sábado, 23 de agosto de 2014

Menor vinga morte do pai pelo fogo PJ identifica menor responsável por 12 incêndios do verão passado. Num deles morreu um bombeiro.


Incêndio na Covilhã onde Pedro Rodrigues, de 41 anos, perdeu a vida, a 15 de agosto do ano passado


Incêndios
Menor vinga morte do pai pelo fogo PJ identifica menor responsável por 12 incêndios do verão passado. Num deles morreu um bombeiro.
 Hoje, 08h24 Por:Tânia Laranjo in CM online, com T.V.P./A.C./A.B.P./A.S.

Tinha apenas 13 anos. Meses antes perdera o pai e tornara-se o ‘homem da casa'. À PJ da Guarda disse agora que tinha de proteger a mãe e a irmã. Foi por isso que ateou os dois primeiros fogos na mata. Seguiram-se mais dez, num deles, na Covilhã, a 15 de agosto do ano passado, morreu um bombeiro. O rapaz não assume a autoria desse fogo que acabou num homicídio, mas reconhece os restantes. Ontem, a PJ deu a investigação por concluída. O processo seguiu para o Tribunal de Menores, porque o rapaz, hoje com 14 anos, ainda não tem responsabilidade penal. Deverá agora ser sujeito a uma medida de internamento, mas também terá de ser apoiado porque a revolta pela morte do pai se mantém. Embora à PJ diga que está arrependido pela série de incêndios que provocou no verão passado. Os fogos foram ateados nas freguesias de Tortosendo, Telhado, Vales do Rio, Dominguizo, Paul e Barco. Porém, foi na zona da Coutada, a 15 de agosto, que o fogo se descontrolou. Pedro Rodrigues tinha 41 anos e foi surpreendido por uma mudança de vento. Envolvido pelas labaredas, o bombeiro da Covilhã não resistiu. Morreu a proteger as casas. O rapaz diz que era ele quem chamava os bombeiros após atear os fogos. Nas duas primeiras situações, os alvos foram vizinhos. O primeiro, garante, tinha ameaçado bater à mãe. O segundo metera-se com a irmã. Depois, passou a agir por prazer. Atraído pelo fogo e com a ânsia de se tornar útil incendiava a mata e ligava para os bombeiros. Esperava-os na estrada e indicava o caminho. Ajudava-os depois a controlar as chamas. Num dos casos, o menor acabou por ser salvo pelos bombeiros e assistido no hospital. As suspeitas do seu envolvimento nos incêndios eram antigas. Os próprios vizinhos avisaram a Polícia Judiciária sobre o comportamento do menor e alertaram para a rapidez com que aparecia nos locais. Famílias de oito bombeiros mortos já foram indemnizadas Passou ontem um ano sobre a morte de Ana Rita Pereira, a bombeira de 24 anos da corporação de Alcabideche, Cascais, que morreu no grande incêndio do Caramulo no trágico verão de 2013. A família de Ana Rita e dos restantes sete bombeiros que perderam a vida no ano passado receberam as respetivas indemnizações por morte. Segundo Jaime Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em declarações ao CM, as verbas pagas "correspondem a um seguro que as câmaras municipais têm para as corporações de bombeiros de cada concelho". Cada indemnização corresponde a 225 salários mínimos, o que equivale a 109 mil euros. Os familiares dos bombeiros mortos estão também a receber uma pensão de sangue, (por morte no cumprimento do dever) paga pelo fundo de proteção social da LBP. Ontem a igreja de Alcabideche revelou-se demasiado pequena para receber os familiares, amigos e colegas de Ana Rita Pereira numa missa em memória da bombeira. José Pereia, pai de Ana Rita, frisou as saudades que tem da filha e descreveu-a como a um anjo.

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