Com um tom de
Triunfo Eleitorista António Costa, agora prácticamente ausente devido às exigências
de um “Caminho Aberto” preparado
meticulosamente ao milímetro ao longo de três anos, apresentou ontem (ver
artigo do Público em baixo) a Nova Ribeira das Naus, e certamente olhando para
as simbólicamente presentes rampas varadouro, certamente pensou esperançado que
esta intervenção contribua para confirmar a “rampa de lançamento” preparada metículosamente
para as suas ambições políticas, agora em plano inclinado ascendente com a
ajuda das "quadraturas do circulo" ...
E agora primeiro
o Terreiro do Paço.
Quando comparamos
a situação presente com as imagens dos anos 60 não há dúvida que algo de muito
positivo aconteceu aqui. Através de uma fase intermediária de libertação da Praça
dos seus automóveis, primeiramente em relação ao estacionamento e depois à
circulação, passou-se ao arranjo e restauro da Praça.
Este processo
proporcionou uma fase de polémica através de um projecto de pavimento “MIKADO/
Gatafunhos”(Bruno Soares) que provocou debate público onde tive o prazer de intervir
pessoalmente ( http://www.publico.pt/local-lisboa/jornal/cidadaos-saudam-alteracoes-ao-projecto-do-terreiro-do-paco-e-reclamam-uso-dos-edificios-311692#/0
)
Finalmente o bom
senso prevaleceu e optou-se por uma intervenção clássica e intemporal de acordo
com as exigências da nobreza da Praça.
Tudo indicava que
juntamente com o restauro / reutilização panorâmica do Arco Monumental e da Estátua
Equestre, todas as condições estavam
reunidas para confirmar o carácter desta Praça, na sua Nobilitas e Gravitas,
como Place Royale ...
Mas aqui chegamos
ao ponto mais difícil ... o ponto da ocupação e utilização deste espaço Monumental,
na era do Turismo de Massas e de Globalização ...
Infelizmente, o
sucesso das esplanadas descambou e degenerou para uma banalização de Feira
Popular / digitalizada e os “futebóis” e respectivos atributos não ajudam ...
Até agora, a Praça
não conseguiu transcender a sua característica de “Comércio”, e agora já não
com a escala histórica e institucional “das Indias” pretendida pelo Marquês
neste centro simbólico de Poder do Império, mas na mais vulgar / banal e plebeia cacofonia globalizante do Turismo de
Massas ...
Bem, as obras e
os investimentos a decorrer num importante canto da Praça para Unidade
Hoteleira do Grupo Pestana, vão concerteza obrigar a repensar e levar à revisão
da qualidade da “tralha” instalada para eventos e “futebóis” ...
Não imagino os hóspedes a serem confrontados com tal horizonte
conspurcado e perturbador
Agora a transição
para a Ribeira das Naus ...
A Transição para
a Doca da Caldeirinha ( que remonta a 1500 ) foi bem conseguida simbólicamente
e paisagísticamente, através de passadiço com materiais apropriados e em
sintonia históricamente com a função original ilustrada pelo seu preenchimento
com água.
Já muito mais
grave e ainda sem solução é o estado em que ainda se encontra o resto do mureto/conversadeiras, parte integrante do todo do cais das colunas como Monumento Nacional .
Afundamento de
cotas e sua tranformação em ruína ...
Vêm-se uns cabos
nos pedestais ... à aguardar reinstalação dos candeiros ?
Toda a intervenção
da Ribeira das Naus é sem dúvida conseguida e positiva.
Primeiramente a
escala é sem dúvida apropriada com a envolvente e a grandiosidade do Horizonte
do estuário na sua revelação do Oceano e do Céu e Luz de Lisboa.
O Tão prometido
regresso ao rio, deu aqui, indiscútivelmente, mais um passo no bom sentido.
A solução para a
grande extensão do novo cais / praia, baseada no saber ver e reconhecer,
copiada da linguagem evidente do cais das colunas, foi sem dúvida muito bem
conseguida e as pessoas na sua utilização/ ocupação confirmam o mesmo ...
O arranjo paisagístico
é adequado, sóbrio e Monumental simultâneamente, “coze” e dá finalmente sentido
em direcção ao Cais do Sodré à intervenção prévia da Agência Europeia Marítima
e envolvente.
Mesmo as tão criticadas
rampas, resultam não apenas no plano simbólico, mas também no aspecto do lazer,
e essas não fazem mais do repetir soluções parecidas ( como a intervenção no
MuseumPlein em Amsterdam)
As críticas
apontadas à neutralização da fachada do Arsenal parecem-me exageradas
( Afinal o Pórtico
de entrada do edifício é visível através de uma abertura sem obstáculo visual )
É preciso ter
cuidado com a manutenção do espaço Público ... os primeiros Graffiti já
apareceram ... além do problema da “animação” do Cais do Sodré ...
Rampa no Museumplein em
Amsterdam
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É preciso ter
cuidado com a manutenção do espaço Público ... os primeiros Graffiti já
apareceram ... além do problema da “animação” do Cais do Sodré ...
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E agora chegados
ao Largo de S. Paulo temos aqui um grande desafio futuro.
A famosa rua Cor
de Rosa símboliza uma tradução errada de animação determinada pelo
desiquilibrio do conceito de animação do “Zé”.
Esta intervenção
baseada inicialmente no interessante fenómeno de redescoberta da autenticidade
dos bares dos anos 60/70 do Cais do Sodré, levou às intervenções “vintage”
positivas do Sol e Pesca e da Pensão Amor.
Mas no momento em
que foi permitida a invasão monopolizadora das fronteiras do Espaço Público com
o apoio do “Zé”, criando um Projecto Comercial invasor e criador do seu próprio
fracasso e impopularidade ... criou-se, destruindo a autenticidade, um foco
poluidor e degradante para os moradores e auto-destruidor e saturante para os
próprios que tomaram a iniciativa.
Agora que o
projecto da Ribeira avançou, com ocupação do largo de S.Luís. e o próprio edifício
dos antigos Correios vai ser ocupado por habitaçào de luxo ... isto levará sem
dúvida a exigências por parte desta nova “gentry” com relação à qualidade de
vida na envolvente...
Será agora que
finalmente o Monumento de Conjunto do Pombalino, o Largo de S.Paulo irá ser
restaurado devidamente, apanhando as ondas e sinergias emanantes da área
envolvente ?
Novos estabelecimentos
têm já surgido, mas estes aguardam ainda a deslocação para outro local dos
mega/contentores de ar/condicionado e LIXO ( do novo Mercado da Ribeira ) para outro sítio.
Mas o grande
desafio constituirá a forma no aspecto das tipologias e materiais de como o Restauro
do Grande Monumento de Conjunto Urbano que constitui o Largo de S. Paulo será
feito ...
Trata-se só e únicamente
do Arquétipo do Pombalino / Eugénio dos Santos ainda inalterado.
A quantidade de
PVC é já vísivel . Se existe um lugar para ilustrar de forma autêntica as
Guilhotinas originais e janelas de balcão/varanda é aqui !
Novos estabelecimentos têm já surgido, mas estes aguardam ainda a deslocação para outro local dos mega/contentores de ar/condicionado e LIXO para outro sítio. |
Novos estabelecimentos têm já surgido, mas estea aguardam ainda a deslocação para outro local dos mega/contentores de ar/condicionado e LIXO para outro sítio. |
A quantidade de PVC é já vísivel . Se existe um lugar para ilustrar de forma autêntica as Guilhotinas originais e janelas de balcão/varanda é aqui ! |
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