terça-feira, 1 de julho de 2014

Cidadãos pedem a Costa um ‘nunca mais’ a parque do Príncipe Real


Cidadãos pedem a Costa um ‘nunca mais’ a parque do Príncipe Real
Sónia Balasteiro  | 01/07/2014 12:52:50  / in SOL online

“A nós, cidadãos e residentes, e às organizações cívicas que representamos, um ‘não é para já’ não nos sossega, antes pelo contrário, deixa-nos muito inquietos. Por isso apelamos ao seu bom senso e ao seu intransigente sentido de defesa dos interesses dos cidadãos para não ceder a injustificados interesses de terceiros, para, agindo com base nos poderes que os cidadãos desta cidade recentemente lhe conferiram, transformar esse ‘para já, não’ num ‘para nunca mais’”, lê-se numa carta aberta enviada hoje ao presidente da Câmara de Lisboa pela Plataforma Contra a Construção do Parque, que reúne várias associações como os Amigos do Amigos do Príncipe Real, a Liga dos Amigos do Jardim Botânico e a Fórum Cidadania Lisboa.

Em causa está o facto de António Costa não ter afastado definitivamente, no debate na Assembleia Municipal de 17 de Junho, a hipótese de construir um parque de estacionamento subterrâneo naquele jardim, onde existem sete árvores de Interesse Público e uma inscrita no Guiness, explica-se no documento.

“Não exageramos nem falamos de cor. O uso de maquinaria pesada e abertura de profundos roços para instalação do novo sistema de iluminação no Jardim, durante os trabalhos de 2009/10 mostraram-se e continuam infelizmente a mostrar-se, altamente prejudiciais para a saúde das árvores, como a ‘taxa de mortalidade’ entretanto verificada entre as espécies do Jardim o comprova”, continuam os cidadãos, revelando ainda “apreensão” com o “impacto negativo que a construção de um parque com quatro pisos subterrâneos e pelo menos 12 metros de profundidade terá sobre os edifícios centenários que ladeiam a praça”.

“As paredes exteriores desse parque ficariam a escassos metros das fundações desses edifícios, que não poderão deixar de se ressentir quer com as vibrações e trepidações do terreno durante a fase de construção, quer com as consequências que a mudança do regime de infiltração das águas pluviais produzirá ao longo do tempo”,alertam as organizações sustentando que os estudos técnicos realizados para suportar o projecto “são claros quando afirmam que os impactes negativos nas estruturas dos edifícios que bordejam a praça, e no Aqueduto, não estão estimados e, pior, podem ser irreversíveis”.


A petição online contra o projecto, lançada a 16 de Junho, conta com cerca de 2.200 assinaturas.

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