António Sérgio Rosa de Carvalho |
“Tal como Solnado anunciava com uma simples frase o fim de
uma guerra, o rei da Holanda anunciou o fim do Estado-Providência. Em troca, o
Governo, através do discurso do rei, fazia um apelo a um novo tipo de
sociedade: a “sociedade da participação”, numa Europa cada vez mais envelhecida
e incapaz de suportar os custos da solidariedade centralizada e
institucionalizada. Um apelo, portanto, à participação orgânica entre os
membros das comunidades, baseada em valores “humanistas/cristãos” como a solidariedade,
o altruísmo, o amor pelo próximo.
Ora, este apelo está em profundo contraste paradoxal com
todos os valores hiperindividualizados dum neoliberalismo que domina, no
presente, as sociedades ocidentais. A supremacia das “finanças” sobre um conceito
mais vasto da Ciência Económica, que a reduziram a uma especialidade convicta,
determinada por modelos “seguros” e matemáticos.
Quando falo de neoliberalismo, refiro-me a toda a herança
ideológica e messiânica de Ayn Rand ilustrada no seu Atlas Shrugged (1957).
Neste livro, que é talvez o livro mais lido nos Estados Unidos, a seguir à
Bíblia, Ayn Rand desenvolve toda a sua teoria e visão de uma Utopia/Distopia,
baseada num hiperindividualismo “heróico”, inimigo de um Estado regulador,
aplicado por uma nova elite/casta empreendedora de empresários capazes, na
melhor tradição nietzschiana de aceitar a solidão arrogante dos líderes, construtores
de uma sociedade definida em contornos hierárquicos típicos da melhor tradição
do Darwinismo Social.
Uma apologia visionária do Egoísmo total, com profundo
desprezo para com os fracos, os “falhados” e os pobres, que são vistos, através
da sua “mediocridade”, como merecedores do seu destino. Valores baseados também
num conceito de crescimento ilimitado, sustentado na visão e premissa da
disponibilidade de um espaço ilimitado de expansão e duma “Natureza” com uma
capacidade infinita de absorção. Valores “pioneiros” duma América naïf perante
o desafio ecológico da gestão do planeta nos seus recursos e equilíbrios.
Valores, no entanto, que guiam os radicais do “TeaParty” que se opõem a Obama.
Ora, o problema é que, através do seu clube elitista, Ayn
Rand conseguiu propagar as suas ideias e ganhou uma influência determinante em
personagens como Alan Greenspan, tornando-se no seu “guru” espiritual. Todo o
percurso de Greenspan foi determinado por esta “missão” até ao seu acto de
contrição pública perante o Congresso em 2008.
Os que lêem este texto poderão concluir que esta crítica é
motivada por mais uma deriva escapista neomarxista. Não, com efeito, o
manifesto de Rand, na sua redução exclusiva da Existência a um axioma económico
e produtivo, é comparável precisamente ao materialismo filosófico de Marx, numa
curiosa e perversa inversão. Uma espécie de O Capital, voltado ao contrário.” (…)
António Sérgio Rosa de Carvalho in “Ventos do Norte sobre as
ruínas do PSD” / 06/12/2013 in Público http://www.publico.pt/politica/noticia/ventos-do-norte-1614994
MATTHEW HUTSON |
És pobre porque não mereces ser rico
MATTHEW HUTSON
“O essencialismo de classe é basicamente
uma incitação ao darwinismo social.”
O mayor de Londres, Boris Johnson, gerou algumas críticas no
final do ano, por ter dito que a desigualdade social se pode atribuir, em
parte, ao QI. “Temo que a violenta [competição] económica devoradora afecte
seres humanos que nas suas capacidades básicas estão já muito longe da
igualdade”, disse, perante uma plateia, no Centre for Policy Studies.
