quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Um sistema, uma sociedade, por Bosco Olazabal.

Texto de Bosco Olazabal, ( talvez propositadamente)  vago na medida em que não define o que se entende como “responsabilidade social”... e “progresso humano” ...
O “TER” não pode ser definido qualitativamente sem um equilibrio com o rigor que o “SER” exige ... e aqui chegamos à responsabilidade ética da utilização do Capital .
Segue-se a descrição, através de um Banco já existente e pioneiro entre outros,  de um tipo de actividade Bancária  que se poderá caracterizar como Ética e Responsável.

Triodos Bank N.V. is a bank based in the Netherlands with branches in Belgium, Germany, United Kingdom and Spain. It claims to be a pioneer in ethical banking. Triodos Bank finances companies which it thinks add cultural value and benefit both people and the environment. That includes companies in the fields of Bach flower remedies, homeopathy, solar energy, organic farming or culture. The name Triodos is derived from the Greek "τρὶ ὁδος - tri hodos," meaning "three-way approach" (people, planet, profit). Triodos Bank's balance sheet was worth EUR 5.3 billion by the end of 2012. It is influenced by the anthroposophical movement.

Triodos is unusual in that it only lends to businesses and charities judged to be of social or ecological benefit. This "positive screening" extends its policies beyond those of ethical banks which solely avoid investing in companies judged to be doing harm ("negative screening").The Bank uses money deposited by close to 100,000 savers and lends it to hundreds of organisations, such as fair trade initiatives, organic farms, cultural and arts initiatives, renewable energy projects, and social enterprises.

Savers can open conventional savings accounts, as well as ethical funds and venture capital. Triodos also has an active international department, supporting microfinance initiatives across the developing world. Triodos is the only commercial bank in the UK to provide an annual list of all the loans the bank has made.

In 1980 Triodos launched the first "green fund", a fund for environmentally friendly projects, on the Amsterdam Stock Exchange. Friends of the Earth in the Netherlands claims that transferring 10,000 euros in savings from a "climate laggard" such as ABN Amro to Triodos will effectively result in a carbon dioxide emissions saving equivalent to what would be achieved by not driving a car for six months. The bank compensates 100% of its own CO2 emissions.

As of the end of 2012, Triodos Bank had more than 437,000 customers. About half of these are in the Netherlands, and a quarter in Spain.

The bank was founded as an anthroposophical initiative. The bank's statutes were committed to anthroposophical principles until 1999, but in later years, the bank has broadened its appeal.

The bank operations and customer relations are mainly based on the web, but adapt to local customs. In Spain, for example, physical offices are preferred by the clients and therefore several commercial offices have been opened in the major towns

OVOODOCORVO.


Um sistema, uma sociedade
18 Agosto 2014, 20:15 por Bosco Olazabal
In NEGÓCIOS online

A credibilidade dos bancos em Portugal está de novo a ser posta em causa, fenómeno este que deve ser ultrapassado devido à importância que os mesmos têm no desenvolver da nossa sociedade.

Não é consensual quando apareceram os primeiros bancos, o que sim é sabido é que a atividade de aceitar depósitos e emprestar dinheiro existe pelo menos desde o tempo dos fenícios. Atualmente o banco mais antigo ainda a operar é o italiano Monte dei Paschi fundado em 1472. A indústria cresceu com o aparecimento de novos bancos privados ao longo do tempo e também de bancos centrais como o de Inglaterra em 1694 que serviu de modelo para muitos dos subsequentes bancos centrais que surgiram. Com a ajuda da globalização, a indústria bancária acabou por assumir a enorme dimensão que apresenta hoje em dia.

O processo não foi de todo tranquilo e nada melhor que a história estado-unidense para perceber isso. Foram bastantes os choques que o sistema bancário e em simultâneo a sociedade sofreram ao longo do tempo. Temos, por exemplo, a crise entre 1837 e 1843 em que 343 dos 850 bancos que existiam nos Estados Unidos da América fecharam portas; em 1907, deu-se o pânico dos banqueiros como consequência do incidente da United Cooper; em 1929, a famosa quinta-feira negra e mais recentemente com início em 2007 o colapso do sistema bancário à escala mundial. É por isso imperativo tentar entender alguma variável comum que todos estes choques possam ter de forma a minimizá-los, e para isso é necessário perceber a indústria bancária e aquilo que a mesma significa.

A importância do sistema bancário no mundo é inquestionável. São estas instituições que permitem que o dinheiro circule e chegue às mãos daqueles que munidos de ideias de negócios o invistam na esperança de criar valor. Mas é esta ligação entre os bancos e o desenvolvimento da sociedade que torna a indústria bancária uma indústria tão delicada. Para o mundo chegar ao nível avançado de desenvolvimento dos dias de hoje foi preciso um sistema bancário que suportasse e alimentasse o crescimento o que acaba por criar uma dependência grande da sociedade na indústria bancária. Por outras palavras, se a teia de bancos colapsa a sociedade acaba por sofrer de forma direta e intensa e vice-versa.

Tudo isto me leva à seguinte pergunta: como conseguimos fomentar o crescimento das instituições bancárias e por sua vez maximização dos lucros dos seus acionistas ao mesmo tempo que fomentamos o crescimento e desenvolvimento da sociedade?

Uma das chaves para a resolução de tal enigma, na minha, opinião é o alinhamento dos interesses entre a sociedade e os próprios bancos. Sendo assim a variável de interesse neste caso é precisamente a responsabilidade social, o que significa que os bancos na hora de delinearem os seus planos de crescimento para o futuro devem pensar naquilo que mais sentido faz para a sociedade que os rodeia e as pessoas que utilizam os bancos na hora de recorrer aos mesmos também devem de forma sensata e imparcial pensar se as suas aspirações fazem sentido e por sua vez deveriam ser tidas em conta.

No fundo o que acaba por ser exigido por esta linha de pensamento é um esforço conjunto às instituições bancárias e aos seus utilizadores, onde o foque central é o bem-estar social. O meu ponto de vista diz-me que faz todo o sentido, visto que é indubitável que o sistema bancário é o motor que fomenta o crescimento de qualquer sociedade, e esta mesma sociedade deve então ser o ponto de interesse para o crescimento sustentável. Tudo isto me leva a crer que as bases do desenvolvimento do mundo em que vivemos estão na capacidade de os bancos pensarem na sua atividade desde o prisma da responsabilidade social e na capacidade de a sociedade olhar para os bancos como instituições sérias e credíveis que se utilizadas da forma correta podem facilitar o processo de preservação e possível multiplicação de capitais.


Membro do Nova Investment Club

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