Todos os anos os níveis de CO2 atmosféricos aumentam
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Descoberto efeito de estufa num gás que é 7100 vezes
mais potente do que dióxido de carbono
NICOLAU FERREIRA 11/12/2013 – in Público
A perfluorotributilamina é
usada na indústria eléctrica
A lista dos gases com efeito de estufa continua a aumentar,
a mais nova substância é a perfluorotributilamina (PFTBA) que tem um potencial
para o aquecimento global 7100 vezes maior do que o dióxido de carbono, o
principal gás lançado pelas actividades humanas responsável pelas alterações
climáticas. O novo estudo foi publicado na revista Geophysical Research
Letters.
O clima ameno da Terra deve-se, em parte, aos gases com
efeito de estufa que retêm o calor vindo do Sol e que é reflectido na
superfície do solo. Mas este calor retido depende da quantidade e do tipo de
gases que existem na atmosfera.
O vapor de água é o gás mais importante para este efeito de
estufa, mas o seu balanço não é directamente afectado pela acção humana. Com a
revolução industrial, o homem passou a lançar para a atmosfera quantidades
enormes de dióxido de carbono, que está na segunda posição na lista de gases
com maior efeito de estufa e cuja concentração aumenta anualmente.
Há muitos mais gases que o homem tem lançado para atmosfera
que também entram nesta equação. O metano é um deles, vindo em terceiro lugar
na lista de gases responsáveis pelo efeito de estufa. O potencial de
aquecimento global em 100 anos do metano é 34: este valor tem como referência o
dióxido de carbono – que é 1 – e significa que, ao fim de um século, uma
molécula de metano tem um potencial de aquecimento global 34 vezes maior do que
uma molécula de CO2.
Este valor de 34 obtém-se com um balanço entre a capacidade
de uma molécula de metano reter energia e o seu tempo médio de vida na
atmosfera, e compara-se depois com uma molécula de dióxido de carbono. O metano
retém muito mais energia do que o dióxido de carbono, mas “vive” menos tempo no
ar.
Só que o impacto de cada gás no efeito de estufa total acaba
por depender da sua concentração na atmosfera. É por isso que o dióxido de
carbono é o gás emitido pelo homem com maior efeito de estufa. A concentração
de CO2 na atmosfera é cerca de 190 vezes maior do que a do metano, e entre 1998
e 2005 injectou-se na atmosfera mais 1190 vezes CO2 do que metano.
Há outros gases com efeito de estufa como o ozono, o óxido
nitroso, os clorofluorocarbonetos ou os perfluorcarbonetos, que têm potenciais
de aquecimento global muito diferentes. Alguns perfluorcarbonetos, que são
usados como solventes, têm potenciais de aquecimento globais superiores a
10.000. Mas existem em concentrações muito baixas.
O impacto do PFTBA no efeito de estufa ainda não tinha sido
avaliado. Este composto é utilizado desde meados do século XX na indústria
eléctrica e tem vindo a acumular-se na atmosfera em quantidades mínimas: por
cada molécula de PFTBA existem 2200 milhões de moléculas de CO2. No entanto, a
equipa de Angela Hong, da Universidade de Toronto, no Canadá, foi medir a
concentração de PFTBA em Toronto e concluiu que o seu potencial de aquecimento
global em 100 anos é de 7100.
“De um ponto de vista climático, individualmente, a
concentração atmosférica do PFTBA não é um alerta significativo para o fenómeno
das alterações climáticas”, diz Angela Hong, citada pelo jornal britânico “The
Guardian”. “O maior culpado continua a ser o dióxido de carbono vindo das
emissões dos combustíveis fósseis.”
Mas os cientistas calcularam que este composto sobrevive na
atmosfera durante 500 anos. Além disso, a capacidade da PFTBA de reter energia
solar é a maior até agora encontrada numa molécula. “Cada molécula é muito
eficiente em interagir com o calor da Terra. (…) E porque o seu tempo de vida é
tão longo, tem um efeito duradouro”, diz a cientista. Os autores defendem no
resumo do artigo que estas moléculas“são merecedoras de estudos futuros”.
