domingo, 12 de maio de 2013

In public relations, spin is a form of propaganda, achieved through providing an interpretation of an event or campaign to persuade public opinion in favor or against a certain organization or public figure.





A SIC NÃO CONSEGUIU IMPOR AS SUAS AUDIÊNCIAS AO MERCADO

Por:Eduardo Cintra Torres (ectorres@cmjornal.pt)


A TVI e a RTP abandonaram na segunda-feira a CAEM, o órgão que deveria auto-regular os media e outras instituições no que toca à medição de audiências de televisão. A CAEM teve o que quis: maltratou dois dos três operadores generalistas ao negar uma nova auditoria à medição trapalhona da GfK, que ela adoptou num processo sem transparência e prejudicial ao mercado de televisão. A decisão da TVI e da RTP torna a CAEM inútil, o que a obriga a tentar um compromisso a partir de uma posição de fraqueza se quiser TVI e RTP de volta. Acabou em desastre a chefia da CAEM pela PT e pela SIC, a principal interessada na audimetria da GfK. A telenovela continua agora com um representante dos anunciantes a presidir à CAEM.

JÁ AGORA
ELE HÁ CADA COINCIDÊNCIA

Qual é a agência de "comunicação" da empresa presidida por Luís Mergulhão, o anterior presidente da CAEM, e principal responsável pela escolha da GfK? A agência LPM. E qual é a agência da CAEM? A LPM. E a agência da APAN, dos anunciantes, sempre do lado da GfK? A LPM. E a agência da GfK? A LPM. Mas nem com tanta "comunicação" concertada "resolveram" o problema GfK.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/eduardo-cintra-torres/a-praga-dos-famosos-domina-a-televisao



Vale a pena sali­en­tar que, ao con­trá­rio dos cli­en­tes da LPM, o PÚBLICO não tem, que se saiba, inte­res­ses na maté­ria noti­ci­ada. Nem pode ser com­pa­rado, no plano da cre­di­bi­li­dade, a uma agên­cia comer­cial de comu­ni­ca­ção.

25 de Julho de 2012


Movimentos na guerra das audiências televisivas
(Cró­nica da edi­ção de 22 de Julho de 2012)
José Quei­rós

