Entrevista i a João César das Neves.
“Só há uma maneira de resolver isto: é não haver dinheiro”
Por Isabel
Tavares
publicado em 6
Set 2014 in
(jornal) i online
O economista acredita que, se um décimo do que se diz do BES for verdade,
tem de haver cadeia e cadeia longa
João César das
Neves, professor da Universidade Católica, ficou satisfeito com a decisão do
Banco Central Europeu e diz que Mario Draghi está a fazer tudo o que está ao seu
alcance para apoiar a política monetária. São os governos que estão a falhar e
o susto chegará quando, sem aviso, as taxas de juro começarem a subir e as
reformas estruturais não estiverem feitas. Para o ex-assessor económico de
Cavaco Silva, a prazo, na Europa, o grande problema não está na França ou na
Itália, mas na Alemanha.
Entrevistei-o há
dois anos e, na altura, afirmou que para os disparates que fizemos até
estávamos a pagar barato. Continua a pensar assim?
É verdade,
continuo a pensar assim. Basta comparar com a Grécia. É indescritível o que
está a sofrer, um país completamente rebentado em termos políticos, sociais e
até de perda de dignidade. Foi muito pior naquilo que fez, no período mais
longo de asneira, e muito mais dramático, mas por isso ninguém teve a mais
pequena piedade, enquanto connosco as facilidades têm sido enormes.
Por exemplo?
A troika
passou-nos em todas as avaliações quando nós, de facto, não cumprimos em
nenhuma o que tínhamos prometido. E os mercados têm-nos facilitado a vida,
Mario Draghi [presidente do Banco Central Europeu] tem ajudado imenso. Não
quero com esta frase tirar nada ao dramatismo do sofrimento das pessoas em
Portugal, mas isto tem um lado perigoso. Precisamente porque as coisas acabaram
por sair mais ou menos, se calhar, vai cair tudo na mesma. Penso que não,
porque ninguém nos empresta dinheiro outra vez. O nosso problema é um problema
de credibilidade. Quando as pessoas dizem que a austeridade é exagerada, têm
razão, mas é porque ninguém acreditou que íamos adoptar as medidas necessárias
para pôr a casa em ordem que nos estão a obrigar a fazer isso à força. Na
Grécia, os putedos, as facilidades políticas, as regalias são em muito maior
dimensão, e esse é o problema. Em Portugal, se toda a gente tivesse admitido
que ia cortar e, sobretudo, se os mais poderosos tivessem também feito o seu
papel, tinha sido muito mais fácil para todos.
Não houve
igualdade na repartição de sacrifícios?
Tenho de dizer
que as pessoas, em Portugal, perceberam e apertaram o cinto mesmo. O problema
é, de facto, a distribuição dos sacrifícios. Os desempregados que saíram logo
em 2007, as empresas que foram à falência em 2008, 2009 e 2010, os que
emigraram, que mudaram de sector, que se reconverteram, foi isso que salvou o
país. Ao mesmo tempo, uma enorme quantidade de outros grupos próximos do Estado
ou próximos do poder económico, como o BPN, o BES, e também podemos falar dos
funcionários públicos e de outras entidades, conseguiram proteger-se dos
cortes. E esses, curiosamente, são os que mais protestam, os que mais gritam. É
espantoso que o Tribunal Constitucional esteja a defender aqueles que foram
menos tocados, quando o sector privado está a sofrer desde 2007. Quando, em
2011, finalmente, o Estado diz que vai mexer naqueles que têm estado sempre
protegidos, como os pensionistas, o Tribunal Constitucional não deixa em nome
do princípio da igualdade. Mas qual igualdade? O que há é exactamente o
contrário: falta de igualdade. Ironicamente, o BES rebentou na pior altura
possível, quando saímos do resgate. Por razões políticas, por razões
económicas, é verdade que houve muita gente que não foi afectada. Felizmente,
toda a gente acabou por sofrer alguma coisa e o país conseguiu dar a volta. Por
isso é que já passou a crise e estamos a crescer.
A austeridade a
este nível é um erro ou uma inevitabilidade?
