Costa abre porta a alianças com o
PSD se Passos Coelho sair
Por Luís Claro
publicado em 19
Jul 2014 in
(jornal ) i online
Socialista recusa entendimentos com Passos Coelho, mas se o PSD mudar a
"conversa é outra"
A discussão sobre
a política de alianças veio para ficar na campanha interna do PS e António
Costa, depois de ter dito que era um sinal de "fraqueza" do PS abrir
esse debate, explicou com mais detalhe, na Quadratura do Círculo, na
SIC-Notícias, qual será a sua estratégia se vencer as primárias no PS. O
candidato recusou uma aliança com Passos Coelho, mas não fechou a porta "a
outro PSD".
Se for candidato
a primeiro-ministro e não conseguir a maioria absoluta, António Costa garante
que "não faz o menor sentido" construir uma alternativa com este PSD,
mas se na sequência da derrota eleitoral os sociais-democratas mudarem de
liderança, a conversa é outra. "Se me diz: o PSD perde as eleições e muda
e aparece outra direcção e tem outra política... Se o PSD for outro PSD com
certeza que a conversa também é outra conversa", disse o autarca de
Lisboa.
A hipótese de o
PSD mudar de direcção, se perder as eleições, é real e pode passar por
ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, com quem António Costa tem boas
relações. Rio já admitiu que, se houver "muita gente" a apoiá-lo,
está disponível para um regresso à política. O ex-autarca é um dos nomes fortes
para protagonizar um novo ciclo no PSD, com a vantagem de se ter distanciado da
política de austeridade deste governo.
Ao mesmo tempo,
Costa está atento às movimentações à esquerda do PS. A saída de Ana Drago do
BE, em defesa de que a esquerda deve estar aberta a convergências com o PS -
uma tese partilhada pelo Livre de Rui Tavares e pelo 3D de Daniel Oliveira - é
vista com agrado pelo socialista. A dúvida de António Costa é se os dissidentes
do Bloco de Esquerda conseguirão "dar esse salto". "Eu espero
que sim e sinto que há hoje outra movimentação", disse o autarca,
realçando, porém, que "a experiência" tem mostrado que os
entendimentos à esquerda não são possíveis.
Mas o candidato
às primárias no PS diz não ter "ilusões" de que "a boa solução é
mesmo ter maioria absoluta" e está convencido que esse objectivo é
possível, porque uma parte do eleitorado do PSD vai votar nos socialistas nas
próximas eleições para garantir a "estabilidade".
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