Os lei­to­res que tenham inte­resse em acom­pa­nhar o con­flito em torno da medi­ção de audi­ên­cias tele­vi­si­vas, que desde há alguns meses agita as empre­sas ope­ra­do­ras e outros inte­res­ses em seu redor, tal­vez se recor­dem de um título extra­or­di­ná­rio publi­cado neste jor­nal no pas­sado dia 7 de Março, data em que a con­tro­vér­sia ganhou visi­bi­li­dade pública. Rezava ele: “RTP1 sem espec­ta­do­res durante 30 minu­tos na tarde de terça-feira” (vés­pera da notícia).
Embora a peça assim inti­tu­lada refe­risse repe­ti­da­mente um “apa­gão” no canal público — que não teria regis­tado qual­quer espec­ta­dor “entre as 17h25 e as 17h55” dessa terça-feira, “quando trans­mi­tia a parte final do pro­grama Por­tu­gal no Cora­ção”, e ainda durante alguns perío­dos da madru­gada do mesmo dia —, uma lei­tura atenta do texto per­mi­tia per­ce­ber que se esta­ria perante ano­ma­lias na reco­lha ou inter­pre­ta­ção dos dados obti­dos pela empresa de audi­me­tria GfK, que desde 1 de Março asse­gura a medi­ção de audi­ên­cias tele­vi­si­vas, por indi­ca­ção da Comis­são de Aná­lise de Estu­dos de Meios (CAEM), que inte­gra nome­a­da­mente os repre­sen­tan­tes das ope­ra­do­ras e dos anunciantes.
Na ver­dade não houve qual­quer “apa­gão” da RTP1, como aliás com­pro­va­vam as men­sa­gens que logo come­ça­ram a che­gar à caixa de comen­tá­rios do Público Online. “Men­tira, eu estava a ver”, dizia um lei­tor, enquanto outro asse­gu­rava que a sua tia estava a essa hora ligada à RTP1, e outros ainda, citando os dados for­ne­ci­dos pela notí­cia, mani­fes­ta­vam per­ple­xi­dade pelo desa­pa­re­ci­mento súbito de 247.800 espec­ta­do­res que viam aquele canal às 17h24 e o seu não menos súbito rea­pa­re­ci­mento, a que se acres­cen­ta­vam mais cerca de 50.000 pes­soas, às 17h56.
Tratou-se de um título enga­noso para uma notí­cia tec­ni­ca­mente mal ela­bo­rada. A infor­ma­ção rele­vante era, afi­nal, a de que a empresa que aca­bava de se estrear na medi­ção de audi­ên­cias falhara estron­do­sa­mente ao atri­buir “zero espec­ta­do­res” à RTP1 naquele período. Outros comen­tá­rios de lei­to­res subli­nha­vam esse facto, cha­mando a aten­ção para as suas con­sequên­cia noci­vas para o canal público, ao nível de futu­ros con­tra­tos publi­ci­tá­rios, ou suge­rindo que a divul­ga­ção de núme­ros fal­sos visa­ria des­va­lo­ri­zar uma RTP em pro­cesso anun­ci­ado de privatização.
As defi­ci­ên­cias dessa notí­cia, assi­nada por Maria Lopes, foram, no essen­cial, cor­ri­gi­das numa peça publi­cada dois dias depois pela mesma jor­na­lista, em que se expli­cava que os supos­tos “apa­gões” da RTP1 mais não tinham sido do que o efeito mal inter­pre­tado de “uma falha téc­nica na gra­va­ção do som” uti­li­zada no pro­cesso de medi­ção a cargo da GfK. O texto dava ainda conta de que a RTP — que vira ser-lhe “cor­tado” quase um terço das audi­ên­cias ante­ri­or­mente repor­ta­das pela empresa Mark­test —punha em causa a fia­bi­li­dade do novo sis­tema de medi­ção e a repre­sen­ta­ti­vi­dade do pai­nel de audi­ên­cias cons­ti­tuído pela GfK, enquanto a direc­ção da CAEM os defen­dia, embora admi­tindo “ajus­tes” nos procedimentos.
Qua­tro meses depois, a polé­mica está longe de se extin­guir. Ganhou um novo fôlego com recen­tes decla­ra­ções do pre­si­dente da RTP, Gui­lherme Costa, afir­mando que os resul­ta­dos das audi­ên­cias tele­vi­si­vas apre­sen­ta­dos desde Março pas­sado, que pena­li­zam for­te­mente a esta­ção pública, “não são cre­dí­veis”, e exi­gindo que o actual pai­nel seja “subs­ti­tuído urgen­te­mente”. Essas decla­ra­ções foram noti­ci­a­das neste jor­nal na edi­ção do pas­sado dia 13, numa peça nova­mente assi­nada por Maria Lopes, sob o título “Audi­to­ria às audi­ên­cias dá razão à RTP: novo pai­nel não repre­senta a popu­la­ção”.
Segundo se infor­mava, a audi­to­ria em ques­tão fora enco­men­dada pela CAEM (que recu­sou dis­po­ni­bi­li­zar o res­pec­tivo rela­tó­rio) e foram as suas con­clu­sões — para além de pare­ce­res pedi­dos a três uni­ver­si­da­des, que apon­ta­rão para a falta de rigor do pre­sente sis­tema de medi­ção de audi­ên­cias — que Gui­lherme Costa invo­cou para dizer o que disse. Referia-se ainda que a RTP admite recor­rer aos tri­bu­nais para ser res­sar­cida dos “pre­juí­zos já sofri­dos”, que pode­riam repre­sen­tar a perda, este ano, de cerca de 12 milhões de euros em fac­tu­ra­ção de publicidade.
