"ACIDENTE" !? "ESTAVAM A DIVERTIR_SE"!? |
Lusófona não vai proibir praxes na sequência da
tragédia do Meco
PÚBLICO 29/01/2014 -
Administrador da universidade
diz que o que se passou foi um “acidente” e que jovens estavam a “divertir-se”.
O presidente do conselho de administração da Universidade
Lusófona de Humanidades e Tecnologias anunciou nesta terça-feira que a
instituição não vai proibir as praxes na sequência da tragédia de Dezembro que
vitimou seis dos seus alunos na praia do Meco, em Sesimbra.
Ouvido pela SIC, Manuel de Almeida Damásio considerou que o
que se passou a 15 de Dezembro no Meco foi um “acidente” e comparou-o ao
naufrágio ocorrido uma semana depois na Costa da Caparica, quando seis tripulantes
de um barco desportivo morreram depois de a embarcação se ter virado.
Para o administrador da Lusófona, onde está em curso um
inquérito interno para apurar as circunstâncias em que os alunos morreram, não
há motivos para associar o sucedido a uma praxe, até porque houve quem os visse
na tarde de 15 de Dezembro na zona do Meco a “fazer brincadeiras” e a
“divertir-se”.
Sobre a decisão de não interditar as praxes, Manuel de
Almeida Damásio justificou-a com o facto de a universidade não ser “a favor de
censuras”. E acrescentou: “Todos os dias morrem pessoas nas estradas e não
vamos proibir alguém de andar na estrada”.
Os seis jovens da Universidade Lusófona de Lisboa morreram
na madrugada de 15 de Dezembro após terem sido levados pelo mar. Apenas o
chamado "dux", nome que é dado ao chefe máximo da praxe, sobreviveu,
mas tem permanecido em silêncio desde então. Alguns pais das vítimas tentaram,
entretanto, obter informações junto do jovem e junto do Conselho Oficial da
Praxe Académica da Lusófona, sem sucesso. O caso está neste momento a ser
investigado pelas autoridades e sob segredo de justiça.
No sábado ao final da tarde, os pais pediram a todas as
pessoas que possam ajudá-los a esclarecer o sucedido para usarem uma conta de
e-mail que tinham acabado de criar — tragedia.meco@gmail.com. Em pouco mais de
24 horas chegaram-lhes mais de 80 mensagens, “algumas de muito interesse”,
segundo explicou na altura ao PÚBLICO a mãe de uma das vítimas.
Entretanto, o ministro da Educação convocou as associações
de estudantes para debater o tema das praxes já nesta semana. A tutela diz
estar a acompanhar “com toda a atenção” os incidentes mais recentes
relacionados com o assunto. O ministério dirigido por Nuno Crato pretende
“discutir e estudar” com os alunos das instituições de ensino superior, quer
públicas, quer privadas, “as melhores formas de prevenir este tipo situações,
de extrema gravidade”. Os representantes das universidades e dos institutos
politécnicos públicos também vão ser ouvidos pela tutela acerca da mesma
questão.
Manuel de Almeida Damásio "ACIDENTE" !? "ESTAVAM A DIVERTIR_SE"!? |
Sem comentários:
Enviar um comentário