Presidenciais. Marcelo diz que
caso BES não o condiciona
Por Luís Claro
publicado em 27
Jul 2014 in
(jornal) i online
Marcelo diz que nunca dependeu de "capitalistas". PSD já admite
candidatura de Santana Lopes
Marcelo Rebelo de Sousa tentou, no seu comentário na TVI, desmontar a tese
de que o caso BES pode condicionar as suas ambições políticas por ser amigo de
Ricardo Salgado. O professor, sem nunca se referir directamente às
presidenciais, garantiu que nunca dependeu de "capitalistas" e que as
suas ambições, apesar de serem "pacíficas e calmas", não serão
afectadas pela evolução do caso que implica o ex-presidente do BES.
Marcelo é, há
muitos anos, amigo de Salgado e a sua companheira, Rita Cabral, é
administradora do banco. Neste fim--de-semana, Pais do Amaral defendeu que se
Ricardo Salgado "não se sair bem" deste caso, Marcelo "não tem
quaisquer condições para ser candidato à presidência". Pais do Amaral
lembrou que Marcelo e Rita Cabral eram "os melhores amigos do casal
Salgado, viajavam juntos e passavam férias juntos".
A possibilidade
de a crise no BES condicionar Marcelo já era apontada, no sábado, pelo
"Expresso", e o professor aproveitou o seu comentário na TVI para
dizer que essa relação "não faz mal" às suas ambições políticas. O
ex-líder do PSD também garantiu que, ao contrário de outros, não deixará de ser
amigo de Salgado. "Não digo: não te posso ver mais porque és arguido, faz
mal às minhas ambições pessoais futuras".
As presidenciais
entraram com força na agenda política com a disponibilidade manifestada por
Santana Lopes para entrar na corrida. "Não estou excluído", disse o
ex-primeiro-ministro, no seu comentário na CMTV, uns dias depois de Luís
Marques Mendes ter revelado que ele é "claramente o preferido" da
direcção de Passos Coelho.
O líder do PSD
nunca manifestou publicamente nenhuma preferência, mas Teresa Leal Coelho,
vice-presidente do partido, já disse que Santana é "um bom
candidato". E, sobretudo, o provedor da Santa Casa conseguiu entrar na
lista de candidatos que podem ter o apoio do PSD.
Luís Montenegro,
líder parlamentar dos sociais-democratas, frisou, na SIC-Notícias, anteontem à
noite, que existem três possibilidades fortes. Santana, Rui Rio e Marcelo
Rebelo de Sousa. "Marcelo dá um excelente candidato, mas Pedro Santana
Lopes e Rui Rio também tem condições para serem excelentes candidatos da nossa
área política". De fora da lista de possíveis candidatos ficou, entretanto,
Durão Barroso, que é visto no PSD como um candidato mais fraco por ser uma
figura impopular entre os portugueses.
SOARES QUER
GUTERRES
À esquerda, António Guterres soma apoios. Neste
fim-de-semana foi a vez de Mário Soares afirmar ao "Expresso" que o
ex-primeiro- -ministro "dava um bom Presidente da República". "Para
a nossa esquerda não há outro. Guterres é o melhor", garantiu o fundador
do PS. Uma hipótese que tem o apoio de quase todo o PS. Guterres já admitiu poder entrar.
Fazer de Marcelo dano colateral
por FERREIRA
FERNANDEs in DN online 28-7-2014
Eh lá, o tiro ao
alvo a Ricardo Salgado já vai nos danos colaterais. Numa entrevista sobre a
compra ou não da TAP, Miguel Pais do Amaral desvia a rota para aterrar no
recentemente caído por terra Ricardo Salgado. Primeiro, Pais do Amaral passou
por aeródromos secundários e falou dos ministros amigos do banqueiro que podiam
prejudicar-se, agora, com a proximidade antiga ao pestífero. Mas logo se viu
que não era esse o destino final: de que ministros fala?, perguntou-se-lhe. Mas
Pais do Amaral desviou: "Não lhe vou dizer." Ele queria era chegar ao
candidato presidencial Marcelo... Esse e a companheira, disse, eram "os
melhores amigos do casal Salgado", a companheira "é administradora no
grupo BES", e "o filho é funcionário da PT". Pronto, já
entendemos, nesta cantiga de amigo e maldizer, Pais do Amaral não morre de
amores por Marcelo, ai Deus i u é. Daí as duas frases extraordinárias que
disse: "Obviamente que uma pessoa que é a melhor amiga de alguém, se esse
alguém não sair bem, não tem quaisquer condições para ser candidato
presidencial nem para alimentar essa candidatura" e, "neste caso,
diz-me quem são os teus amigos, dir-te-ei quem és"! A ser assim, neste
país tão pequeno e misturado em conhecimentos, corremos o risco de ficar sem
candidatos presidenciais: quem está livre de um "amigo" incómodo? Daí
a programas eleitorais em forma de repúdio "Vote em mim porque não sou
amigo de Fulano!", é um passo.
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