Paulo Morais. “Sócrates é um dos
principais actores na triste peça da corrupção em Portugal”
Por Ana Sá Lopes
publicado em 29
Nov 2014 in
(Jornal) i online
Paulo Morais acha que a maioria
dos políticos não são corruptos, mas fingem que não vêm o que se passa à sua
volta
Paulo Morais foi
vereador de Rui Rio e depois afastou-se da política. Mas vai voltar. Neste
momento reflecte sobre várias formas de intervenção: poderá formar um partido
para concorrer às legislativas de 2015, poderá candidatar-se às presidenciais
de 2016. Tem tudo em aberto e uma certeza - não quer que o seu objectivo de
combater a corrupção na política fique de fora do ciclo eleitoral que aí vem. Paulo
Morais nasceu em Viana do Castelo há 50 anos e vai decidir o que fazer em
Moledo do Minho, onde afirma ter tomado todas as grandes decisões da sua vida. Na
semana em que o ex-primeiro-ministro José Sócrates ficou em prisão preventiva,
Paulo Morais admite que "há uma mudança de paradigma na justiça
portuguesa". "O sistema de governação tem sido corrupto" e
"Sócrates é um dos actores". Lembra o caso dos vistos gold, "um
fenómeno de corrupção que nasce no seio do governo" e o Dr. Passos Coelho
"diz que não é nada com ele". "Das duas uma: ou estes ministros
são completamente distraídos e incompetentes e não sabiam o que se passava, ou
então são cúmplices porque não fizeram nada", afirma.
Onde estava
quando José Sócrates foi preso? O que pensou?
Estava em Lisboa.
Fiquei surpreendido por um lado, por outro lado não. Não fiquei surpreendido
porque José Sócrates, a par de muitos outros políticos portugueses que estão fora
da prisão, faz parte de uma geração de políticos que andaram sistematicamente a
beneficiar grupos económicos em prejuízo da população. O sistema de governação
tem sido corrupto e Sócrates é um dos actores, obviamente marcante porque foi
primeiro-ministro muitos anos. Mas não é só ele. Por outro lado, fiquei algo
surpreso porque não é costume a justiça ter a actuação que tem tido nos últimos
tempos. Há uma mudança de paradigma na justiça portuguesa que se saúda. Há uma
novidade que é a actuação da justiça neste caso, como nos casos dos vistos
gold.
Mas como é que
pode dizer já declaradamente que José Sócrates é corrupto? Não o está a julgar
antes da justiça?
Não, não. Há duas
discussões. A corrupção, enquanto fenómeno social e político, é a utilização de
um poder delegado em nome do povo para benefício particular. Quem utiliza esse
poder para benefício individual, familiar ou de grupos económicos está a
incorrer num acto social de corrupção. Depois uma outra questão é o
enquadramento jurídico dos crimes que daí decorrem. O enquadramento legal é
diverso. Mas quando falamos de corrupção estamos a discuti-lo politicamente. Os
portugueses, dos mais letrados aos mais iletrados, não têm de conhecer o
enquadramento jurídico da corrupção em detalhe. Mas sabem que a corrupção tem
sido uma marca da política em Portugal. Os governos em Portugal dos últimos 20
anos têm sido governos, e maiorias, e parlamentos, essencialmente corruptos,
porque organizam a vida política no sentido de utilizar os recursos da
população em benefício particular, de famílias, grupos económicos, de partidos
políticos. A política é corrupta. Sobre quem tem responsabilidade jurídica na
matéria, isso sim, é competência dos tribunais. A existência de corrupção na
política é uma marca que infelizmente se sente em Portugal de forma
exponencialmente crescente desde a entrada de Portugal na Europa. Os casos de
corrupção têm sido sistemáticos. E Sócrates é de facto um dos principais
actores nessa triste peça que é a corrupção na política na Portugal.
Tem falado várias
vezes no caso das parcerias público-privadas...
