Cidadãos pedem a Costa um ‘nunca
mais’ a parque do Príncipe Real
Sónia
Balasteiro | 01/07/2014 12:52:50 / in SOL online
“A nós, cidadãos
e residentes, e às organizações cívicas que representamos, um ‘não é para já’
não nos sossega, antes pelo contrário, deixa-nos muito inquietos. Por isso
apelamos ao seu bom senso e ao seu intransigente sentido de defesa dos
interesses dos cidadãos para não ceder a injustificados interesses de
terceiros, para, agindo com base nos poderes que os cidadãos desta cidade
recentemente lhe conferiram, transformar esse ‘para já, não’ num ‘para nunca
mais’”, lê-se numa carta aberta enviada hoje ao presidente da Câmara de Lisboa
pela Plataforma Contra a Construção do Parque, que reúne várias associações
como os Amigos do Amigos do Príncipe Real, a Liga dos Amigos do Jardim Botânico
e a Fórum Cidadania Lisboa.
Em causa está o
facto de António Costa não ter afastado definitivamente, no debate na
Assembleia Municipal de 17 de Junho, a hipótese de construir um parque de
estacionamento subterrâneo naquele jardim, onde existem sete árvores de
Interesse Público e uma inscrita no Guiness, explica-se no documento.
“Não exageramos
nem falamos de cor. O uso de maquinaria pesada e abertura de profundos roços
para instalação do novo sistema de iluminação no Jardim, durante os trabalhos
de 2009/10 mostraram-se e continuam infelizmente a mostrar-se, altamente
prejudiciais para a saúde das árvores, como a ‘taxa de mortalidade’ entretanto
verificada entre as espécies do Jardim o comprova”, continuam os cidadãos,
revelando ainda “apreensão” com o “impacto negativo que a construção de um
parque com quatro pisos subterrâneos e pelo menos 12 metros de profundidade
terá sobre os edifícios centenários que ladeiam a praça”.
“As paredes
exteriores desse parque ficariam a escassos metros das fundações desses
edifícios, que não poderão deixar de se ressentir quer com as vibrações e
trepidações do terreno durante a fase de construção, quer com as consequências
que a mudança do regime de infiltração das águas pluviais produzirá ao longo do
tempo”,alertam as organizações sustentando que os estudos técnicos realizados
para suportar o projecto “são claros quando afirmam que os impactes negativos
nas estruturas dos edifícios que bordejam a praça, e no Aqueduto, não estão
estimados e, pior, podem ser irreversíveis”.
A petição online
contra o projecto, lançada a 16 de Junho, conta com cerca de 2.200 assinaturas.
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