sábado, 12 de julho de 2014

O problema da poluição do plástico e a necessidade de 'adotar' ( * ) hábitos mais sustentáveis. Great Pacific Garbage Patch - Ocean Pollution Awareness


Opinião
A poluição do plástico e a urgência de hábitos sustentáveis
Carmen Lima / 13-7-2014 / PÚBLICO

O plástico, pelas suas caraterísticas, como a durabilidade, foi muito utilizado, sendo incorporado na indústria, medicina ou acondicionamento de alimentos e compras. É difícil imaginar uma sociedade sem plástico. Porém, esta caraterística tornou-se um problema. A reduzida taxa de degradação e a gestão incorreta dos resíduos de plástico promoveu a dispersão pelo ambiente, onde se fragmenta em pedaços, que se vão acumulando principalmente em meios marinhos. Para além da poluição visual, há outros impactes: para a saúde (poderão incorporar a cadeia alimentar), económicos (com danos em equipamentos de pesca ou aquacultura, com repercussões no turismo e na limpeza de praias) e ecológicos (são confundidos por alimento e ingeridos por tartarugas, peixes ou aves). Um estudo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa em 11 praias do litoral continental português (2010/2014) mostra uma predominância de materiais de plástico em 97% das amostras recolhidas, dos quais 27% são fragmentos de plástico e resíduos de sacos.
O consumo de sacos de plástico descartáveis ou sacos leves tem sido cada vez mais elevado. Estimase que cada cidadão europeu consome em média 198 sacos de plástico por ano e, segundo a Comissão Europeia, o consumo em Portugal rondará os 466 sacos. Os sacos leves são difíceis de reutilizar, sendo considerados embalagens de curta duração. Em Portugal, a maioria dos sacos leves oferecidos são oxodegradáveis (“100% degradável” — sacos de plástico com aditivo químico que acelera a degradação). Em 2011, a Quercus alertou para o fato de estes sacos não cumprirem critérios de compostabilidade, não poderem ser tratados com matéria orgânica, assim como poderem fragilizar os processos de reciclagem, restandolhes a incineração ou aterro.
Em 14/01/14, o Parlamento Europeu apelou para que a UE definisse medidas para reduzir os resíduos de plástico no ambiente, especificamente no lixo marinho, tendo sido aprovada uma proposta que aponta para reduzir o uso de sacos de plástico leves em 50% até 2017 e 80% até 2019. Para alcançar esta meta, a Quercus apresentou ao ministro do Ambiente e grupos parlamentares uma proposta que propõe a adoção de medidas graduais distribuídas em quatro anos, entre as quais a implementação/aumento do número de ecocaixas (onde não oferecem sacos). Para os hipermercados as medidas deverão ser acompanhadas de “metas de redução”: 25% no 1.º ano, 50% no 2.º ano, 75% no 3.º ano e 100% até ao 4.º ano, a partir do qual não há oferta de sacos. Para o restante comércio, a redução deverá ser feita no mesmo período, sem metas pré-definidas. Fomentar o uso de sacos reutilizáveis aumenta em 50% a taxa de reutilização e contribui 20% para a otimização no seu uso, segundo estudo da Quercus e Universidade da Madeira (2009).

A proposta da Comissão para a Reforma da Fiscalidade Verde vai ao encontro das preocupações da Quercus, quanto ao desincentivo para o consumo e oferta de sacos leves. Apresentar um material alternativo aos sacos de plástico descartáveis não nos parece resolver o problema da poluição. Reduzir o problema de poluição de plásticos e, consequentemente, dos microplásticos, deve passar por uma gestão de resíduos mais eficaz e eficiente, pela educação ambiental assertiva, pelo uso de sacos reutilizáveis e sua reutilização, preferencialmente fabricados em materiais reciclados e recicláveis. Centro de Informação de Resíduos da Quercus.


 O autor escreve de acordo com o Novo Acordo Ortográfico
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* Pena que a autora apresente nesta mensagem tão importante, a"caraterística" de ter "adotado" o Acordo Ortográfico, ele também uma forma de poluição e fonte de permanente desacordo.
OVOODOCORVO

A foto mostra uma imensa baleia que morreu após ingerir mais de 17 quilos de diferentes tipos de plástico. A autópsia mostrou ainda que o material era proveniente de estufas no sul do Almeria e Granada, na Espanha.
Agricultores que produzem tomates jogavam as sacolas no mar.
Apesar de suas 50 toneladas e 14 metros de comprimento, poucos quilos de plástico um material sintético produzido pelo Homem, foi suficiente para matar o mamífero.



The Great Pacific Garbage Patch is a massive dump of floating garbage in the Pacific Ocean. We contribute to it everyday by littering and using un-biodegradable materials. Our trash is taken downstream from rivers into the ocean, where currents sweep it to the closest patch.

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