É uma perspectiva do mundo satisfatória para alguém que é
bem-sucedido e que se considera invulgarmente inteligente. Mas uma análise
rápida a alguns dados mostra as limitações desta teoria para explicar a
desigualdade. A distribuição dos rendimentos nos Estados Unidos é um bom
exemplo. Em 2012, os 0,01% mais ricos ganharam, em média, 10,25 milhões de
dólares (7,5 milhões de euros), enquanto os rendimentos médios do país se
ficaram pelos 51 mil dólares (37,4 mil euros). Serão os mais ricos 200 vezes
mais espertos do que os outros? É duvidoso. Terão a capacidade de trabalhar
mais 200 horas numa semana? Ainda mais duvidoso. Estão aqui envolvidas muitas
forças que escapam ao seu controlo, incluindo a pura sorte.
Mas digamos que se está nos 0,01% – ou até nos 50%.
Gostaríamos de admitir que o acaso nos tinha beneficiado? Não seria preferível
acreditar que conquistámos a nossa fortuna, que realmente a merecemos? Não
preferiríamos pensar que todos os recursos que herdámos são nossos por direito,
como descendentes de pessoas excepcionais? Claro que sim. Uma nova investigação
indica que, para justificar o nosso estilo de vida, podemos até fazer
ajustamentos nas nossas ideias sobre o poder dos genes. As classes mais baixas
não são simplesmente desafortunadas; de acordo com as classes mais altas, são
geneticamente inferiores.
Em várias experiências publicadas no Journal of Personality
and Social Psychology, Michael Kraus, da Universidade de Illinois em
Urbana-Champaign, e Dacher Keltner, da Universidade da Califórnia, em Berkeley,
exploraram aquilo a que chamam “essencialismo de classe social”. Essencialismo
é a crença de que as diferenças superficiais entre dois grupos de pessoas ou coisas
podem ser explicadas pelas diferenças nas identidades estruturais. As
categorias são encaradas como naturais, discretas e estáveis. Os cães têm uma
certa caninidade inerente e os gatos uma certa felinidade.
Os investigadores descobriram que as pessoas têm crenças
essencialistas sobre categorias biológicas gerais, como género, raça e
sexualidade, mas também sobre outras mais culturais, como nacionalidade,
religião e orientação política. O essencialismo leva a estereótipos,
preconceitos e a uma falta de inclinação para nos misturarmos com pessoas de
fora do grupo. Kraus e Keltner queriam saber se vemos as classes sociais como
uma categoria essencialista.
Começaram por desenvolver uma escala de medição das crenças
essencialistas sobre classes. Foi pedido a um grupo diversificado de adultos
americanos que classificasse o seu apoio a declarações como “acho que mesmo que
todos usássemos as mesmas roupas, as pessoas conseguiriam dizer qual a nossa
classe social”, ou “é possível determinar a classe social de alguém através de
uma análise genética”. Em média, a classificação das declarações foi de 3,43,
em que 1 significava discordância total e 7 concordância total.
Os participantes também tinham de fazer uma avaliação
subjectiva, de 1 a
10, do seu próprio grupo social dentro da comunidade, com base na educação,
rendimentos e estatuto ocupacional. Os investigadores descobriram que, quanto
mais alta a classe social, maior o essencialismo de classe. Este padrão
confirmava-se mesmo depois de controlada a orientação política e os rendimentos
e níveis académicos dos participantes, indicando que é o sentido individual de
estar acima dos outros, e não os recursos que se tem, que conduz ao resultado.
Kraus e Keltner olharam mais aprofundadamente para a ligação
entre a classe social e o essencialismo de classe testando a crença dos
participantes num mundo justo, pedindo-lhes que avaliassem declarações do tipo:
“Acho que as pessoas têm aquilo a que têm direito.” O psicólogo Melvin Lerner
desenvolveu a teoria do mundo justo na década de 1960, argumentando que somos
motivados a acreditar que o mundo é um lugar justo. A alternativa – um universo
onde acontecem coisas más a pessoas boas – é demasiado perturbadora. Por isso,
desenvolvemos mecanismos de defesa, como culpar a vítima – “ela não se deveria
ter vestido daquela maneira” – ou acreditar que acontecimentos positivos e
negativos serão equilibrados pelo karma, uma forma de pensamento mágico.
