Parlamento Europeu convida Snowden
O Parlamento Europeu quer ouvir o analista informático
Edward Snowden sobre o impacto dos programas de espionagem da Agência de
Segurança Nacional sobre os cidadãos europeus. O convite foi feito pelos
membros da Comissão de Justiça e Liberdades Cívicas, que aprovaram a audição ao
norte-americano através de uma gravação em vídeo, com 36 votos a favor, dois
contra e uma abstenção.
O objectivo dos deputados do LIBE (na sigla original) é
identificar e propor novas políticas de protecção dos direitos de privacidade
na Europa.
Snowden já manifestou em diversas ocasiões a sua
disponibilidade para falar com representantes da União Europeia, mas também de
governos como os da Alemanha e do Brasil, dois dos países mais visados pelos
programas de espionagem da NSA.
No início de Novembro, o deputado alemão Hans-Christian
Ströbele encontrou-se com o analista informático na Rússia, de quem recebeu uma
carta dirigida aos responsáveis políticos e judiciais do país. Dias depois, um
grupo de personalidades de várias áreas da sociedade alemã apelou a Berlim que
concedesse asilo ao norte-americano.
A concretizar-se, a audição de Edward Snowden por membros do
Parlamento Europeu terá de ser feita através de uma gravação em vídeo, já que a
sua saída da Rússia anularia o asilo temporário que lhe foi concedido no Verão
passado, deixando-o sem protecção legal. Desta forma, poderia ser detido e
entregue às autoridades dos EUA, onde é procurado por espionagem e roubo de
propriedade do Governo, ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917.
Ainda não é conhecida a resposta de Snowden à votação do
LIBE nem foi avançada nenhuma data concreta para a audição do analista
informático, mas o site Euroactiv aponta para a semana de 20 de Janeiro.
O eurodeputado conservador britânico Timothy Kirkhope, que é
contra a audição de Snowden, considerou que o convite feito ao consultor é
“altamente irresponsável” e prejudica “a credibilidade do parlamento”.
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