quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Monte Branco. Investigação da revista “Sábado” revela que Sócrates foi escutado




Monte Branco. Investigação da revista “Sábado” revela que Sócrates foi escutado
Por Carlos Diogo Santos
publicado em 7 Ago 2014 in (jornal) i online

Revista "Sábado" revela que a PGR se reuniu de urgência com Amadeu Guerra e Rosário Teixeira. Marques Vidal criticou fuga de informação
José Sócrates terá sido alvo de escutas telefónicas no âmbito de um processo que nasceu do caso Monte Branco. A revista "Sábado" havia noticiado na passada semana que o ex-primeiro-ministro está a ser investigado há vários meses pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) por indícios de crimes fiscais de natureza fiscal e económica.

Na altura a Procuradoria-Geral da República reagiu dizendo que José Sócrates não estava a "ser investigado no processo Monte Branco" não desmentindo, porém, que estivesse a ser investigado num processo autónomo como fora noticiado.

A notícia de que o Ministério Público e vários peritos das finanças estariam a vigiar o ex-primeiro-ministro obrigou, segundo a edição da "Sábado" de hoje, a uma reunião de emergência entre a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, o director do DCIAP, Amadeu Guerra, e o procurador responsável pela investigação, Rosário Teixeira. Objectivo: perceber qual a origem da fuga de informação.

No âmbito deste processo, além de Sócrates - que nunca foi constituído arguido, ouvido ou interrogado - existem ainda outros dois suspeitos: José Paulo Bernardo Pinto Monteiro, um dos primos de Sócrates ouvido pelo MP no processo Freeport, e o empresário Carlos Manuel dos Santos Silva, amigo que alegadamente comprou em 2011 e 2012 três casas à mãe do ex-primeiro-ministro no valor de 775 mil euros.

Na reunião da última semana - que segundo a "Sábado" foi considerada confidencial -, Joana Marques Vidal terá sido confrontada com um dossier levado por Rosário Teixeira sobre este caso. Foi nesse encontro, revela a revista, que a Procuradora-Geral da República terá sido informada por Amadeu Guerra de que a investigação que visa José Sócrates inclui já várias horas de conversas em que intervém o ex-primeiro-ministro.

Segundo noticiado não foi porém possível apurar se as intercepções e gravações das conversas foram feitas directamente aos telefones de Sócrates, aos de outros suspeitos ou a todos.

Confrontada esta semana pela revista, a PGR disse não ter nada a acrescentar ao seu último comunicado. Não esclareceu sequer se o processo autónomo em que Sócrates estará a ser investigado está sob segredo de justiça. O director do DCIAP, o procurador Rosário Teixeira e o Juiz de Instrução Criminal Carlos Alexandre não responderam às questões colocadas. A "Sábado" refere ainda não ter obtido reacções dos visados na investigação.

REACÇÃO

Em declarações à RTP na última semana, José Sócrates considerou a notícia da "Sábado" da semana passada "um absurdo" e "uma verdadeira canalhice". O ex-primeiro-ministro insistiu ainda várias vezes que não tem capitais, nem contas no estrangeiro e que a família não tem "capitais nem movimenta largas somas"."Lamento que isto se faça para colocar um socialista na história do Monte Branco", disse Sócrates, acusando ainda a publicação de o querer associar a Ricardo Salgado.

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