Só há uma maneira
de resolver isto: é não haver dinheiro. O que não se pode dizer é que a
austeridade foi uma estupidez imposta por fora. Não foi nada. A austeridade foi
porque nós dissemos sucessivamente, ao longo dos últimos dez anos, desde que
entrámos no Pacto de Estabilidade, que íamos cumprir as regras, e nunca
cumprimos. Fomos o primeiro país a violar o Pacto de Estabilidade e violámo-lo
alegremente todos os anos menos em 2007, se não me falha a memória. E, agora,
ainda queríamos mais uma ajudazinha para evitar esta austeridade. Isso foi o
que fizeram em 95 e em 97 e em 2001 e em 2005, e nunca pusemos a casa em ordem.
Finalmente, em 2011, admitimos a verdade, que isto está horrível, que vamos
tomar medidas. E pedimos uma ajudinha? Estamos a brincar.
Disse que o BES
rebentou na pior altura. A solução encontrada foi a melhor ou o país ainda vai
pagar caro?
A primeira coisa
a dizer é que o país não sofreu com o caso BES. Quer dizer, tanto quanto
sabemos, os contribuintes não colocam lá dinheiro, ao contrário do que
aconteceu com o BPN.
Mas o BES vai ao
défice...
Não
necessariamente. Pode ir e pode não ir. Neste momento, as medidas foram tomadas
para que não fosse. Não se pode é garantir que não vá, ao contrário do que o
governo diz. Há a possibilidade, relativamente pequena mas existe, de chegar
aos contribuintes. Mas a medida que foi tomada é aquela que mais protege o
contribuinte e o depositante, fazendo recair o custo sobre o accionista e os
que apostaram naquilo. O resto depende do que se conseguir recuperar e de como
se vender o banco.
Mesmo que os
contribuintes não venham a pagar o BES, muita gente já já está a perder
dinheiro. É justo?
Esta medida
entalou os accionistas e é preciso dizer, já só en passant, que esses
accionistas incluem as pessoas que foram ao aumento de capital há dois meses,
antes de a coisa ir por água abaixo, um dos casos mais espantosos da finança
internacional, como escrevia o “Financial Times”. E essa discussão vai ser
feita nos tribunais durante imenso tempo. O impacto na economia portuguesa, que
seria sempre grande, porque se trata de um banco essencial que estava em risco
de falência, foi reduzido significativamente.
Tanto se falou no
custo do BPN, que o Tribunal de Contas veio avaliar em 2,2 mil milhões até
final de 2013, e agora o BES custa 4,9 mil milhões de uma assentada. Revolta?
São problemas
diferentes. O BPN é roubo, puro e simples. Toda a gente falava nisso há muito
tempo. No BES temos investimentos mal conduzidos e haverá certamente fraude
envolvida – não é possível afirmá-lo porque todos são inocentes até prova em
contrário. O BPN era um banquito, o BES é um dos pilares do sistema financeiro
português. Terceiro, o BPN foi metido dentro do Estado e imediatamente acabou a
discussão, porque o buraco foi pago pelos contribuintes e o assunto
desapareceu. Claro que há semelhanças, temos um banco com dificuldades, isso é
evidente. Mas a maneira como foi tratada a solução parece-me bastante mais
inteligente, em boa parte devido à experiência anterior. E há até a
probabilidade de o Orçamento ganhar dinheiro, é possível. Aliás, aconteceu isso
nos Estados Unidos. É cedo e exagerado andar a dizer que arrisca o Orçamento.
Outra semelhança
entre os dois casos é a supervisão. Falhou ou não?
A primeira coisa
a dizer é que a supervisão é uma tarefa muito difícil, só é fácil para quem
está longe. Mas essa é a sua função, claro. A defesa do Banco de Portugal, na
altura, foi que se tratou de um crime, no sentido em que lhe deram informações
falsas – e isso dá cadeia –, um caso de polícia. O que é uma justificação
razoável, com um pequeno detalhe: é que toda a gente menos o Banco de Portugal
andava a dizer que o BPN era um buraco inacreditável, um roubo, e só o BdP
continuava a acreditar nos papéis. Tenho grande dificuldade em julgar pessoas
que têm uma tarefa muito difícil e que não sou capaz de fazer.