Para saber que
existe corrupção nas PPP não é preciso fazer buscas em casa de Sócrates, Mário
Lino ou Paulo Campos. Basta ler o Diário da República. Um cidadão informado com
os mínimos conhecimentos de matemática que leia o Diário da República percebe
perfeitamente que a legislação é intrinsecamente corrupta, porque dá benefícios
aos privados a uma dimensão inaceitável. Desde logo, as PPP permitem -
concentremo-nos nas rodoviárias - rentabilizar 30% ao ano em negócios sem
qualquer tipo de risco. Isto é inadmissível! Só dá rentabilidades de 30% ao ano
em negócios sem risco quem for completamente corrupto ou atrasado mental. As
pessoas que formataram este tipo de legislação ou são completamente destituídas
ou incorrem em actos de corrupção. Taxas de rentabilidade obscenas,
inaceitáveis, sem riscos, ao mesmo tempo que nas PPP rodoviárias se remunera a
diminuição da sinistralidade de uma forma muito superior às multas que os
concessionários pagam se aumentar a sinistralidade. Ou seja: se a
sinistralidade aumentar, pagam multas baixas, se a sinistralidade diminuir
levam prémios gigantescos, numa relação de 1 para 100. Se numa auto-estrada
qualquer houver um acréscimo de 10% na sinistralidade pagam uma multa
pequenina. Se a sinistralidade aumentar recebem um prémio 100 vezes superior à
multa que pagariam. Em 2011, o primeiro ano em que a função pública viu os seus
salários diminuir, o governo português pagou às concessionárias privadas das
auto-estradas em compensações - não estou a falar do pagamento das PPP, estou a
falar de suplementos - 900 milhões de euros, que é tanto como o que foi tirado
aos funcionários públicos nesse ano.
O governo PSD-CDS
disse que iria acabar com isso, mas nada.
Já lá podemos ir,
e dou-lhe outro exemplo que talvez seja ainda mais chocante: a Ponte Vasco da
Gama, que é uma PPP do tempo de Cavaco Silva. Mas em 2011 o responsável tem um
nome: o engenheiro José Sócrates e a sua equipa lesaram em 900 milhões de euros
os funcionários públicos e as suas famílias para irem meter aquele dinheiro nos
bolsos de três grupos económicos: Mota-Engil, Espírito Santo e grupo Mello. No
fundo, o engenheiro Sócrates em 2011 conseguiu algo inimaginável em Portugal:
perturbar a vida de 3 milhões de pessoas para beneficiar três. Mas há exemplos
na área do PSD. A Ponte Vasco da Gama, do tempo Cavaco Silva-Ferreira do
Amaral, foi inaugurada em Março de 98 e foi vendida à opinião pública como um
investimento que teria de ser feito pelos privados porque o Estado não teria
dinheiro para isso. A custos actualizados, a ponte terá custado 900 milhões de
euros. Os privados entraram com 200 e pouco! De onde é que veio o resto? Do
Banco Europeu de Investimento, avalizado e garantido pelo Estado português. O
Estado é que dá a garantia. A parte restante são as portagens da Ponte 25 de
Abril que reverteram desde então a favor da Lusoponte. Estávamos em Março de 98. A Lusoponte fica com 20 e
poucos por cento do valor do investimento, com o direito das portagens da Vasco
da Gama, da 25 de Abril, com o exclusivo das travessias rodoviárias sobre o
Tejo. Ao fim de uma série de anos tinha havido acordos de reequilíbrio
financeiro com a Lusoponte. Em 2001,
a Lusoponte já tinha recebido mais de 900 milhões de
euros! Tinham passado mais de três anos e o Estado já tinha pago duas pontes! Hoje
já se vai no oitavo ou no nono acordo de reequilíbrio financeiro. O Estado
português já pagou à Lusoponte quatro ou cinco vezes a Ponte Vasco da Gama!
São contratos à
prova de bala.
