O terreno da
antiga Feira Popular, em Entrecampos, está na lista de activos que o município
pretende alienar no próximo ano
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Câmara de Lisboa quer vender
terrenos da antiga Feira Popular em 2015
INÊS BOAVENTURA 10/11/2014
- PÚBLICO
O orçamento camarário para o próximo ano é de 698 milhões de euros, menos
29,7 milhões do que em 2014.
A Câmara de
Lisboa vai dar continuidade à “estratégia de alienação de activos não
estratégicos”, com o objectivo de “antecipar a amortização da dívida”. Isso
mesmo foi confirmado por António Costa, que fez saber que entre os bens que o
município quer vender no próximo ano está o terreno da antiga Feira Popular, em
Entrecampos.
Segundo o
autarca, entre 2007 e 2013 o município reduziu a sua dívida em 422 milhões de
euros, 172 milhões dos quais “através do recurso a capitais próprios, que não
tiveram nada a ver com o acordo do Aeroporto”. Em 2015, reconheceu, a dívida
vai aumentar, devido ao processo Bragaparques e à extinção da Empresa Pública
de Urbanização de Lisboa, o que faz com que aquela política de alienação de
activos continue a justificar-se.
Além disso,
António Costa prometeu continuar a apostar naquilo que disser ser uma “redução
sustentada da dívida”. No próximo ano, o executivo camarário quer cortar 29,7
milhões de euros na despesa total, comparativamente com os valores de 2014.
Ao nível das
despesas correntes, o Orçamento prevê um corte de 19,8 milhões de euros nas
despesas com pessoal, fundamentalmente devido à passagem de trabalhadores para
as juntas de freguesia. Na aquisição de bens e serviços espera-se uma redução
de 9,5 milhões de euros, em rubricas como os encargos com água, luz e gás,
gasóleo, telecomunicações e assistência técnica.
Nas transferências
correntes antecipa-se um acréscimo de 19,2 milhões de euros, por via das
transferências para as freguesias, enquanto nas despesas de capital se espera
uma redução de 19,5 milhões de euros.
Ao nível das
receitas, a câmara está a contar com um aumento de 27,3 milhões de euros nos
impostos indirectos, fundamentalmente devido a dois factores: uma subida do IMT
“por via da maior procura de imóveis por parte do mercado, nomeadamente de não
residentes (vistos gold) e de um maior nível de atractividade da cidade de
Lisboa a nível internacional” e a uma subida do IMI “por via da integração das
receitas do território correspondente ao Parque das Nações”.
O Orçamento de
2015 para Lisboa, que devia ter sido apreciado pela câmara e enviado para a assembleia
municipal até ao passado dia 31 de Outubro, tem um montante global de
698.454.077 euros, o que representa uma redução de 29,7 milhões de euros face
ao orçamento de 2014.
“A elaboração
deste orçamento procurou responder ao problema de procurar compatibilizar o
programa de governo da cidade com a deterioração muito acentuada do quadro
financeiro que temos sofrido ao longo dos últimos anos”, resumiu o presidente
da câmara, lembrando que entre 2010 e 2014 o município sofreu uma quebra da
receita estrutural de 154 milhões de euros.
Questionado sobre
se o orçamento acomoda a contribuição de Lisboa para o muito contestado Fundo
de Apoio Municipal, o número dois do executivo respondeu que “infelizmente”
sim. “Era um sobrecusto que a câmara bem dispensava”, rematou Fernando Medina.
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