Quem não se sente
capaz de realizar uma tarefa não aceita o cargo, não concorda?
Não é esse o
ponto; o ponto é que, se não se pode fazer, não se pode exigir.
Não se pode fazer
porquê, se se tem os meios?
Não se pode
garantir que não chove. Podemos fazer a melhor previsão meteorológica possível,
apenas. O Banco de Portugal jamais poderá garantir que nunca vai haver uma
crise na banca.
Mas não estamos a
falar de uma. Foi o BPN, o BPP, o BES, e já se fala em outras. Parece-me que a
sequência de vários casos, claramente, põe em causa a supervisão. Mas são
investigações, é preciso cuidado. Porque é muito fácil atirar pedras e criar
suspeitas. A base do sistema financeiro é a confiança; no momento em que se
perde a confiança, não há nada. A maior parte das pessoas não faz ideia do que
quer dizer uma crise financeira. É viver com o dinheiro que se tem no bolso. Houve
124 crises bancárias sistémicas no mundo de 1970 a 2007, o que significa
que o sistema bancário foi todo abaixo. A maior parte delas não foram na
Europa, como é óbvio. Não estou a tentar justificar o BdP; na realidade, tenho
a certeza de que fizeram mal o seu serviço e até tenho informações que mostram
isso. Mas tudo o que tem a ver com dinheiro temos de tratar com muito cuidado,
porque estamos a serrar o ramo em que estamos sentados.
O BES vendia
produtos em que oferecia remunerações muito acima da média do mercado. Isto não
é um sinal para a CMVM?
Sim, devia ter
sido. Não é possível haver um aumento de capital e, daí a dois meses, a
entidade que fez esse aumento ir por água abaixo e a CMVM não estar em causa. Mas
é preciso dizer que a única alternativa que temos é não confiar em ninguém. É
verdade que temos de ter mais cuidado, que é preciso alterar as coisas. Há
casos de pessoas que fizeram disparates e depois foram promovidas até. Mas é o
tipo de intervenção que podemos exigir para o futuro.
Punir, como
premiar, é ou não importante?
É absolutamente
decisivo que isso aconteça. E se um décimo – não vou dizer quem é culpado e não
é, porque estão a ser feitas investigações – das coisas que se dizem forem
verdade, dá cadeia e cadeia longa. E mais: se não der cadeia, porque as pessoas
envolvidas são muito influentes na sociedade portuguesa, descredibilizamos
completamente a nossa justiça, o nosso sistema financeiro. Isto tem de ser
investigado até ao fim. Em Portugal, a justiça não é má mas é vagarosa. Ainda
está a julgar o caso BPN e só há um culpado, o resto desapareceu. Mas este é um
caso absolutamente aberrante em termos de influência política, foi por isso que
o atiraram para debaixo do tapete, PSD, PS, tudo. O BES não é um caso desses.
Também tem muita influência política, vai criar ondas de choque durante muito
tempo, mas espero que não se brinque com um assunto destes. Devemos ter
confiança nas instituições, até porque não temos alternativa. Se não tivesse
confiança nas instituições, ia-me embora, não ia viver num país onde os
bandidos é que mandam. Estou convencido de que os bandidos não mandam e que vai
ser feita justiça.
Sabe qual será o
comentário nas redes sociais a propósito desta afirmação? Eu sei: “Fia-te na
Virgem e não corras...”
A quem me critica
nisso, pergunto: qual é a alternativa? Resmungar, resmungar e depois ir para a
cama descansadinho e dormir fiando-se na Virgem? O que é extraordinário é que
as pessoas, na televisão ou no café, traçam os quadros mais catastróficos sobre
a situação do país, e a seguir desligam a televisão, vão dormir e fica tudo
bem. Se levássemos a sério o que dizem, a alternativa era ir para Marrocos, e
isso eles não fazem.
