Vive fora de Lisboa? Se sim
também vai pagar a taxa de turismo criada por Costa
LilianaValente / OBSERVADOR
A Taxa Municipal
Turística vai ser aplicada a não residentes em Lisboa. Portugueses não
residentes e estrangeiros que morem fora de Lisboa vão passar a pagar um euro
em 2015 para entrar na capital.
A Taxa Municipal
Turística, que a Câmara de Lisboa pretende aplicar em parte a partir de 2015,
vai ser aplicada a todos (portugueses e estrangeiros) que não residam em
Lisboa. A partir de 2015, quem chegue a Lisboa através do Aeroporto de Lisboa
ou do Porto de Lisboa já vai pagar um euro para entrar na capital. A taxa sobre
as dormidas ficará para 2016.
A medida, que
renderá em 2015 sete milhões de euros, será aplicada apenas às entradas na
capital e será paga também por portugueses, que não residam em Lisboa. A
resposta foi dada pela Câmara a uma pergunta do Observador sobre o universo de
pessoas que teriam de pagar este contributo. Ou seja, todos os não residentes no
concelho de Lisboa terão de contribuir já a partir de 1 de janeiro com um euro
para a Taxa Municipal Turística.
O Observador
questionou a ANA, para saber se houve algum tipo de contacto para saber como
vai ser cobrada a taxa de desembarque, mas a empresa não quis fazer qualquer
comentário sobre o assunto. Da TAP, a mesma resposta.
A segunda parte
da Taxa Municipal Turística (na prática divide-se em duas) que será aplicada
sobre as dormidas na capital, só começará a ter efeito a partir de 2016.
Explicou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que esta
contribuição terá no entanto um limite de sete euros, mesmo que um turista
(neste caso não residente em Lisboa) fique quinze dias, o valor máximo a pagar
pela taxa de dormida não ultrapassará os sete euros.
Esta nova taxa
foi justificada pelo executivo da Câmara com a necessidade de fazer alguns
investimentos nos equipamentos turísticos da cidade, como por exemplo na
construção de um novo centro de congressos com maior capacidade de atração do
que a Feira Internacional de Lisboa (FIL) e que se deverá situar onde é hoje o
Pavilhão Carlos Lopes, no Parque Eduardo VII. Na conferência de imprensa que se
realizou esta segunda-feira de manhã em Lisboa, Fernando Medina insistiu que a
questão é de saber “como financiar” estes equipamentos uma vez que do Orçamento
do Estado não há verba consignada aos municípios para que estes invistam no
turismo nem o próximo quadro comunitário de apoio servirá para comparticipar
este tipo de equipamentos.
A criação de uma
taxa sobre o turismo (dormidas e entradas na capital) foi discutida no seio da
Associação de Turismo de Lisboa da qual fazem parte vários municípios da área
metropolitana de Lisboa. No entanto, não reuniu consenso entre todos os
autarcas e António Costa decidiu avançar com a taxa a nível municipal, mesmo
sem o apoio dos outros autarcas. Na conferência de imprensa Medina disse que
espera que durante 2015 outros autarcas se pronunciem, sobretudo sobre a taxa
das dormidas, uma vez que essa só será aplicada em 2016 e a taxa sobre as
chegadas só se poderia aplicar em Lisboa, uma vez que tanto o aeroporto como o
Porto estão na capital.
António Costa fez
questão de insistir na ideia que esta não é uma “é uma receita municipal. É uma
receita consignada ao Fundo Turístico de Lisboa“. Isto porque, diz Costa, a
“gestão não será feita exclusivamente pela Câmara, mas pelos parceiros [do
setor]“. A taxa durará enquanto durar o plano estratégico para o turismo (entre
2015 e 2019) e depois poderá ser “reavaliada”, disse.
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