Mais de 16,1% do solo chinês está
contaminado, reconheceu o Governo
AGÊNCIAS
18/04/2014 - PÚBLICO
Uma investigação
realizada pelo Ministério da Protecção Ambiental chinês mostrou que 16.1% do
solo chinês tem níveis de poluição bastante elevados, incluindo metais pesados.
"Em 82,8% do território contaminado existem poluentes inorgânicos tóxicos,
incluindo cádmio, mercúrio, arsénico e chumbo”.
Foram recolhidas
amostras em 6,3 milhões de quilómetros quadrados do território (cerca de dois
terços da área do país), e destes mais de um milhão encontra-se poluído, de
acordo com estudo realizado entre 2005 e 2013. O Ministério da Protecção
Ambiental chinês culpa a actividade agrícola pela contaminação do solo, mas
também “outras actividades humanas”.
Sabia-se que este
estudo existia, e tem suscitado muitos rumores, diz a AFP, pois as autoridades
chinesas tinham-se recusado a torna-lo público no ano passado, considerando-o
um segredo de Estado. Contudo, esta quinta-feira publicaram finalmente o estudo
no site oficial do Ministério da Protecção Ambiental (www.mep.gov.cn).
As autoridades
chinesas estão muito preocupadas com o impacto que a poluição está a ter na
economia. “É difícil estar optimista com estes resultados”, disse o Ministério
da Protecção Ambiental em comunicado.
Esta crescente
degradação do meio ambiente é um grande flagelo para população chinesa, cada
vez menos disposta a aceitar o sacrifício do ambiente e da sua própria saúde
pelo crescimento económico.
A grande maioria
dos rios na China encontra-se moderadamente ou gravemente poluídos e os
escândalos sobre a contaminação das águas subterrâneas têm sido comuns. Isto
sem mencionar as constantes notícias sobre a degradação da qualidade do ar,
afectando regiões inteiras da segunda economia mundial.
A China anunciou,
na semana passada, o seu primeiro projecto-piloto para o tratamento de metais
pesados no solo, na província de Hunan. O mesmo local que, no ano passado, foi
envolvido numa série de escândalos, devido à contaminação do arroz por cádmio
(é um dos metais mais tóxicos, apesar de ser um elemento químico essencial).
O Ministério
chinês da Protecção Ambiental já reconheceu também em 2013, a existência de
algumas " aldeias do cancro "
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