terça-feira, 21 de maio de 2013

Amor à Camisola, desrespeito pelo Parlamento, insulto à generalidade dos Portugueses.

A frase, "seja em que qualidade for", é sempre associada ao lugar que Abreu Amorim ocupa no parlamento: "Não se pode esquecer que é deputado e que por isso tem responsabilidade acrescida"

Carlos Abreu Amorim chama magrebinos aos benfiquistas no Twitter e acaba a pedir desculpa

Por Margarida Gomes e Samuel Silva in Público
21/05/2013
Discriminar significa "fazer uma distinção".

Vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, que é adepto do PC Porto, disse que tudo não passou de uma brincadeira

Carlos Abreu Amorim, deputado e vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, foi ontem alvo de críticas nas redes sociais depois de ter chamado "magrebinos" aos benfiquistas, na ressaca do campeonato, e de ter agradecido o título a Jorge Jesus. Minutos depois de o FC Porto se sagrar campeão nacional, o deputado, que é também candidato à presidência da Câmara de Gaia, escolheu a sua conta no Twitter para escrever: "Magrebinos: curvem-se perante a Glória do Grande Dragão!"
As reacções nas redes sociais aos comentários de Abreu Amorim não se fizeram esperar e o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD voltou a estar debaixo de fogo, depois de há pouco mais de uma semana ter pedido a demissão do ministro das Finanças. "O tempo político de Vítor Gaspar terminou", disse, afirmando que o "Governo deve ponderar a sua substituição". Estas declarações mereceram a reprovação do vice-presidente do partido Jorge Moreira da Silva, que as considerou "inaceitáveis, "incorrectas" e "ineficientes".
"É tão bom ser do FC Porto", escreveu ainda o candidato à autarquia liderada por Luís Filipe Menezes, antes de se dirigir à Baixa para se juntar aos milhares de adeptos que quiseram comemorar mais um campeonato da equipa da cidade. Mas antes deixou uma provocação aos benquistas: "Agora vou para Baixa e para o Dragão com a canalha (já habituada) celebrar mais um campeonato! Thanky You, Jesus!!!"
Ao fim da tarde de ontem, Amorim disse que tudo não passou de uma "brincadeira" e admitiu ter sido "infeliz". "Não teve, nem de perto nem de longe, o intuito de ofender quem quer que seja e lamento profundamente se alguém se sentiu ofendido com aquilo que não passou de uma brincadeira entre amigos", desculpou-se. Acrescentou que "foi um comentário feito no calor da vitória do FC Porto, com intuitos meramente lúdicos. Qualquer interpretação política, social ou outra qualquer que, até espantosamente tenho visto nas redes sociais, é de facto completamente deslocada".
Em Gaia, o concelho pelo qual Carlos Abreu Amorim se vai candidatar, há, entretanto, mais um candidato a disputar as eleições autárquicas. O economista Manuel Vieira Machado, do Movimento dos Cidadãos por Gaia, vai encabeçar a lista à câmara e a sua candidatura foi aprovada em assembleia geral extraordinária do movimento no fim-de-semana passado.Para o candidato, "os cidadãos de Gaia precisam de uma alternativa verdadeiramente proveniente da cidadania", na qual considera enquadrar-se "pelo trabalho que temos feito nos últimos dois anos e meio".
No distrito do Porto, o PSD tenta fechar as coligações e ontem mesmo pôs um ponto final no entendimento político com o PPM em Vila do Conde. Miguel Paiva é o cabeça de lista do Movimento Acreditar em Vila do Conde. Em Valongo e Penafiel, PSD e CDS estão ainda em negociações, mas uma coligação nestes dois concelhos entre os dois partidos do arco da governação parece cada vez mais distante. Em Valongo está também tudo em aberto, segundo fonte social-democrata disse ao PÚBLICO.
Já em Baião, o PSD viu desta vez o seu ex-candidato à câmara José Carlos Póvoas fugir-lhe para as listas do CDS.
Mais a Sul, em Ponte de Sor, o candidato da CDU à presidência da câmara é o economista e actual vereador Vítor Morgado.

Independentes em Braga

Em Braga, foram ontem anunciados os 14 candidatos que ocuparão os primeiros lugares da lista independente aos dois órgãos autárquicos nas próximas eleições. A cabeça de lista à câmara é Inês Barbosa, uma bolseira de investigação de 29 anos, que tem estado ligada a vários movimentos de activismo social e cultural na cidade como o Teatro do Oprimido.
Inês Barbosa anunciou a intenção do movimento de eleger, pelo menos, um vereador nas próximas autárquicas, que será o elemento central para uma experiência de democracia participativa na cidade durante os próximos quatro anos. A participação cívica será também a base do programa eleitoral do movimento independente que será discutido num fórum marcado para o dia 8 de Junho com o tema "E se Braga fosse minha...".
Os primeiros lugares da lista independente à Câmara de Braga são ocupados por Manuel Gonçalves, oficial de justiça e sindicalista, e pela gestora Maria Helena Magalhães. Já a lista para a assembleia municipal é liderada pelo professor catedrático de Sociologia da Universidade do Minho Manuel Carlos Silva, seguido do advogado José Tarroso Gomes. O número três da lista é ocupado por Paula Nogueira, actual deputada municipal do Bloco de Esquerda.
O próximo presidente da Câmara de Braga será apenas o segundo da sua história em democracia, uma vez que nos últimos 37 anos a autarquia foi liderada por Mesquita Machado. O histórico socialista abandona funções devido à lei de limitação de mandatos. O seu vice-presidente, Vítor Sousa, é o candidato do PS, que terá pela frente o economista Ricardo Rio, que tenta vencer as eleições pela terceira vez à frente de uma coligação entre PSD, CDS e PPM. O PCP candidata o deputado municipal Carlos Almeida, também um jovem de 29 anos.


Dores de cabeça acrescentadas para Menezes, identificado por associação ?


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