segunda-feira, 28 de julho de 2014

Presidenciais. Marcelo diz que caso BES não o condiciona. Fazer de Marcelo dano colateral


Presidenciais. Marcelo diz que caso BES não o condiciona
Por Luís Claro
publicado em 27 Jul 2014 in (jornal) i online

Marcelo diz que nunca dependeu de "capitalistas". PSD já admite candidatura de Santana Lopes
Marcelo Rebelo de Sousa tentou, no seu comentário na TVI, desmontar a tese de que o caso BES pode condicionar as suas ambições políticas por ser amigo de Ricardo Salgado. O professor, sem nunca se referir directamente às presidenciais, garantiu que nunca dependeu de "capitalistas" e que as suas ambições, apesar de serem "pacíficas e calmas", não serão afectadas pela evolução do caso que implica o ex-presidente do BES.

Marcelo é, há muitos anos, amigo de Salgado e a sua companheira, Rita Cabral, é administradora do banco. Neste fim--de-semana, Pais do Amaral defendeu que se Ricardo Salgado "não se sair bem" deste caso, Marcelo "não tem quaisquer condições para ser candidato à presidência". Pais do Amaral lembrou que Marcelo e Rita Cabral eram "os melhores amigos do casal Salgado, viajavam juntos e passavam férias juntos".

A possibilidade de a crise no BES condicionar Marcelo já era apontada, no sábado, pelo "Expresso", e o professor aproveitou o seu comentário na TVI para dizer que essa relação "não faz mal" às suas ambições políticas. O ex-líder do PSD também garantiu que, ao contrário de outros, não deixará de ser amigo de Salgado. "Não digo: não te posso ver mais porque és arguido, faz mal às minhas ambições pessoais futuras".

As presidenciais entraram com força na agenda política com a disponibilidade manifestada por Santana Lopes para entrar na corrida. "Não estou excluído", disse o ex-primeiro-ministro, no seu comentário na CMTV, uns dias depois de Luís Marques Mendes ter revelado que ele é "claramente o preferido" da direcção de Passos Coelho.

O líder do PSD nunca manifestou publicamente nenhuma preferência, mas Teresa Leal Coelho, vice-presidente do partido, já disse que Santana é "um bom candidato". E, sobretudo, o provedor da Santa Casa conseguiu entrar na lista de candidatos que podem ter o apoio do PSD.

Luís Montenegro, líder parlamentar dos sociais-democratas, frisou, na SIC-Notícias, anteontem à noite, que existem três possibilidades fortes. Santana, Rui Rio e Marcelo Rebelo de Sousa. "Marcelo dá um excelente candidato, mas Pedro Santana Lopes e Rui Rio também tem condições para serem excelentes candidatos da nossa área política". De fora da lista de possíveis candidatos ficou, entretanto, Durão Barroso, que é visto no PSD como um candidato mais fraco por ser uma figura impopular entre os portugueses.

SOARES QUER GUTERRES

 À esquerda, António Guterres soma apoios. Neste fim-de-semana foi a vez de Mário Soares afirmar ao "Expresso" que o ex-primeiro- -ministro "dava um bom Presidente da República". "Para a nossa esquerda não há outro. Guterres é o melhor", garantiu o fundador do PS. Uma hipótese que tem o apoio de quase todo o PS. Guterres já admitiu poder entrar.


Fazer de Marcelo dano colateral
por FERREIRA FERNANDEs in DN online 28-7-2014


Eh lá, o tiro ao alvo a Ricardo Salgado já vai nos danos colaterais. Numa entrevista sobre a compra ou não da TAP, Miguel Pais do Amaral desvia a rota para aterrar no recentemente caído por terra Ricardo Salgado. Primeiro, Pais do Amaral passou por aeródromos secundários e falou dos ministros amigos do banqueiro que podiam prejudicar-se, agora, com a proximidade antiga ao pestífero. Mas logo se viu que não era esse o destino final: de que ministros fala?, perguntou-se-lhe. Mas Pais do Amaral desviou: "Não lhe vou dizer." Ele queria era chegar ao candidato presidencial Marcelo... Esse e a companheira, disse, eram "os melhores amigos do casal Salgado", a companheira "é administradora no grupo BES", e "o filho é funcionário da PT". Pronto, já entendemos, nesta cantiga de amigo e maldizer, Pais do Amaral não morre de amores por Marcelo, ai Deus i u é. Daí as duas frases extraordinárias que disse: "Obviamente que uma pessoa que é a melhor amiga de alguém, se esse alguém não sair bem, não tem quaisquer condições para ser candidato presidencial nem para alimentar essa candidatura" e, "neste caso, diz-me quem são os teus amigos, dir-te-ei quem és"! A ser assim, neste país tão pequeno e misturado em conhecimentos, corremos o risco de ficar sem candidatos presidenciais: quem está livre de um "amigo" incómodo? Daí a programas eleitorais em forma de repúdio "Vote em mim porque não sou amigo de Fulano!", é um passo.

Sem comentários: