PS Lisboa Oriental propôe inclusão do Cinema Londres
no Orçamento Participativo
LUSA e PÚBLICO 11/01/2014 – in Público
Socialistas defendem que o antigo cinema seja adquirido pela
Câmara de Lisboa.
A secção do PS Lisboa Oriental propôs que o Cinema Londres
seja incluído no Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa para que
este possa vir a ser adquirido pelo município.
De acordo com um comunicado publicado neste sábado na página
de Facebook da secção socialista, o PS Lisboa Oriental "propõe a todos os
cidadãos verdadeiramente interessados na defesa do património cultural da
Freguesia e da cidade, incluindo a adormecida Junta de Freguesia do Areeiro,
que defendam a inclusão do Cinema Londres no Orçamento Participativo da Câmara
Municipal de Lisboa".
O objectivo é o de que, "à semelhança do que sucedeu
com o Cinema Europa, em Campo de Ourique, este possa vir a ser adquirido pelo
município", refere o comunicado, assinado pelo coordenador Manuel Portugal
Lage. O PS Lisboa Oriental esclarece, no entanto, que "não está em causa o
tipo de loja, mas antes o facto de se perder mais um espaço cultural que tanta
falta faz à população da Freguesia e da cidade".
Tal como o PÚBLICO avançou, o cinema Londres fechou as
portas em Fevereiro de 2013, depois de a Socorama, que era à data o segundo
maior exibidor de cinema em Portugal, ter entrado em processo de insolvência.
Na altura a empresa chegou a dizer que o encerramento não era definitivo mas,
cerca de um ano depois, os proprietários do espaço confirmaram que já foi
celebrado “um contrato de arrendamento comercial com uma Sociedade de Direito
Português, mas com sócios de origem chinesa”.
A secção socialista vem associar-se à posição já assumida
pelo Movimento de Comerciantes da Avenida Guerra Junqueiro, Praça de Londres e
Avenida de Roma. Os comerciantes do bairro lisboeta onde funcionou o cinema
Londres entregam na segunda-feira, na Assembleia Municipal, a petição pública
que apela à existência de um polo cultural, disseram à Lusa os autores da
iniciativa.
O Movimento de Comerciantes da Avenida Guerra Junqueiro,
Praça de Londres e Avenida de Roma reuniu até sexta-feira mais de 300
assinaturas de uma petição que defende uma solução que "torne possível a
manutenção de um polo cultural" no lugar onde antes funcionou um cinema.
A petição, que será também entregue em reunião pública de
câmara, foi criada numa tentativa de travar a transformação do cinema Londres
numa loja chinesa de retalho. Também o MaisLisboa, o núcleo lisboeta da
associação cívica Mais Democracia, lançou, mas na Internet, um abaixo-assinado
intitulado “Não queremos uma Loja dos 300 no Cinema Londres”.
O documento conta já com mais de 2.600 assinaturas contra a
abertura da loja e propondo a criação de um modelo cooperativo para gerir o
espaço.
Considerado uma das últimas salas em Lisboa a existir fora
de centros comerciais, o cinema Londres foi inaugurado a 30 de Janeiro de 1972,
com o filme "Morrer de amar", de André Cayatte. Com mais de mil
metros quadrados de área, o espaço do Londres chegou a ter uma sala de
"bowling" e uma discoteca.
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