President Barack Obama makes a speech on a climate change.
Photograph: Dennis Brack/Corbis
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The US and China must show leadership on climate
change
As the European Union
dithers, the world's two biggest carbon emitters must work together to help
countries reach a climate deal
Nicholas Stern
Wednesday 11 December 2013 / http://www.theguardian.com/environment/blog/2013/dec/11/us-china-leadership-climate-change
The world is approaching a watershed moment in its battle to
limit the risks posed by global climate change, and international leadership
from the United States is needed now more than ever before.
A report by the Intergovernmental Panel on Climate Change in
September warned that emissions of carbon dioxide and other greenhouse gases
are already raising temperatures, melting glaciers and the polar ice caps,
elevating sea levels and changing the strength and frequency of many extreme
weather events.
Without sharp reductions in emissions, global average
temperature could be much more than 2C
degrees above its pre-industrial level by the end of the century, beyond
anything the Earth has seen for millions of years, and way outside the
experience of modern Homo sapiens.
The United States National Climate Assessment, published in
draft form earlier this year, warned that the American people are already
experiencing the consequences of global warming, and that their health and
livelihoods will be even more at risk as temperatures rise further.
Rich countries, such as the United States, will not be able
to simply adapt to the direct impacts. The Assessment points out, for instance,
that sea level could rise by as much as four feet by the end of the century, potentially
threatening nearly five million Americans who live within four feet of the
local high-tide mark.
And the impacts of climate change on other parts of the
world could also have severe consequences for the United States.
We have seen the disruption that was caused to global food
supplies, for instance, by severe droughts which wipe out yields of important
crops.
Not only do such extreme events cause hardship and
suffering, but they also create the conditions for political instability.
Hundreds of millions of people could begin to migrate away from the worst
affected areas, with the potential for severe and extended conflict around the
world.
Hence, even if Americans were concerned only about
themselves, there are compelling reasons for the United States to promote an
acceleration of international efforts to limit the risks of future climate
change.
However, a recent analysis by the United Nations Environment
Programme showed that the cuts in emissions that are currently planned by
individual countries are collectively inconsistent with avoiding global warming
of more than 2C
degrees.
Countries are now seeking a new international agreement in
Paris in 2015 to secure the greater action required to stay below the threshold
for dangerous climate change, but little progress was made during the latest
round of United Nations negotiations last month in Warsaw.
With the European Union currently dithering and unable to
provide the leadership that it has previously shown on climate change, the
stage has been set for the world’s two largest emitters, China and the United
States, to set an example.
Despite the unwillingness of many in Congress to face up to
climate change, the United States managed to reduce its overall greenhouse
emissions by nearly 8% between 2007 and 2011, with carbon dioxide from energy
use falling even further in the past two years.
But China is showing the greatest ambition. As its economy
continues to expand, it is attempting to make a rapid transition to cleaner and
more efficient growth.
China is investing very heavily in low-carbon energy,
spending $10 billion on wind farms and almost $13 billion on nuclear power in
2012 alone. More than a fifth of its electricity was generated from sources
other than fossil fuels last year.
However, China is not only the world’s largest consumer of
clean electricity. It is also the biggest manufacturer of renewable energy
technologies, such as solar panels.
For China, the global transition to low-carbon economic
growth is not primarily a burden, but rather a race to exploit the huge
opportunities created by new markets at home and overseas.
China’s leadership recognises that the transition to a
low-carbon economy is likely to be full of innovation, discovery, investment
and growth. Indeed, it will provide the growth story of the next few decades,
and it will lead to a world that is cleaner, quieter, safer, and more
biologically diverse, with stronger communities.
Earlier this year, China and the United States forged a
strategic collaboration on climate change, in recognition of the risks and
opportunities that the world faces.
It is through this kind of joint leadership that both
countries can promote prosperity and well-being, not just for their own
citizens, but for future generations across the world.
• Professor Lord
Nicholas Stern is chair of the Grantham Research Institute on Climate Change
and the Environment at London School of Economics and Political Science. He
will receive the 2013 Stephen H. Schneider Award for Outstanding Climate
Science Communication at a ceremony in San Francisco on 11 December
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