Os investigadores descobriram que quanto mais alta as
pessoas acham que é a sua classe social, mais se envolvem em crenças sobre o
mundo justo e que esta diferença explica o seu crescente essencialismo de
classe: aparentemente, se achamos que nos estamos a sair bem, tendemos a pensar
que o sucesso acabará por chegar àqueles que o merecem; e, portanto, se não
chega aos que pertencem a uma classe social mais baixa, é porque eles não o
merecem. (Por acaso, o argumento de que “merecemos” o que quer que seja por
causa dos nossos genes é filosoficamente controverso; nenhum de nós fez o que quer
que fosse para merecer os genes que tem.)
Os americanos de classe alta podem muito bem acreditar que a
vida é justa porque estão motivados para defender os seus egos e o seu estilo
de vida, mas há outra nuance na sua crença num mundo justo. Vários investigadores
concluíram que as pessoas de classe mais alta mais provavelmente explicarão o
comportamento das outras pessoas através dos seus traços e das suas próprias
capacidades, enquanto os indivíduos de classes mais baixas apontam para as
circunstâncias e forças impostas pelo exterior. Isto condiz de muitas formas
com a realidade para ambos os grupos. Os ricos geralmente têm a liberdade de
seguir os seus desejos e motivações, enquanto para os pobres há mais limitações
externas do que oportunidades. Os pobres percebem que poderiam ter os melhores
genes do mundo e ainda assim trabalharem num McDonald’s. Pode ser que os ricos
não estejam simplesmente a virar a cara a essas realidades; por causa da sua
experiência pessoal, podem nem sequer conseguir vê-las.
Há uma ponta de verdade no essencialismo de classe social;
os poucos estudos sobre o assunto permitem estimar que os rendimentos, a
formação académica e o estatuto ocupacional terão pelo menos 10% de influência
genética (e se calhar muito mais). Faz sentido que o talento e a força de
vontade, das quais uma parte está relacionada com a variação genética,
contribuam para o sucesso. Mas isto está muito longe de se dizer que “é
possível determinar a nossa classe social com uma análise aos genes”.
Declarações deste género ignoram o papel da herança de riqueza, das relações
sociais que se partilham com os pais, ou das oportunidades que o dinheiro da
família pode criar – já para não falar de golpes de boa ou má sorte (que não
têm nada que ver com o karma).
Uma das repercussões do essencialismo de classe social é a
falta de piedade para com criminosos e aldrabões. Numa das experiências de
Kraus e Keltner, os indivíduos são chamados a ler um de dois artigos
científicos falsos: num deles, escrevia-se que herdamos geneticamente a nossa
ética de trabalho, inteligência e em última instância o nosso estatuto
socioeconómico. Depois, os participantes liam cenários sobre alguém que fazia
batota num exame académico e tinham de indicar o quanto apoiavam a aplicação de
vários tipos de castigos, incluindo castigos de “reabilitação”, como serviço
comunitário e formação ética. Aqueles que liam o ensaio a apoiar o
essencialismo mostravam mais resistência às medidas de reabilitação. “Quando as
pessoas enganam o sistema académico, ascendem desonestamente na hierarquia
social”, diz Kraus. Alguns de nós poderão atribuir a esperteza de um aldrabão,
ou a sua integridade, à educação que recebeu e ver espaço para melhorar. Um
essencialista verá maus genes. E se formos daqueles que acham que as pessoas
não mudam, então nem sequer adianta tentar ajudá-las.
Klaus e Keltner pensam que o essencialismo de classe social
(e o historicamente ainda mais danoso essencialismo de raça) poderão levar o
nosso sistema judicial a dar a certas pessoas penas de prisão longas em vez de
apostar nas hipóteses de reabilitação. Espalhar a ideia de que as categorias
sociais são construídas poderá ajudar a contrabalançar a crença de que o
comportamento das pessoas de classes mais baixas é determinado geneticamente. E
poderá também levar a maiores apoios a programas de tratamento para a
toxicodependência, acções afirmativas, aumento do salário mínimo e várias
outras coisas que beneficiem os mais desfavorecidos.
