Sector das
energias limpas pesou 1,6% na riqueza gerada em Portugal no ano passado
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Energias renováveis criaram mais
de 40 mil empregos em 2013
ANA BRITO
25/09/2014 - PÚBLICO
Contributo do sector das energias de fonte renovável para o Produto Interno
Bruto (PIB) em 2013 atingiu 2730 milhões de euros.
As energias
renováveis criaram mais de 40 mil empregos em 2013, sendo a grande maioria
(quase 38 mil) resultado do “impacto indirecto noutros sectores”, revelou um
estudo que a Associação de Energias Renováveis (APREN) apresentou nesta
quinta-feira. A associação acredita que há potencial para criar mais 26 mil
novos postos de trabalho até 2030.
No conjunto, o
sector contribuiu com 2730 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB),
representando 1,6% da riqueza produzida no país (acima dos 1,5% registados em
2012). A utilização crescente de energias renováveis permitiu uma redução das
importações (de energia eléctrica e combustíveis fósseis) na ordem dos 1479
milhões de euros, revelou a análise desenvolvida pela Deloitte.
A consultora
aponta ainda que a fonte eólica (que representa 56% do sector) foi responsável
por 1527 milhões de euros, enquanto a fonte hídrica (33% do sector) gerou 930
milhões. Também conclui que o solar é o subsector das fontes de energia renovável
com maior contribuição para o PIB tendo em consideração a contribuição média
por megawatt (MW) instalado. Se a média do sector atingiu 232 mil euros por MW,
a da fonte solar atingiu 550 mil euros, enquanto a da eólica atingiu 317 mil
euros, um desempenho que o estudo explica com a “presença local” de fabricantes
dos dois sectores (painéis fotovoltaicos e aerogeradores).
No ano passado,
os custos evitados com licenças de CO2 através da utilização de energias
renováveis (essencialmente eólicas, hídrica e solar) atingiram os 47 milhões de
euros. O contributo das energias limpas — que representaram quase 57% do total
da energia eléctrica consumida em Portugal — para a redução da taxa de
dependência energética foi 12,3 pontos percentuais. No ano passado, a taxa que
mede a dependência energética do país face ao exterior fixou-se em 71,7%.
Potencial
exportador
Segundo as
estimativas apresentadas no estudo da APREN, “perspectiva-se que em 2030 o
emprego gerado [directa e indirectamente pelo sector] se aproxime dos 67 mil
empregos”, com as componentes eólica e hídrica a representarem, “em conjunto,
mais de 80% do total do emprego gerado”.
Para esse
período, o contributo esperado das energias renováveis para o PIB são 4342
milhões de euros (com uma taxa média anual de 2,6% entre 2014 e 2030, mais
moderada que os 4% verificados entre 2010 e 2013). Perspectiva-se também que os
custos evitados com importações e licenças de CO2 totalizem três mil milhões de
euros.
O estudo destaca
também o potencial de Portugal como exportador, tendo em conta “as perspectivas
de evolução do sector da electricidade renovável em Portugal, bem como o
aumento previsto para as interligações existentes entre Portugal e Espanha, e
entre a Península Ibérica e França”.
Num cenário em
que se verificasse um aumento da produção de energia destinada à exportação na
ordem dos 10%, “teríamos um aumento dos benefícios associados à electricidade
renovável, uma vez que parte desse acréscimo de produção seria assegurado a
partir de fontes renováveis, designadamente a solar”, lê-se na análise.
Essa evolução
resultaria num acréscimo de mais de mil milhões de euros no PIB, na criação
adicional de 20 mil postos de trabalho, poupanças de 37 milhões de euros com
licenças de CO2 e um adicional de 300 milhões de euros às poupanças com as
importações.
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