Fim dos brasões alusivos às
ex-colónias está a alimentar uma grande polémica
António Costa foi “surpreendido”
por fim dos brasões na Praça do Império
SÃO JOSÉ ALMEIDA
30/08/2014 - PÚBLICO
PSD disponível para encontrar “solução financeira”.
O presidente da
Câmara de Lisboa, António Costa, respondeu ao vereador do CDS, João Gonçalves
Pereira, que foi “surpreendido” com a decisão do vereador José Sá Fernandes de
acabar com os brasões coloniais desenhados em flores naturais no jardim da
Praça do Império.
O PÚBLICO teve
acesso a uma carta enviada por Gonçalves Pereira a António Costa, onde o
vereador do CDS afirma sobre a carta que recebeu do presidente da Câmara: “Na
referida resposta o senhor presidente da Câmara afirma-se 'surpreendido' com
essa decisão, e revela que pediu 'informação' sobre a mesma ao vereador José Sá
Fernandes e conclui dizendo que agendará a matéria na próxima reunião de
Câmara.”
A discussão em
reunião da Câmara servirá também para o PSD procurar encontrar uma solução para
o problema. O presidente da concelhia do PSD de Lisboa afirmou este sábado à
agência Lusa que o partido e a junta de freguesia de Belém estão
"disponíveis para encontrar soluções financeiras" para manter os
brasões na Praça do Império.
O jardim da Praça
do Império, situado há 75 anos em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, agrega
várias composições florais, como brasões dos distritos portugueses, a cruz de
Cristo, o escudo português e canteiros com símbolos das ex-colónias, que já não
são alvo de intervenções há cerca de 20 anos.
Contudo, enquanto
a maioria destes trabalhos vão ser recuperados pela câmara, a autarquia
anunciou na quarta-feira, que os brasões ultramarinos não seriam mantidos No
total, são 24 brasões a receber intervenção e oito que não vão ser reparados.
O presidente da
concelhia social-democrata, Mauro Xavier considera que o anúncio da autarquia
está relacionado também com uma questão "economicista". Segundo o
responsável, a manutenção daqueles oito brasões custa entre 15 a 20 mil euros por ano e
tanto o PSD como a junta, também social-democrata, estão dispostos a suportar o
encargo, através da contratação de uma empresa privada para tal tarefa.
Isto caso a
câmara também esteja "disponível" para o aceitar, já que o jardim da
Praça do Império é um dos três situados na freguesia de Belém que estão sob
alçada do município por serem considerados estruturantes para a cidade,
adiantou.
Salientando que
"o património de Lisboa deve ser mantido", Mauro Xavier criticou
ainda o facto de o vereador da Estrutura Verde, José Sá Fernandes, ter tomado
uma "decisão unilateral" e de a câmara ainda não se ter pronunciado
sobre o assunto.
Sem comentários:
Enviar um comentário