Monte Branco. Investigação da
revista “Sábado” revela que Sócrates foi escutado
Por Carlos Diogo
Santos
publicado em 7 Ago
2014 in
(jornal) i online
Revista
"Sábado" revela que a PGR se reuniu de urgência com Amadeu Guerra e
Rosário Teixeira. Marques Vidal criticou fuga de informação
José Sócrates
terá sido alvo de escutas telefónicas no âmbito de um processo que nasceu do
caso Monte Branco. A revista "Sábado" havia noticiado na passada
semana que o ex-primeiro-ministro está a ser investigado há vários meses pelo
Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) por indícios de
crimes fiscais de natureza fiscal e económica.
Na altura a
Procuradoria-Geral da República reagiu dizendo que José Sócrates não estava a
"ser investigado no processo Monte Branco" não desmentindo, porém,
que estivesse a ser investigado num processo autónomo como fora noticiado.
A notícia de que
o Ministério Público e vários peritos das finanças estariam a vigiar o
ex-primeiro-ministro obrigou, segundo a edição da "Sábado" de hoje, a
uma reunião de emergência entre a Procuradora-Geral da República, Joana Marques
Vidal, o director do DCIAP, Amadeu Guerra, e o procurador responsável pela
investigação, Rosário Teixeira. Objectivo: perceber qual a origem da fuga de
informação.
No âmbito deste
processo, além de Sócrates - que nunca foi constituído arguido, ouvido ou
interrogado - existem ainda outros dois suspeitos: José Paulo Bernardo Pinto
Monteiro, um dos primos de Sócrates ouvido pelo MP no processo Freeport, e o
empresário Carlos Manuel dos Santos Silva, amigo que alegadamente comprou em
2011 e 2012 três casas à mãe do ex-primeiro-ministro no valor de 775 mil euros.
Na reunião da
última semana - que segundo a "Sábado" foi considerada confidencial
-, Joana Marques Vidal terá sido confrontada com um dossier levado por Rosário
Teixeira sobre este caso. Foi nesse encontro, revela a revista, que a
Procuradora-Geral da República terá sido informada por Amadeu Guerra de que a
investigação que visa José Sócrates inclui já várias horas de conversas em que
intervém o ex-primeiro-ministro.
Segundo noticiado
não foi porém possível apurar se as intercepções e gravações das conversas
foram feitas directamente aos telefones de Sócrates, aos de outros suspeitos ou
a todos.
Confrontada esta semana
pela revista, a PGR disse não ter nada a acrescentar ao seu último comunicado. Não
esclareceu sequer se o processo autónomo em que Sócrates estará a ser
investigado está sob segredo de justiça. O director do DCIAP, o procurador
Rosário Teixeira e o Juiz de Instrução Criminal Carlos Alexandre não
responderam às questões colocadas. A "Sábado" refere ainda não ter
obtido reacções dos visados na investigação.
REACÇÃO
Em declarações à
RTP na última semana, José Sócrates considerou a notícia da "Sábado"
da semana passada "um absurdo" e "uma verdadeira
canalhice". O ex-primeiro-ministro insistiu ainda várias vezes que não tem
capitais, nem contas no estrangeiro e que a família não tem "capitais nem
movimenta largas somas"."Lamento que isto se faça para colocar um
socialista na história do Monte Branco", disse Sócrates, acusando ainda a
publicação de o querer associar a Ricardo Salgado.
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