sábado, 19 de julho de 2014

Robin Rice: “A beleza é uma forma de escravatura cultural” / STOP THE BEAUTY MADNESS.


CAMPANHA
Robin Rice: “A beleza é uma forma de escravatura cultural”
A campanha Stop The Beauty Madness está a tomar conta das redes sociais. A escritora e autora da campanha Robin Rice diz que os padrões irreais de beleza sufocam as mulheres e devem ser travados.
Ana Cristina Marques / 18/7/2014, 19:12 / OBSERVADOR

Padrões de beleza irreais que sufocam e torturam a comunidade feminina: É esta a mensagem da nova campanha que já tomou de assalto as redes sociais. A Stop The Beauty Madness foi lançada pela escritora Robin Rice e quer mudar atitudes e consciências. Dela fazem parte 25 imagens criadas para as redes sociais que habitualmente veríamos em revistas glossy. Mas ao contrário destas publicações, a mensagem é outra e apela ao monólogo interior. As legendas que acompanham as fotografias vão fazê-la/lo pensar.

As ideias variam de fotografia em fotografia, mas o conceito subliminar não. Há a imagem de uma criança produzida que, perante a tradicional pergunta “O que queres ser quando fores grande?”, responde “Bonita”. Mas também aquela de uma mulher de estilo alternativo que antecede os pensamentos da maioria das pessoas — “Aquele momento constrangedor no qual tenta decidir se sou bonita”.

“Hoje em dia, as mulheres limitam-se porque estão focadas no aspecto físico, preocupadas se são ou não bonitas o suficiente”, explica Robin Rice, que também é fundadora da Be Who You Are Productions. ” Não é que a beleza não seja importante, mas chegámos a um ponto em que consegue ser prejudicial para várias mulheres, parece uma tortura auto-infligida”, diz em entrevista ao Observador.

Robin, que se considera ativista, explica que o conceito de “belo” encontra definição em padrões estereotipados: uma mulher tem de ser alta, magra e sem curvas. Mas também nova, sem rugas e, tendo em conta a realidade norte-americana, caucasiana –as expressões étnicas são, por isso, de evitar. Fala ainda do espaço entre as coxas, associada à magreza e à juventude, bem como da simetria. Mas o certo é que a maior parte das mulheres não se encaixa nestes parâmetros. Nem as próprias modelos, diz, cujas imagens são sempre retocadas. “É um conceito que nos sufoca”.

Em última análise, as mulheres são vítimas e causadoras do problema. É um dois em um difícil de resolver e cuja solução é individual — “É preciso reconhecer a loucura e dizer que já não vamos jogar este jogo”. O problema das sociedades de primeiro mundo, explica, é produto de uma cultura envolta em consumismo que nos faz comprar objetos atrás de objetos para nos sentirmos melhor. Não é apenas à indústria da moda que se deve apontar o dedo. É à sociedade num todo.

“Nós não lutamos contra esta cultura. Ao invés, aceitamo-la”. E que loucura é esta? “Começa ainda antes de nascermos, quando os pais se interrogam sobre o sexo da criança, se vão comprar roupas azuis ou cor-de-rosa. Nem todos os fazem, mas a maioria das pessoas joga pelas regras. É como se a cultura se tivesse transformado num concurso de popularidade, como se fosse uma aula no liceu”.

A “loucura da beleza”, como Rice gosta de chamar, tem influência na vida privada de uma mulher. “Se esta não se sentir valorizada, não vai mostrar a sua criatividade e não vai seguir as suas paixões. Além disso, a situação faz com que as mulheres se virem umas contra as outras.  A autora do projeto garante ainda que os homens não são o problema, uma vez que estes gostam de curvas e do ar natural feminino. São, no entanto, uma peça do puzzle, embora mais pequena. “A maior parte deles não compreende o motivo desta campanha. Fazem perguntas irrelevantes: porque é que isto interessa? Tens a certeza que as mulheres não conseguem lidar com isto?”

Mas é importante não culpar a mulher, até porque o dito problema é uma ideia aceite por todos. “A escravatura era normal, todos a aceitavam. Era terrível mas normal, até alguém dizer que aquilo estava errado. Acredito que a beleza é uma forma de escravatura cultural. As mulheres reconhecem isso mas acham que é normal.” E quebradas as correntes? “A recompensa é liberdade, liberdade interior”.

Até então, Robin garante que o projeto está a ser um sucesso e tem, inclusive, mulheres que já lhe agradeceram a iniciativa. Foi criada a hashtag #StopTheBeautyMadness e, durante dez semanas, é dado acesso gratuito a conversas audio entre Robin Rice e membros da FrontLineVoices sobre beleza, corpo, comida e cultura. A campanha foi oficialmente lançada a 7 de julho e, desde então, acumulou cinco mil gostos na sua página de Facebook. Porque é preciso travar “a loucura da beleza”.

STOP THE BEAUTY MADNESS

There Comes A Time When You Have Simply Had Enough

Enough of the impossible standards. Enough of the "ideal" image. Most of all, enough of the feeling of NOT ENOUGH when it comes to your own beauty. There also comes a time when an entire culture of women have had it. When blogs and ad campaigns and AS-IS selfie pictures start to change the rules of the game.

That time is now. That culture is this culture.

Today, there is more than a choir singing out the truths of true beauty. There is a great groundswell and the numbers are rising daily. We are a new tribe, and we know it is time to take back the streets-OUR streets. We know that begins with lifting our self-esteem, our self-imposed standards of worth, and honoring our deepest truths about what it means to be "enough."

We are not only working towards this change. We are witnessing this change. We women KNOW we are done with competing, done with comparing, and done with playing the ugly/beauty game. We are waking up from the crazy beauty hypnoses we have been under.

We are determined to Stop The Beauty Madness in our ourselves, our mothers, our sisters and our daughters.

Part of this includes calling out the ugly truths hidden in our culture and our own minds. That's what this campaign is about. It's about strong words that reveal the ideas that need to be seen for what they are. It is not always pretty to see what is hidden deep in our psyche (or even just slightly under the surface), but it is important to see it clearly so that we may call it out and change it.

Do we get cultural push back? Yes. Does that stop us? No.

Welcome to a new world - one we are creating right here and right now. In this new world, our beauty is defined by whole-self qualities, not eye-to-nose and bust-to-waist-to-hip ratios.  In this world, we KNOW we are more than our appearance, our size and our shape. In this world, we are throwing off our role as sales-hypnotized consumers and getting on with the task of changing the world.

Now more than ever this world needs us to stop shrinking behind ideas that are too small for us.

So we are here in mass to disturb the peace in beautiful, powerful ways. We are here to create a new culture around beauty. We are here to save ourselves and our children from our own childish and destructive obsessions. We are here to stand tall, AS IS, and get on with our lives.


At Stop The Beauty Madness, we are here for you, me, and most of all… US. We hope you join us by sharing the ads, taking our eCourse and adding your own voice to the conversation.

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