O Orçamento de
2016 já vai ser sujeito a esta espécie de visto prévio da Comissão Europeia. É
uma salvaguarda?
É. Mas não
funcionou durante o tempo todo em que nós alegremente violámos o Pacto de
Estabilidade. E a União Europeia também tem culpa neste processo em que nós
fizemos o disparate de acumular dívida nas suas barbas; não podem agora vir
dizer que somos uns malandros. E a seguir foram os alemães e os franceses que
mandaram o Pacto de Estabilidade às urtigas. A UE também tem um problema de
credibilidade interna, de desorientação política que nós, os oportunistas,
aproveitámos e que é muito perigoso. Não estamos outra vez na situação em que
estávamos em 2005, em 2007, mas a oposição já está, incompreensivelmente, a
prometer mundos e fundos. É mentira. Pura e simplesmente mentira.
Acredita mesmo
que a economia já está a crescer sustentadamente?
Essa é a segunda
razão que não me deixa entrar em pânico: é que a economia deu a volta. Houve muita
aldrabice do lado do Estado, muita austeridade a fingir, muitos oportunismos. Nestes
três anos de programa de ajustamento, muita coisa foi mal feita, mal
aproveitada, e deixámos muito por fazer. Mas as pessoas mudaram de vida, houve
uma reestruturação espantosa e é essa flexibilização que nos salva. Temos um
peso morto de grupos instalados à volta do Estado, uma cambada de parasitas no
país, mas temos uma máquina que, obviamente, sentiu-se agora – nem era possível
de outra maneira –, mas está outra vez a dar sinais de estar a funcionar.
Será que chega?
Não sei. Ninguém
sabe. É importante dizer que nos dois programas anteriores do FMI, 78 e 83, o
Estado não só não baixou o défice, nem sequer o manteve, subiu-o. Só que o lado
privado apertou o cinto por ele e pelo público, e conseguiu equilibrar a
situação. Desta vez, aconteceu o mesmo. O nosso défice está longe de estar
resolvido, nunca cumprimos nenhuma das metas da troika. Mas já não nos estamos
a endividar, estamos a reduzir o endividamento externo, e isso é bom. Não
estamos ainda com um crescimento extraordinário, e o caso do BES e outros
mostraram que muita coisa foi adiada. Temos agora os testes de stresse em
Outubro, vamos ver se há mais BES escondidos.
Receia que haja
surpresas, em Portugal e lá fora? Espanha, por exemplo?
Espanha é
dramático. Tenho esperança de que os problemas que existem em Portugal sejam
suficientemente pequenos relativamente à dimensão do sistema para não gerar uma
coisa como a do BES. Parece que, finalmente, estes testes de stresse são a
sério, vamos ver. Nos Estados Unidos mostraram tudo de um dia para o outro, as
pessoas acreditaram no resultado, limpou-se o sistema e começaram a crescer. Nós
andamos nisto há quatro anos e nada. Percebe-se as influências políticas, os poderes
instalados. Apesar disso, estou muito mais contente de estar em Portugal, mesmo
sendo mais pobres, do que se estivesse em Espanha, Itália, França ou até na
Alemanha. A longo prazo, o país com mais problemas não é a França nem a Itália,
é a Alemanha.
Como é que se
resolve o problema do crescimento económico?
Este é um
problema da União Europeia e é complicado. A questão é que já não é possível,
neste momento, gastar mais dinheiro, até porque as nossas abébias para promover
o desenvolvimento não promoveram desenvolvimento coisa nenhuma, foram
simplesmente para os bolsos dos do costume. Os EUA mostraram como é que isto se
resolve. Temos de fazer estímulos de curto prazo e uma reestruturação brutal a
médio/longo prazo que convença as pessoas de que estamos a olhar a sério para o
défice e que queremos mesmo ter um défice que consigamos pagar, ou seja, zero. Só
que estamos numa recessão ou a sair de uma recessão, queremos gastar algum
dinheiro razoavelmente. Ninguém acredita em Portugal. O máximo era 3%, conseguimos,
com um esforço, chegar a 4% e, como é óbvio, já estávamos a pedir 4,5%. Isto
mostra que não fazemos a mais pequena ideia de qual é o problema. Em Portugal,
ninguém está interessado em ter um Estado que consiga pagar. Mas é
absolutamente indispensável, porque ninguém nos vai pagar o Estado que temos.