Esta notí­cia foi cri­ti­cada por Luís Pai­xão Mar­tins, admi­nis­tra­dor da empresa LPM, uma agên­cia de con­sul­to­res de comu­ni­ca­ção que conta entre os seus cli­en­tes a GfK e a APAN (Asso­ci­a­ção Por­tu­guesa de Anun­ci­an­tes), sendo esta última con­si­de­rada uma força espe­ci­al­mente pode­rosa no seio da CAEM. Em men­sa­gem que me enviou, Pai­xão Mar­tins con­si­dera que o título da notí­cia de 13 de Julho induz os lei­to­res do PÚBLICO “a con­cluir que o jor­nal teve acesso ao rela­tó­rio de uma audi­to­ria”, e que estes “terão ficado frus­tra­dos por­que no artigo não é citada nem uma pala­vra dessa ‘audi­to­ria’, nome­a­da­mente na parte do docu­mento onde se con­cluirá que a RTP tem razão”.
Diz que os auto­res do estudo em causa afir­mam que não se tra­tou de uma audi­to­ria, e argu­menta que o facto de não ser citado o res­pec­tivo rela­tó­rio terá depois levado os lei­to­res a con­cluir que afi­nal o jor­nal “não teve acesso ao docu­mento”, tendo ape­nas ouvido uma das enti­da­des (a RTP) repre­sen­ta­das na comis­são “que vai ana­li­sar o dos­sier” (a CAEM). Assi­na­lando que “a RTP vem dizer que ten­ci­ona con­ti­nuar a tra­ba­lhar com a CAEM” e que, “pro­vando (…) ter ficado insa­tis­feita com os resul­ta­dos [do rela­tó­rio]”, terá “pedido opi­niões adi­ci­o­nais a outras enti­da­des, desta feita aca­dé­mi­cas”, o res­pon­sá­vel da LPM alega que “a audi­to­ria’ não deu à RTP a razão que lhe dá o Público”.
Maria Lopes res­ponde a todas as ques­tões colo­ca­das. Recorda que está claro no texto que não teve acesso ao rela­tó­rio (““a CAEM recusa dis­po­ni­bi­li­zar…”), que todas as cita­ções são nele “atri­buí­das ao pre­si­dente da RTP” — a come­çar pela afir­ma­ção de que a audi­to­ria con­cluiu que o pai­nel usado pela GfK “não é repre­sen­ta­tivo da popu­la­ção por­tu­guesa” —, e que as outras empre­sas de tele­vi­são não qui­se­ram pronunciar-se. Explica que usou a pala­vra “audi­to­ria” por­que “esse foi o termo usado pela pró­pria CAEM, que a enco­men­dou”. Sobre a suges­tão de que a RTP teria “ficado insa­tis­feita” com as con­clu­sões, nota que Gui­lherme Costa, na con­fe­rên­cia de imprensa que deu ori­gem à notí­cia, indi­cou exac­ta­mente o con­trá­rio e refe­riu estar na posse de três pare­ce­res inde­pen­den­tes que as confirmariam.
“A audi­to­ria acaba por dar razão à crí­tica do ope­ra­dor público”, que “sem­pre se mani­fes­tou espe­ci­al­mente crí­tico do pai­nel cri­ado pela GfK”, subli­nha a jor­na­lista, para con­cluir: “Ao con­trá­rio do que argu­menta Luís Pai­xão Mar­tins, não foi o PÚBLICO que deu à RTP a razão. Foram as con­clu­sões da audi­to­ria que deram razão à RTP. E é essa ideia que o título pre­tende expressar”.
Por mim, que não conheço o rela­tó­rio entre­gue à CAEM, nem domino os deta­lhes do que parece ser um con­flito feroz entre inte­res­ses liga­dos aos negó­cios da tele­vi­são e da publi­ci­dade, não vejo razões para pôr em causa a notí­cia do PÚBLICO, que é clara, ao con­trá­rio das ale­ga­ções de Pai­xão Mar­tins. As decla­ra­ções do pre­si­dente da RTP trans­cri­tas na peça são igual­mente cla­ras e não foram des­men­ti­das. Acresce que há quem, tendo tido acesso ao docu­mento em causa, tenha escrito — como o fez Edu­ardo Cin­tra Tor­res, no Cor­reio da Manhã —, que o rela­tó­rio é “devas­ta­dor” e que os seus “por­me­no­res téc­ni­cos (…) arre­piam pela gra­vi­dade dos erros de base na selec­ção, cons­tru­ção e pon­de­ra­ção da amos­tra” actu­al­mente usada na medi­ção de audiências.
Espe­rando que a dese­já­vel divul­ga­ção do docu­mento escla­reça todas as dúvi­das, os dados dis­po­ní­veis levam-me a con­si­de­rar que a infor­ma­ção dada pelo PÚBLICO sobre este tema é fiá­vel e cor­recta, sem pre­juízo de poder, e dever, ser com­ple­tada com as pers­pec­ti­vas de outras enti­da­des envol­vi­das no con­flito da medi­ção de audi­ên­cias. Em con­tra­par­tida, as ale­ga­ções de Pai­xão Mar­tins assemelham-se a uma peça de desin­for­ma­ção. Vale a pena sali­en­tar que, ao con­trá­rio dos cli­en­tes da LPM, o PÚBLICO não tem, que se saiba, inte­res­ses na maté­ria noti­ci­ada. Nem pode ser com­pa­rado, no plano da cre­di­bi­li­dade, a uma agên­cia comer­cial de comu­ni­ca­ção. Se nada impede que esta pudesse ter razão face a um even­tual erro de tra­ba­lho jor­na­lís­tico, tudo indica que não foi esse o caso.

