( ...) “A atitude do líder
socialista contraria, contudo, a visão que a maioria dos comentadores de
esquerda tem transmitido do processo Sócrates. Miguel Sousa Tavares e Clara
Ferreira Alves, dois bons representantes da esquerda aristocrática que
considera que uns cidadãos são mais iguais do que outros, têm dado um
espectáculo deprimente ao porem a justiça no banco dos réus, seja pela forma
como José Sócrates foi detido, seja pela medida de coacção excessiva aplicada
pelo juiz Carlos Alexandre. Os factos oficiais que se conhecem do processo,
nomeadamente os crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais,
são olimpicamente ignorados, como se não existissem e Sócrates não tivesse de
prestar contas à justiça. MSTe CFA recusam-se a julgar Sócrates por não
conhecerem os factos, mas condenam sem apelo nem agravo a justiça por fazer o
seu trabalho e não conseguem perceber que os cidadãos querem uma justiça cega,
que não ligue ao poder político, económico ou social dos cidadãos. A
aristocracia costuma ser assim: insensível ao sentir da comunidade.”
Por Luís Rosa
publicado em 26
Nov 2014 in
(jornal) i online
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