Como é que
ficamos?
O que era
absolutamente indispensável era ter juízo. O que a troika está a dizer não é
estúpido, é essencial, e até devíamos fazer mais, porque a Alemanha não tem
nenhuma responsabilidade de nos pagar. Nem os alemães, nem os franceses, nem
ninguém, temos de ser nós a fazê-lo. E aqueles que são muito amigos do Estado,
dos funcionários públicos, dos pensionistas, deviam ser os primeiros a querer
ver isto feito. O governo muda daqui a poucos meses e vai à vida dele, nós
ficamos cá, os contribuintes ficam cá sempre. Esta é a quinta emergência
orçamental que temos nos últimos anos. O eng.º Guterres teve uma em 99 e fugiu,
Durão Barroso teve outra em 2003 e fugiu, Sócrates teve outra em 2005 e fugiu,
e já vamos na quinta. Isto de ir de estupidez em estupidez até à catástrofe
final... Todos disseram que ia ser duro, mas que agora é que ia ficar
resolvido. Não ficou e não se fez a reforma da Segurança Social, não se fez a
reforma da administração pública, não se puseram as coisas no caminho da
sustentabilidade.
O que é que está
a travar a economia, além da falta de dinheiro?
A economia ficou
completamente entupida porque nós arranjámos fiscais para tudo e mais alguma
coisa, inventámos impostos para tapar todas as possibilidades, queimámos a
galinha dos ovos de ouro. É evidente que a melhor maneira de proteger a língua
portuguesa é não se falar. Os fiscais da ASAE e de todos esses organismos estão
montados para este propósito. Eu já fui director da biblioteca aqui da Católica
e sei que a melhor maneira de proteger os livros é não os emprestar aos alunos,
mas isso é muito estúpido. E nós estamos um bocadinho nisto, em boa parte pelo
seguidismo da UE e de directivas que são feitas para países muito mais ricos do
que nós, mas que temos de adoptar. No final, cumprimos todas aquelas regras e
matamos a economia. Depois há outro problema: amamos as pequenas empresas mas,
quando elas começam a crescer e passam a médias, pimba! Punimos o sucesso
económico.
Sobre as medidas
anunciadas por Mario Draghi, são suficientes?
O BCE tem uma
tarefa simples: aguentar o euro. E é o que tem feito. Anestesiou o problema,
com taxas de juro baixas, para permitir a cirurgia, mas a operação, as reformas
estruturais têm de ser feita pelos governos. O que assusta é quando, de um
momento para o outro, as taxas de juro começarem a subir e a inflação começar a
subir. Todos os governos que andaram a brincar vão estar completamente
atulhados. Não sei se conhece algum aqui próximo que esteja nessas condições.
Que esperança tem
na nova equipa ou equipas europeias, a começar pela Comissão?
A Comissão
Europeia não existe até Delors e desde aí. Tem influência e pode estragar
muito; fazer já é mais difícil. Mais uma vez escolheram uma nulidade, porque é
evidente que não querem alguém com influência. Tem de ser pequenino e
simpático, mas pouco interventivo, como o Juncker.
Sobre a proposta
de a Alemanha ter direito de veto?
A Alemanha é a
maior economia, não pode ter o peso do Luxemburgo, que é igual a Odivelas. É a
Alemanha que paga esmagadoramente o dinheiro, tem um peso enorme em termos
económicos; se não tiver mais influência que Portugal não é justo, não é
razoável. Se há alguma coisa de que a Alemanha se pode queixar é de falta de
influência, não é de excesso. Proporcionalmente, Portugal ou o Luxemburgo têm
uma influência escandalosamente superior. Resmungam porque a Alemanha manda
nisto? A Alemanha paga isto.
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