O essencialismo de classe é basicamente uma incitação ao
darwinismo social. A distorção da teoria da evolução de Darwin, numa das suas
interpretações, é a crença de que só os capazes conseguem sobreviver e vencer –
e mais do que isso, que este processo deve ser aceite ou até mesmo acelerado
por políticas concretas. É um exemplo da falácia conhecida como “o apelo da
natureza” – o que é natural é bom. (Se isto fosse verdade, a tecnologia e a
medicina seriam abominações morais.) O essencialismo de classe social vê a
sobrevivência económica do mais forte como um dado adquirido. Também pode olhar
para a sobrevivência do mais forte como um fim desejável, dados os resultados
que apontam para o reduzido apoio às medidas de reabilitação. Uma coisa é dizer
“estas pessoas não conseguem mudar, por isso é escusado perdermos tempo”; outra
é dizer “estas pessoas não conseguem mudar, por isso vamos prendê-las” ou
erradicá-las: foi só há quatro anos que o então governador da Carolina do Sul,
Andre Bauer, disse numa reunião camarária que os pobres, como os “animais
vadios”, não deveriam receber comida “porque se reproduzem”.
Um trabalho ainda mais recente de Kraus, que ainda não foi
publicado, vai para além daquilo em que os indivíduos de elevado estatuto
social acreditam de forma a manterem o seu lugar na hierarquia, e aborda o que
eles fazem. Por exemplo, o Congresso. A média de rendimentos foi de 966 mil
dólares em 2011. “São pessoas bastante ricas”, diz Kraus. “E por serem ricas é
mais provável que adiram a estes processos [mentais] do essencialismo, e têm o
poder de aprovar legislação que mantém as desigualdades.”
Um assessor do ministro da Educação do Reino Unido produziu
recentemente um relatório argumentando que “as discussões à volta de questões
como mobilidade social ignoram por completo a genética”. Afirma que o
rendimento escolar tem 70% de componente genética e acusa o programa Sure Start
britânico de ser um desperdício de dinheiro. (Como diz Scott Barry Kaufman, um
investigador da New York University que estuda a inteligência e autor do livro
Ungifted: Intelligence Redefined, “uma vez que os genes estão sempre a
interagir com estímulos ambientais, não há qualquer forma de determinar quanto
do desempenho de uma criança é inato ou adquirido”.)
Pode ser fácil diabolizar um político de classe alta e
acusá-lo de viver fora da realidade. Mas dada a facilidade com que Kraus e
Keltner fizeram emergir o essencialismo de classe social nos cidadãos comuns
americanos e dada a frequência com que adoptamos termos como “white trash”
(“lixo branco”, ou seja, pobres brancos), “provinciano”, “subsidiodependente”
ou “mitra”, poderemos questionar até que ponto todos olhamos para o estatuto
como uma marca de uma identidade mais profunda. O nosso currículo será muito
diferente dependendo das circunstâncias em que nascemos. Os privilégios são
muitas vezes invisíveis, especialmente os nossos.
Matthew Hutson é escritor científico e autor de The 7 Laws
of Magical Thinking, um livro sobre a psicologia da superstição e da religião
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
The Rich Are Differently Moral
Posted: 04/02/2013 / http://www.huffingtonpost.com/matthew-hutson/the-rich-are-differently-_b_2990395.html
Matthew Hutson
Science writer; author, 'The 7 Laws of Magical Thinking'
Suppose you're standing on a footbridge over train tracks.
On one side you see a trolley approaching, and on the other you see five
railroad workers. Next to you is an overweight stranger. The trolley is out of
control, and the workers can't hear you yelling. The only way to save their
lives is to push the fat man off the footbridge into the path of the trolley,
killing him. Would you do it?
It seems you'd have to be pretty cold-hearted to shove
someone off a bridge into the path of a train. But from another perspective,
that is the most beneficial thing you could do, saving the most lives. Empathy,
an important ingredient in morality, helps prevent us from assaulting others,
which is normally a good thing. But maybe it's sometimes a bad thing. New
research shows that upper-class people have less empathy than lower-class
people, but that sometimes this can lead them to do the most good for the most
people when their bleeding-heart compatriots won't.