Blindados. Eu não
concordo com isso. Mesmo que os contratos estivessem bem feitos - e só uma
pequena parte das PPP tem contratos bem feitos -, os direitos só são adquiridos
se ambas as partes cumprirem as suas responsabilidades. E o facto é que a
Lusoponte desde o início não cumpriu o que lhe competia no âmbito do contrato. Nas
PPP nós temos contratos ilegais por três razões: alguns têm anexos
confidenciais e na administração pública não pode haver anexos confidenciais! Toda
a despesa pública tem de ser devidamente orçamentada e cabimentada. Se não
houver orçamentação e cabimentação a despesa não pode pura e simplesmente ser
feita! Há acordos de PPP que são confidenciais. E estão na net! Aparece lá um
documento com as tabelas de preços e um carimbo a dizer confidencial! Portanto
são nulos! E há um aspecto ainda mais grave: as responsabilidades plurianuais
das PPP têm de surgir nos orçamentos de Estado dos diversos anos numa
orçamentação plurianual. Onde é que isto vem? Na lei de enquadramento
orçamental. Aquelas PPP que não tiveram desde o início a sua afectação de
recursos nos orçamentos dos próximos anos não devem ser pagas, ponto final!
Mas então porque
é que este governo não fez nada, quando disse que faria?
Eu achei que
quando esta maioria actual chegou ao governo em final de 2011 efectivamente
iria renegociar as PPP, como o Dr. Passos Coelho sempre anunciou. Disse-o
publicamente, disse-o particularmente. Que renegociação se fez até hoje? Não
fizeram renegociações nenhumas! O que é que foi renegociado? As parcerias que
iriam ser feitas e não se fizeram - portanto não se pagam, mas mesmo assim
houve lugar a indemnizações. E ao nível da manutenção das auto--estradas havia
um trabalho de manutenção que iria ser desenvolvido pelos privados e passou
para o Estado e o Estado deixou de pagar isso. O engenheiro Sócrates tinha
previsto o pagamento antecipado da manutenção, o que é uma loucura absoluta! Imagine
o que é uma pessoa ir comprar um carro e pagar logo a manutenção até ao fim da
vida do carro! Acontece que esta maioria não fez nada nesta matéria. As PPP têm
uma teia completamente urdida entre as grandes sociedades de advogados, entre
as financeiras e as grandes construtoras. Não é por acaso que nós encontramos
nos órgãos de administração da maioria das construtoras todos aqueles que
trabalharam nas obras públicas nos diversos governos. Não há ministro da área
das obras públicas que não tenha ido trabalhar nas PPP. No sector financeiro
também estão aqueles que articulam a engenharia financeira das PPP e a própria
legislação das PPP é elaborada nas grandes sociedades de advogados. A política
precisa de uma desinfecção.
Temos neste
momento o engenheiro Sócrates em prisão preventiva, hoje há buscas no universo
Espírito Santo, o próprio Presidente da República apareceu envolvido no caso
BP...
No parlamento há
registos de interesses. As pessoas têm de dizer que propriedades têm, isso
funciona relativamente bem, mas o que é que depois não existe e deveria
existir? Uma comissão de ética que impedisse que o presidente da comissão de
Segurança Social ao mesmo tempo fosse consultor do Montepio, que actua
essencialmente na área da solidariedade. O grande problema é um deputado
exercer funções privadas que têm a ver com a actividade que tutela a nível
público. Estes cavalheiros são deputados para terem informação privilegiada
para beneficiarem os grupos económicos onde trabalham! Eu não vejo nenhum
problema em que uma pessoa tenha um café e seja deputado. Mas agora se trabalha
na agricultura e está na comissão de Agricultura isto é inadmissível. A
comissão de Ética, que deveria estar lá para tutelar esta matéria, pouco fez. Mendes
Bota empenhou-se mas não conseguiu fazer nada, tanto que agora até se foi
embora.
Mas tem ideia que
as coisas estão a mudar neste momento?
A nível da
política não. Estão a mudar a nível da justiça.
