Assembleia Municipal de Lisboa
quer que câmara limite o número de tuk tuk a circular na cidade
Presidente da Junta de Santa Maria Maior pede urgência na elaboração de um
regulamento e reclama mais fiscalização
Inês Boaventura /
26-11-2014 /
A Assembleia
Municipal de Lisboa quer que a câmara estabeleça um número máximo de tuk tuk
autorizados a circular na cidade e que “discipline” a sua operação, definindo
“os circuitos, as paragens e uso da via pública, assim como o horário para o
exercício desta actividade”.
A iniciativa
partiu do presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho,
que pediu “urgência” na elaboração de um regulamento “que discipline a
actividade dos tuk tuk”. Em declarações ao PÚBLICO, o autarca socialista
reconheceu que “está a demorar muito tempo” a conclusão desse documento, cuja
necessidade já foi defendida pelos vereadores do PCP e do CDS e que o município
vem dizendo desde o Verão que está a elaborar.
Na recomendação
assinada por Miguel Coelho, e que foi aprovada ontem com a abstenção do PSD e
do PEV e os votos favoráveis das restantes forças políticas, diz-se que “o
centro de Lisboa está a ser invadido por centenas” de tuk tuk, cuja actividade
“provoca muito ruído e poluição (...) e tem vindo a causar um crescendo
mal-estar nos residentes dos bairros históricos, pondo em causa o seu direito à
privacidade e à tranquilidade”.
Nessa
recomendação à câmara acrescenta- se que estes triciclos motorizados “circulam
muitas vezes com total desrespeito pelas regras do Código da Estrada” e que os
seus condutores “não olham a meios para estacionar e parquear os veículos nos
vários pontos dos percursos que percorrem, causando por vezes engarrafamentos
no trânsito e também danos nas calçadas”. A actividade dos tuk tuk, conclui-se,
“apesar de ser uma actividade interessante para o turismo e para a dinamização
da vida da cidade”, encontra-se “desregulada”.
Face a isso, e
atendendo aos “protestos veementes” que lhe têm chegado, o presidente da Junta
de Santa Maria Maior defendeu que o regulamento deve ser elaborado o quanto
antes e que as juntas devem ser chamadas a dar o seu contributo. Miguel Coelho
sublinhou também a necessidade de a PSP e a Polícia Municipal exercerem “uma
maior fiscalização no estacionamento e parqueamento” daqueles veículos.
Já a deputada
Simonetta Luz Afonso adiantou que também a Comissão de Economia e Turismo da
Assembleia Municipal “está a preparar um contributo para o regulamento”, tendo
já ouvido representantes dos táxis, de uma das empresas de tuk tuk e o director
municipal de Mobilidade e Transportes. A autarca socialista defendeu a
necessidade de se saber quantos são os triciclos motorizados que circulam na
cidade actualmente e de se definir qual o número de veículos “que a cidade
comporta e de que necessita”.
Entre os aspectos
a acautelar com o novo regulamento, Simonetta Luz Afonso elencou a criação de
locais de estacionamento próprios e a definição do número máximo de passageiros
que podem ser transportados em cada tuk tuk. A deputada municipal defendeu
também que estes veículos devem ter seguro e que deve ser privilegiada, através
da atribuição de “benefícios fiscais”, a circulação na cidade daqueles que
sejam eléctricos.
Ontem foi também
aprovada por maioria outra recomendação assinada por Miguel Coelho, defendendo
que os pareceres emitidos por este órgão autárquico relativamente ao
licenciamento de estabelecimentos comerciais que queiram funcionar para lá das
23h passem a ser vinculativos. Miguel Coelho reclamou também que, através de um
protocolo de delegação de competências com a câmara, passem para as mãos da
junta a fiscalização do ruído produzido por esses estabelecimentos e a verificação
do seu isolamento sonoro.
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