José Quei­rós / http://blogues.publico.pt/provedordoleitor/2012/07/25/movimentos-na-guerra-das-audiencias-televisivas/

 "Os jovens do nosso tempo estão a trocar a televisão pelo computador"

SIC apoia Gfk na guerra das audiências

Rebeca Venâncio
29/03/12 in http://economico.sapo.pt/noticias/sic-apoia-gfk-na-guerra-das-audiencias_141462.html

TVI e RTP já anunciaram que querem uma alternativa ao novo sistema.

A SIC assumiu hoje, em comunicado, que é lamentável e estranho que alguns operadores tenham decidido "rasgar" o contrato com a GfK e procurar alternativas.

Numa reacção à polémica que se instalou hoje no mercado, depois de Rosa Cullell, administradora-delegada da Media Capital ter assumido, ao Diário Económico, que a TVI não irá continuar a colaborar com a GfK, a estação de Carnaxide revelou que "lamenta a opção de não se respeitarem as regras adoptadas em sede de auto regulação, depois de as mesmas terem sido aprovadas por unanimidade pelos membros da CAEM", refere o documento.
"A SIC estranha que, antes mesmo da conclusão da auditoria ao sistema da Gfk, aprovado, em 12 de março, por todos os membros da CAEM, já tenham sido tomadas medidas paralelas e unilaterais para substituir [a GfK] pela mesma Marktest, que considerou estar em "total descrédito". De recordar que foi na sequência de várias queixas da TVI, em 2010, que se decidiu avançar com o concurso que levou à substituição da Marktest pela GfK.
A SIC recorda ainda que a decisão que levou à entrada do sistema em vigor, a 1 de Março, foi tomada de forma unânime.
"A SIC sempre defendeu o princípio da auto regulação, submetendo-se às decisões aprovadas na CAEM, e não sobrepondo, ao sabor das conveniências de cada momento, os seus interesses aos consensos acordados. [...] A SIC considera ter total legitimidade para o fazer: um dos seus canais, a SIC Notícias perdeu, com o novo sistema de medição de audiências, a liderança entre os canais temáticos, posição que ocupa, desde que surgiu, há 11 anos. Esse facto não levou porém a SIC ou a SIC Notícias, nem os seus responsáveis, a criticar publicamente a Gfk ou a CAEM. Aliás, no passado, mesmo quando a SIC se sentiu prejudicada, a estação sempre manteve uma posição coerente com a actual, manifestando a sua opinião na sede da CAEM", pode ler-se no comunicado.
"São lamentáveis estas mudanças de opinião e de posição, ao sabor dos resultados diários. Apenas têm servido para descredibilizar o próprio mercado televisivo. A SIC continuará, como sempre, disposta a debater, em sede de auto regulação, as questões e as dúvidas de todos os parceiros", remata a estação de Francisco Pinto Balsemão.

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