Por causa dos
vistos gold e do caso Sócrates?
Está a mudar na
justiça, na política nada está a mudar. Basta ver a forma tíbia como os actores
políticos têm reagido a esta matéria. Dizem que não comentam, tanto no caso
Sócrates como no caso dos vistos dourados. Veja António Costa, líder do PS, que
vem dizer que à política o que é da política e à justiça o que é da justiça. Isto
é completamente absurdo! Estes políticos comentam futebol, moda, culinária,
comentam tudo e não comentam corrupção na política! Esse tipo de frase - à
política o que é da política, à justiça o que é da justiça - vale para um
político que tenha sido apanhado com excesso de velocidade na auto-estrada! Compreendo
que se diga que a justiça resolva o problema do excesso de velocidade. Agora
quando a matéria em apreço é a corrupção na política não se pode dizer que a
política não tem nada a ver com isto! Porque é que António Costa não toma uma
atitude de força contra a corrupção na política? No caso de Passos Coelho ainda
é mais flagrante! O caso dos vistos gold é um caso que nasce no seio do governo.
Não foi no Algarve nem em França, foi no Terreiro do Paço que um conjunto de
directores-gerais montam uma máquina para traficar vistos gold e para vender
casas hipervalorizadas. Há uma dupla vigarice: traficar vistos gold -
atribuí-los a quem não os poderia ter - e ainda andaram a enganar os chineses a
vender-lhes casas por meio milhão de euros quando valiam apenas 200 mil. Isto
nasce no SEF, na Secretaria-Geral do Ministério da Justiça... Há líderes da
administração pública de topo que estão envolvidos nisto, o fenómeno de
corrupção nasce no seio do governo e o Dr. Passos Coelho diz que não é nada com
ele! Das duas uma: ou estes ministros são completamente distraídos e
incompetentes e não sabiam o que se passava ou então são cúmplices porque não
fizeram nada. Algo se passou no seio do governo! Isto não é um caso de
corrupção que aconteceu em Bragança. E o Dr. Passos Coelho vem dizer "à
política o que é da política, à justiça o que é da justiça". O povo todo
está preocupado com a corrupção na política. Face à dimensão a que isto chegou
a obrigação deles era hoje - e não é amanhã, é hoje - fazerem um pacto de
combate à corrupção. Porque é que não fazem? Porque não querem afrontar os
corruptos que dominam a política, porque eles próprios dependem dessa gente. Jamais
as marionetas se viram contra os manipuladores.
Está a acusar
Passos Coelho e António Costa de serem marionetas de corruptos?
Estou a
constatar. Os políticos em Portugal são, em geral, marionetas ao serviço dos
grandes grupos económicos. Isto até é um problema constitucional. Temos um
regime constitucional que assenta na separação de poderes. Mas o poder
legislativo já não está no parlamento. Para legislar sobre cães e gatos ainda é
no parlamento, mas para legislar sobre urbanismo, ordenamento do território,
contratação pública, obras públicas, onde se faz? O parlamento através de
autorizações legislativas transfere essa competência para o governo e o governo
manda fazer essas leis nas grandes sociedades de advogados. O centro do poder
legislativo em Portugal, nas matérias de maior repercussão económica, são as
sociedades de advogados, que coincidem com os interesses dos grupos económicos
a que estão associados! Isto perverte o princípio da separação de poderes. Os
governos têm sido correias de transmissão dos grandes grupos económicos.
Neste momento
também são correias de transmissão de uma política europeia...
É o mesmo tipo de
interesses, são os interesses dos grandes bancos europeus. É a mesma lógica. O
poder judicial em Portugal não tem meios e está muito dependente do poder
executivo. Veja-se esta bronca do Citius! O poder executivo pela via
informática controla o poder judicial! Um poder executivo que quisesse boicotar
o poder judicial não faria melhor que o que este governo fez com o Citius. Foi
um boicote à justiça, imagino que involuntário. Não tendo a justiça meios
próprios, dependendo do poder executivo a nível informático, de financiamento,
é evidente que não tem verdadeira autonomia.
