Turismo de Portugal prepara venda
das pousadas
O Turismo de
Portugal está a avaliar a venda dos 51% que detém na Empresa Nacional de
Turismo (ENATUR), entidade que concessiona as Pousadas de Portugal e onde o
grupo Pestana possui os restantes 49%.
Ana Serafim | 25/11/2014 / SOL online
A 31 de Outubro,
o instituto público presidido por João Cotrim Figueiredo contratou a sociedade
de advogados A.M. Pereira, Saragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados
como assessora jurídica do processo.
Esta contratação,
por ajuste directo e por um valor máximo de 74.950 euros mais IVA, visa
“assegurar os serviços especializados de assessoria jurídica destinados a
avaliar a possibilidade e os termos da alienação da participação que o Turismo
de Portugal, I.P. detém no capital social da ENATUR - Empresa Nacional de
Turismo, SA”, lê-se no contrato.
Com um prazo de
execução de quatro meses e 30 dias, os serviços contratados incluem o
“aconselhamento relativamente à definição e estratégia adequada ao modelo de
privatização” e a “apresentação de propostas e soluções para reforçar a
atractividade da venda”.
Questionado pelo
SOL sobre a privatização, o Turismo de Portugal respondeu que “o processo
continua em fase de avaliação pelo que não é oportuno acrescentar novos
elementos”.
Em Setembro, João
Cotrim Figueiredo assumia ao Jornal de Negócios “ver com a maior das
naturalidades” a venda da posição na ENATUR se esta solução beneficiasse o
turismo. “Se não for tomada uma decisão no que toca à ENATUR no espaço de três
meses, acho que pode ficar tarde. Temos noção da janela de oportunidade. Se não
aproveitarmos, podemos não ter outra ocasião”, acrescentava.
Caso a venda
avance, o Grupo Pestana poderá surgir como o comprador mais bem posicionado. Além
de ser dono de 49% da ENATUR desde 2003 e gerir a rede de pousadas, o maior
grupo hoteleiro português tem direito de preferência numa eventual alienação. E
já manifestou interesse em ficar com a totalidade do capital. “Estamos
interessados em analisar”, avançava ao SOL, em Julho do ano passado, o
presidente da Pestana Pousadas, José Castelão Costa, revelando que essa
intenção já tinha sido indicada à tutela.
“É um processo
que, até agora, o Governo tem demonstrado interesse em resolver, até porque
estava no seu ADN não ter empresas públicas”, frisava. Mas lembrava também que
o processo poderia ser “difícil” porque nem todos os imóveis onde as pousadas
estão instaladas são da ENATUR. Alguns pertencem a fundações ou a privados, que
terão de ser ouvidos.
Na semana
passada, o administrador do grupo Pestana, José Theotónio, reiterou a posição. “Temos
uma concessão até 2023. Se o Estado disser que quer vender, vamos estar
interessados. Mas também dependerá dos valores e das condições”, afirmou ao
SOL, à margem da apresentação do novo plano estratégico para a rede de 35
pousadas. O gestor admitiu, porém, que não há conversações com a tutela sobre o
tema, sublinhando que o Orçamento do Estado para 2015 nada refere quanto à
venda da ENATUR.
Pousadas
reposicionam-se para duplicar resultados
Com o novo plano
estratégico, o objectivo do grupo é duplicar os resultados operacionais das
Pousadas até 2018 - dos três milhões de euros previstos este ano para seis
milhões.
Para tal, até ao
final de 2015 planeia investir 13,5 milhões de euros. Nove milhões serão
dedicados à nova pousada de Lisboa, no Terreiro do Paço, que terá cerca de 90
quartos e deverá inaugurar em Junho. Haverá ainda 3,5 milhões para remodelar
unidades. E outros 400 mil euros vão para um programa de divulgação da marca e
do novo posicionamento da oferta. Este ano, as vendas da rede estão a crescer
10%.
Foto: Pousada da
Serra da Estrela é a mais recente - abriu em Abril
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