerca de 12% dos votos e a partir daí só concorreu em coligação.
O PC já se tinha
preparado antes da Revolução para assumir o poder?
Provavelmente não
acreditavam que fosse possível daquela maneira. Foi uma boa surpresa e eles
aproveitaram muito bem a oportunidade. Se não fosse o golpe militar,
provavelmente nunca teriam tido a influência que tiveram. Mas acabámos por
ficar com uma Constituição em que a área política acaba por ser bastante
liberal - os direitos, liberdades e garantias são assegurados e a influência do
Estado está subordinada ao direito - uma parte económica muito inspirada no
modelo soviético. O objectivo final de uma sociedade liberal não é impor um
modelo de felicidade mas permitir a escolha entre várias opções e facilitar as
mudanças. A vantagem real das eleições não é garantir bons governos, é podermos
dar voz de saída aos maus governos sem uma guerra civil. Também não se pode
garantir eternamente o papel das empresas do Estado, como se estabelecia na
Constituição. Logo em 76 começou a ter de se alterar a Constituição. Por
exemplo, não havia despedimentos sem justa causa. Mas nesse mesmo ano
introduziram-se os contratos a termo certo, que são tudo quanto há de mais
precário, e aceitaram-se os despedimentos colectivos para salvar empresas. A
descolonização também não foi feita para garantir o direito à autodeterminação
dos povos, como estava anunciado. Quando se aceita o princípio de que nem mais
um militar para as ex-colónias numa situação de guerra está tudo dito. Em
Angola, Rosa Coutinho encorajou a saída dos portugueses. O povo angolano não
pôde, como aconteceu na África do Sul, escolher um novo relacionamento com a
população branca. Acabou por só haver autodeterminação em Timor, assegurada com
o apoio das Nações Unidas.
Porque é que as
Nações Unidas não intervieram em Angola e Moçambique?
Não lhes demos
essa hipótese, o imediatismo prevaleceu. Houve logo ponte aérea para tirar de
África centenas de milhares de portugueses. Agora o mais estranho é não termos
aprendido com a Revolução. Toda a gente sabe que o problema central da economia
portuguesa é assegurar crescimento suficiente do produto, que praticamente estagnou
nos últimos anos. Houve dumping de obras públicas, que naturalmente não criou
um emprego duradouro. Fecharam-se entretanto muitos sectores industriais e a
agricultura só agora começou a ser valorizada. Tivemos dois casos de sucesso
nas empresas públicas, os cimentos e a celulose. O resto foi subsidiado ao
longo de anos.
E não era assim
antes do 25 de Abril?
Havia uma
estratégia de desenvolvimento económico assumida. Estamos ainda a viver de
algumas decisões tomadas em 1971, como a uniformização dos sistemas de ensino
básico. E de grandes projectos como a Brisa, o novo aeroporto de Lisboa, que já
estava lançado e os proprietários estavam a ser expropriados, o Alqueva e
Sines, em construção avançada. São ainda os grandes projectos de hoje. E o
confronto com esse tempo permite-nos retirar outra lição: a melhor maneira de
criar o futuro não é defender o passado, como aconteceu com a relação colonial.
As empresas
públicas devem ser todas privatizadas? Por exemplo a Carris?
Acho que devemos
ter um sistema de transportes públicos em Lisboa mais eficiente. O número de
utilizadores tem vindo a baixar. Não temos um projecto para a mobilidade na
zona de Lisboa. Quando nos agarramos às soluções do passado, não conseguimos
encontrar respostas. Por exemplo, olhamos muito mais para a taxa de desemprego
que para a criação de emprego. Mas nas mudanças estruturais é muito mais importante
olhar para o que está a nascer do que para o que está a desaparecer, e
desaparecerá em qualquer caso. A melhor forma de assegurar o futuro é construir
novas formas de criar valor.
Isso tem a ver
com os partidos?
E tem a ver com a
opinião pública. Porque é que os partidos fazem as promessas eleitorais que
fazem?
Para mim, o poder
político continua a não querer uma opinião pública informada e
reivindicativa...
Noutros países, o
abuso de promessas não cumpridas não seria possível, porque os partidos, se não
equacionassem os verdadeiros problemas, perdiam as eleições. Desde a entrada da
troika, houve movimentos que apenas combateram as consequências mas não as
verdadeiras causas. É necessário assegurar melhores empregos e melhorias das
condições de vida mas para isso é preciso organizar o país de forma a haver
capacidade de produção mais eficaz. Neste momento acho que há lugar para os
partidos falarem mais seriamente às pessoas. É legítimo querer níveis de vida
mais europeus mas temos de assumir mais exigência quanto à capacidade produtiva
e confiar menos no endividamento. E, apesar de as famílias portuguesas estarem
mais conscientes, continua a haver a ideia de que alguém vai resolver o
problema. Ou são os pais, ou os avós, ou o Estado ou a União Europeia. Veja que
não há ninguém a manifestar-se contra a burocracia e as demoras na aprovação de
projectos que podem criar emprego. Nem contra as demoras da justiça ou o
facilitismo em alguns estabelecimentos de ensino. Mas era com isso que as
pessoas à partida se deviam indignar. O investimento produtivo é o caminho que
nos vai permitir criar emprego, reduzir a carga fiscal em termos relativos e
suportar um sistema social no futuro, porque se não houver crescimento
económico não vamos conseguir.
Este governo está
a falar seriamente às pessoas?
O governo falou
seriamente quando disse que era preciso mudar o estilo de vida das pessoas. Mas
não é um problema de mais sacrifícios, é um problema de melhor desempenho.
Muitos sacrifícios não atraem mais investimento, o que atrai mais investimento
é a resolução dos constrangimentos. À partida, devia-se ter posto o país a
discutir o estado em que se encontrava quando foi assinado o acordo com a
troika. Explicar que não se podia recorrer à acumulação ou ocultação da dívida.
E ver como países pequenos na Europa e na Ásia têm conseguido conquistar
posições no mercado global. Os portugueses, quando assumem os desafios de uma
forma decisiva, têm desempenho reconhecidamente positivo, como acontece com os
nossos emigrantes e em empresas de referência em Portugal, como a AutoEuropa ou
a Siemens, o calçado, os têxteis ou o turismo. E isso pode ser um objectivo
unificador. Veja a DECO, uma associação com 400 mil membros, que tem
contribuído decisivamente para assegurar os direitos dos consumidores. As
associações cívicas podem fazer a diferença na defesa dos direitos dos
eleitores e na defesa de caminhos para assegurar a eliminação dos entraves ao
investimento. Uma associação como a PASC- Plataforma Activa da Sociedade Civil-
que agrega 40 associações cívicas, pode contribuir para focar a atenção dos
portugueses em mudanças que façam a diferença face aos desafios que temos de
vencer e condicionam o nosso futuro. E forçar as reformas de que falamos desde
1978 sem as realizar. Um exemplo. Mais importante que a reforma das freguesias,
seria erradicar o excesso da burocracia nacional e municipal, que os
portugueses não assumiram ainda como uma prioridade.
Sem comentários:
Enviar um comentário