The paper, authored by Stéphane Côté of the University of Toronto
and Paul Piff and Robb Willer of Berkeley, was just published in the Journal of
Personality and Social Psychology. I mentioned it in Sunday's New York Times.
About a year ago, Piff, Côté, and three collaborators
published a paper in PNAS showing, basically, that rich people are jerks. Its
title was "Higher Social Class Predicts Increased Unethical
Behavior." One test found that drivers of nice cars are more likely to cut
people off in traffic. Other work has shown that upper-class people are less compassionate
than lower-class people, for instance toward children suffering from cancer.
It's also been shown that lack of empathy makes people more utilitarian -- more
likely to focus on the consequence of an act, even if the act breaks certain
rules. Psychopaths are more willing to push the fat man in front of the
trolley. So Côté et al. figured social class might influence utilitarianism.
In the first of three studies reported in the new paper,
participants answered several questions online about money worries and about
their wealth growing up, for a measure of social class. Then they read the
footbridge dilemma. The higher their class, the more likely they were to say
pushing is okay. (Even controlling for age, gender, ethnicity, religiosity, and
political orientation.)
In the second study, participants were told they were
playing a game with four other people online, and that they'd randomly been
assigned the role of "decider." Further, they were told that each of
the five participants would receive $5, but the decider could take money from
one of the other players. Each dollar taken would be multiplied by two and
distributed to each of the other three players (but not the decider). So one
dollar becomes six. Subjects reported their household income, how much
compassion and sympathy they felt for the player who would have money taken
from him, and how much money they were going to take. Income was correlated
with dollars taken, and this pattern was partially accounted for by reduced
empathy. The wealthier the subject, the less he cared about the victim and the
more willing he was to steal form him for the group's overall benefit.
The third study was like the second, but some subjects were
asked to write about the feelings of the victim before taking his money. This
time, among those who wrote about the victim, there was no class difference in
dollars taken. Thinking about the victim's feelings increased the empathy of
upper-class participants to match that of the others.
The researchers suggest wealth and status reduce empathy
because money allows one to be independent, rather than relying on others in
one's community for resources and survival (and returning the favor). Instead
of borrowing a cup of milk from a neighbor, they send their animatronic butler
out to milk their solid gold cow, etc.
"Ironically," the authors write, "reduced
empathic responding leads upper-class individuals to tend to more readily make
decisions that maximize the greatest good for the greatest number." Which
is great and good. As long as you endorse utilitarianism (or are a hapless
railroad worker). Some would see the stranger-pushing and scream bloody murder.
And even if you're a utilitarian, you might not want a
Richie Richerson in charge of certain ethical decisions. What if the choice
isn't between an identifiable victim with feelings (the fat guy) and a greater
good (the five lives) but between a victim and personal advancement? Piff's
earlier work suggests Richie might act in a way that neither a utilitarian nor
a non-utilitarian would support, benefiting himself at the expense of others.
There's also a paper in press reporting that when people
become less squeamish about personal harm to others -- here the subjects took
the anti-anxiety drug lorazepam, but the conclusions could be extended to
psychopaths or the rich -- they're more okay with, say, smothering a crying
baby to save a family hiding from enemy soldiers, but they're also more okay
with, say, killing a baby because you don't feel like taking care of it.
"We conclude that lorazepam makes people more ruthless in general,"
the authors write, "rather than boosting utilitarianism
specifically."
It's worth noting, as The Atlantic does in their current
issue, that the lowest-earning 20 percent of Americans donated 3.2 percent of
their income to charity in 2011, while the highest-earning 20 percent donated
only 1.3 percent. And of the 50 largest charitable gifts in 2012, none went to
organizations focused on social service or poverty. The big winners: elite
universities and museums. Because, really, holding a charity gala in your honor
at a soup kitchen is just so... déclassé.
But if you can get a billionaire to open his wallet, and if
there's no temptation to stick his name on something, he will likely give his
money very wisely. Just ask Bill "malaria-B-gone" Gates.
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