Mas esta semana
António Costa disse que o PS iria trabalhar no combate à corrupção, que até
tinha sido uma bandeira de António José Seguro na recente campanha...
António José
Seguro só apareceu como um grande combatente contra a corrupção a partir do
momento em que António Costa disse que queria ser secretário-geral do PS. Em
abono da verdade se diga que teve no passado algumas posições, mas podia ter
tido esse discurso desde o princípio. No índice de percepção da corrupção que é
publicado anualmente - e é de percepção externa, que vem de peritos do Banco
Mundial, e outros -, Portugal tem vindo a depreciar--se como nenhum outro país
do mundo. Na década de 2000/2013 Portugal foi o país que mais piorou nesta
matéria. Hoje estamos no grupo dos piores da Europa. Estamos ao lado da
Espanha, da Itália e da Grécia. Em 2000 estávamos mais perto da Áustria que da
Grécia.
Há um mês disse
ao meu jornal que estava a ponderar voltar à política. Como está o ponto da sua
reflexão?
A leitura que eu
faço - e também tem a ver com o facto de eu ser do Alto Minho - é que Portugal
tem um grande potencial, excelente clima, óptima localização, tem mar, terrenos
para agricultura e invariavelmente tudo isto é desperdiçado. Temos uma serra da
Estrela onde se fazem desportos de neve, mas quando neva não se consegue lá
chegar. Isto é a típica situação portuguesa. A forma como são montados os
limpa-neves não é função do interesse público mas de interesses particulares. Entre
o desperdício, a incompetência e a corrupção vão os recursos todos. Temos um
potencial fantástico e depois os portugueses não usufruem do potencial de que
dispõem porque aparece a política para estragar o funcionamento do país. Mudando
a política, o país melhora substancialmente e o principal factor que anda a
contaminar a política é a corrupção.
Então todos os
políticos são maus?
A maioria dos
políticos não são corruptos. Só uma pequena minoria, com uma particularidade:
são os políticos que mandam mais, os que controlam 90% do orçamento. Políticos
corruptos são poucos. O que acontece é que os restantes não combatem o statu
quo . Em Portugal, que é um país cheio de salamaleques, os políticos têm um
conjunto de mordomias absolutamente ridículas, bilhetes para o futebol, teatro,
precisam de fazer obras em casa de um primo e conseguem mais rapidamente porque
conhecem o presidente da câmara, têm uma sobrinha desempregada e arranjam-lhe
um emprego. E para manter estes pequenos privilégios sabem que jamais poderão
enfrentar os dirigentes máximos. E acabam por fazer lastro à corrupção dos
outros. Há um ditado português que explica isto bem: tanto rouba quem vai à
horta como quem fica à porta. Os outros políticos todos ficam à porta a olhar,
assobiam para o lado, fingem que não é nada com eles.
Vai formar um
partido?
Isto tem três
soluções possíveis: os principais partidos fazerem um pacto, a que todos se
vinculem, de combate efectivo à corrupção, como aconteceu em Itália com a
operação Mãos Limpas. Ou aparecem partidos novos com discursos verdadeiramente
novos ou, outra possível solução, aparece no topo do regime alguém que ponha
ordem na casa.
Está a admitir
candidatar-se a Presidente da República?
Estou a reflectir
sobre todas essas matérias. Há tempo para tudo. A minha reflexão é sobre o que
posso fazer para ser útil. Acho que uma pessoa como eu não pode ficar de fora
da intervenção no ciclo eleitoral que aí vem. Ainda não sei qual é a melhor
forma, quando souber digo--lhe. O objectivo é claro: ando à procura de uma
forma de intervir na política portuguesa de forma a diminuir a corrupção que
está a minar a política e toda a vida em Portugal. Esta é a resposta que posso
dar neste momento. Quando tiver outra, também lha dou.
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