Passos diz que foi avisado que
Governo não ia durar muito
27/9/2014, LUSA /
OBSERVADOR
O primeiro-ministro diz que foi avisado por um "mensageiro" que
lhe disse que por se ter metido com determinada pessoa, não identificada, o
Governo não ia durar muito.
O presidente do
PSD afirmou na sexta-feira à noite que existe incómodo com as mudanças que
introduziu na forma de fazer política em Portugal e falou num “mensageiro” que
o terá advertido que o Governo não ia durar muito.
Estas afirmações
foram feitas por Pedro Passos Coelho perante o Conselho Nacional do PSD,
disseram à Lusa dirigentes que estiveram na reunião deste órgão, realizada na
sexta-feira, em Lisboa, durante a qual o primeiro-ministro recebeu palavras de
apoio a propósito da polémica em torno da sua relação com a empresa Tecnoforma
e dos seus rendimentos enquanto foi deputado em exclusividade.
De acordo com
estes dirigentes, na sua intervenção final, o presidente do PSD referiu-se a
“um mensageiro” que terá recebido esta semana, e que lhe terá dito que o seu
Governo não ia durar muito porque se tinha metido com determinada pessoa – uma
menção ambígua, em que não identificou ninguém, e que deixou nalguns a dúvida
sobre se era um relato literal ou figurativo.
Passos Coelho não
falou diretamente da polémica em que esteve envolvido nos últimos dias, apenas
agradeceu as palavras de apoio dos conselheiros nacionais do PSD e declarou que
tudo o que tinha a dizer sobre o assunto disse na sexta-feira de manhã na Assembleia
da República.
Segundo as fontes
contactadas pela Lusa, a maior parte das intervenções nesta reunião
extraordinária do maior órgão do PSD entre congressos foram sobre a natalidade,
o primeiro tema na agenda da reunião de sexta-feira, e as referências à
polémica em torno da Tecnoforma foram todas de apoio ao primeiro-ministro.
Durante o debate
quinzenal de sexta-feira, no seu discurso inicial, Pedro Passos Coelho sugeriu
hoje que a forma como decide pode “desagradar” a “pessoas com alguma
influência” e desafiou quem está por trás das acusações sobre os seus
rendimentos a apresentar provas.
O chefe do
executivo PSD/CDS-PP afirmou que é “uma pessoa remediada”, mas que isso não o
condiciona nas suas decisões: “Portanto, nunca na minha vida em lugares públicos
ou de outra natureza exerci ou decidi senão de acordo com a minha consciência,
mesmo que isso possa desagradar a algumas pessoas com alguma influência”. Mais
à frente, no mesmo discurso, Passos Coelho voltou a sugerir que “alguém
importante” está a procurar incriminá-lo, a propósito do acesso da comunicação
social a declarações suas de IRS.
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