Área com milho transgénico
aumenta face a 2013
Alqueva está a revelar-se determinante para a progressão da cultura que já
predomina em 23 concelhos da região
Carlos Dias /
25-9-2014 / PÚBLICO
Quando já se
vaticinava o declínio da cultura de milho geneticamente modificado em Portugal,
os dados nacionais divulgados pela DirecçãoGeral da Alimentação e Veterinária
(DGAV) relativos a 2014 referem que o cereal ocupou uma área com 8542 hectares , um
aumento de 349 hectares
em relação a 2013.
Mesmo assim, a
subida verificada ainda está longe de compensar o significativo decréscimo de 1086 hectares que se
verificou em relação a 2012, ano que registou a maior área plantada milho
transgénico desde 2005, ao atingir os 9278 hectares .
Analisando a
progressão da cultura a nível nacional conclui-se que o Norte do país teve um
aumento de seis hectares em relação a 2013. Na região centro foram cultivados
mais 81 hectares .
No território de Lisboa e Vale do Tejo baixou dos 2215 hectares para os
2074 hectares ,
mas no Alentejo passou dos 5041 hectares para os 5456 hectares . O
Algarve apenas regista a plantação de 50 hectares de milho
geneticamente modificado entre 2007 e 2009.
O cultivo de
variedades de milho geneticamente modificadas “tem vindo a ser realizado em
Portugal desde 2005” ,
em consequência da inscrição efectuada pela Comissão Europeia das primeiras
variedades deste cereal “no Catálogo Comum de Variedades de Espécies
Agrícolas”, esclarece a Direcção Regional de Agricultura do Alentejo.
A evolução da
área cultivada com a variedade de milho transgénico MON 810 no nosso país não
se tem revelado muito significativa desde que foi autorizada pelo Ministério da
Agricultura. Subiu dos 772
hectares em 2005 para os 8542 hectares em
2014.
A Plataforma
Transgénicos Fora do Prato, organização que integra a Rede Europeia de Associações
sobre Engenharia Genética, refere que o cultivo de milho transgénico “está a
enquistar em Portugal em zonas residuais relativamente ao cultivo de milho em
geral”, frisando que a cultura “não conseguiu sequer atingir ainda o patamar
dos 10%”. O milho transgénico em Portugal, prossegue a plataforma, “é uma opção
residual, longe de encantar a maioria dos produtores”.
Com efeito, dos
172 mil hectares de milho cultivado em 2005, a variedade geneticamente modificada
ocupou apenas 0,5% desta área. Em 2014 a percentagem subiu para os 6,3% dos 136
mil hectares que foram destinados à cultura do cereal não transgénico.
A contribuição do
sistema de rega do Alqueva para o incremento da área ocupada por esta variedade
de organismo geneticamente modificado (OGM) tem-se revelado determinante.
Assim, em 2005, foram ali cultivados 596 hectares dos 772 a nível nacional. Em 2014
dos 8542 hectares ,
5456 distribuem-se por 23 concelhos alentejanos com maior expressão na área sob
influência da albufeira.
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