ANTES
Depois de o Voo do Corvo em 21 DE ABRIL DE 2013 / http://ovoodocorvo.blogspot.nl/2013/04/extravagancias-comparadas-por-antonio.html
ter dedicado uma
reportagem ao infame túnel seguido 3 dias depois pelo O Corvo/blog 24/04/2013 /
http://ocorvo.pt/2013/04/24/tunel-de-alcantara-mar-longe-da-vista-longe-da-reabilitacao/,
o mesmo blog anunciava ontem 01/08/2013 http://ocorvo.pt/2013/08/01/arte-urbana-quer-abrir-tunel-de-alcantara-a-cidade/
a intervenção “Arte Urbana” …. Hoje é a vez do Público.
O “Zé” deve ter visto …
Atenção meus senhores … trata-se de “Arte Urbana” e não de
Graffiti … Hummm … esperar para ver o “Resultado” …
O interior do túnel de Alcântara é há vários anos um dos
piores cartões de visita da cidade
Graffiters pintam túnel pedonal de Alcântara para
"devolver alguma dignidade" ao espaço "abandonado"
Por Inês Boaventura
02/08/2013
A Câmara de Lisboa afirma que já realizou intervenções no
pavimento e na iluminação, mas não há resultados visíveis
É uma das portas de entrada em Lisboa para os turistas que
chegam em cruzeiros e também um ponto de acesso à estação ferroviária de
Alcântara-Mar. Mas isso não foi impedimento para deixar a passagem pedonal
subterrânea de Alcântara chegar ao estado de degradação em que se encontra. Na
próxima semana, a Associação Portuguesa de Arte Urbana (Apaurb) vai iniciar a
pintura das paredes do túnel, com motivos alusivos à cidade, para lhe
"devolver alguma dignidade".
A proposta de "intervenção artística" foi
apresentada ainda no ano passado à Câmara de Lisboa, que é a entidade
responsável por este atravessamento urbano, pelo presidente da Apaurb, mas a
resposta só agora chegou. A partir de 7 de Agosto, Octávio Pinho, graffiter
conhecido como "SLAP", vai finalmente poder começar a desenhar no
túnel as imagens dos monumentos e miradouros de Lisboa que até aqui apenas
existiam no seu caderno de esboços.
O objectivo, como se explica na descrição do projecto
entregue à autarquia, é duplo: por um lado, "devolver alguma dignidade ao
espaço, que está abandonado e com muito mau aspecto" e, por outro,
"colocar o túnel no roteiro de arte urbana". A Ponte 25 de Abril, o
Aqueduto das Águas Livres, o Padrão dos Descobrimentos, o Castelo de S. Jorge e
as vizinhas Docas de Alcântara serão alguns dos pontos turísticos da cidade
retratados, juntamente com um tradicional eléctrico da Carris.
A Apaurb está à procura de patrocínios (para pagar sprays e
o trabalho dos graffiters) e de voluntários que queiram participar na pintura
do túnel, bastando para tal inscreverem-se na recepção do Museu do Oriente, na
Avenida Brasília. A iniciativa conta com o apoio da Sika Portugal, que vai
fornecer as tintas necessárias. Em comunicado, a empresa de produtos químicos
para a construção e indústria acrescenta que cerca de 20 dos seus colaboradores
irão participar "na pintura dos 3000m2 de paredes, tectos e pavimentos do
túnel que liga o bairro de Alcântara ao rio".
Ao início da tarde de ontem, quatro funcionários da Câmara
de Lisboa trabalhavam no interior do túnel, usando vassouras para limpar
paredes e chão. Esta actividade de limpeza, raras vezes vista no local,
despertou a atenção de quem por ali passava, incluindo um transeunte que não
resistiu a comentar, enquanto se encaminhava para as escadas que levam à
Avenida da Índia: "Vamos lá ver se é desta, se isto dá a volta ou
não."
Em Abril, a Câmara de Lisboa fez saber que estava "em
desenvolvimento um projecto global de requalificação" daquela passagem por
baixo da linha férrea, sobre o qual não deu pormenores.
Questionada agora pelo PÚBLICO sobre este assunto, a
autarquia informou que "a requalificação desta área está em estudo",
acrescentando que, "atendendo às questões de segurança e
salubridade", "levou a cabo um conjunto de intervenções, com o
objectivo de evitar o encerramento da passagem".
Essas intervenções, explica-se, consistiram numa obra
"a nível do pavimento (alteamento da cota), para melhor escoamento de
águas pluviais acumuladas", na "reparação e reforço da iluminação"
e no "reforço da limpeza do espaço e instalação de papeleiras". A
Câmara de Lisboa não diz quando foram realizados esses trabalhos, mas ao
atravessar-se a passagem pedonal, onde o cheiro a urina se faz sentir com
intensidade, não há qualquer sinal de que eles tenham sido feitos ou de que
tenham tido resultados.
Os líquidos continuam a acumular-se no chão do túnel, junto
às paredes, e, no que diz respeito à iluminação, abundam as armaduras partidas
e cobertas não só de rabiscos, mas também de longas teias de aranha. Também nas
paredes a falta de limpeza, e de respeito pelo património, é evidente.
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Passagem subterrânea de acesso à estação da CP de Alcântara, em Lisboa, já está de cara lavada. Mas ainda há retoques por fazer.
AGORA
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Passagem subterrânea de acesso à estação da CP de Alcântara, em Lisboa, já está de cara lavada. Mas ainda há retoques por fazer.
AGORA
No tecto estão já instaladas quatro câmaras de vigilância,
para reforçar a segurança no local
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Escadas de acesso à plataforma da estação também foram
incluídas na intervenção
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Os pilares centrais foram decorados por graffiters: um deles
exibe selos com murais e cartazes políticos do 25 de Abril
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Desenhos ocupam uma área de cerca de 3000 metros quadrados
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Graffiti nos pilares vão sendo renovados e alterados ao
longo do tempo
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Desde Agosto foram gastos mais de dez mil euros em tinta
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Paisagens de Lisboa enchem de cor o túnel pedonal de
Alcântara
MARISA SOARES 16/12/2013 - in Público
Passagem subterrânea de acesso à estação da CP de Alcântara,
em Lisboa, já está de cara lavada. Mas ainda há retoques por fazer. A
Associação Portuguesa de Arte Urbana aceita voluntários para acabar de pintar o
que falta.
Uns passam a correr e olham de relance, outros abrandam o
passo e apreciam devagar. Há quem pare para tirar fotografias a “espreitar”
pelo binóculo do miradouro de S. Pedro de Alcântara, pintado na parede. Tem
sido assim desde Agosto, quando a Associação Portuguesa de Arte Urbana (Apaurb)
começou a pintar o túnel pedonal de Alcântara, em Lisboa. A intervenção está
quase pronta, com a ajuda de mais de 400 voluntários. Mas ainda há trabalho a
fazer.
A passagem subterrânea sob a Avenida da Índia e a via
férrea, que dá acesso à estação ferroviária de Alcântara-Mar e à zona das
docas, está de cara lavada. E maquilhada. Nas paredes, os rabiscos
imperceptíveis e a sujidade deram lugar a painéis de arte urbana, com desenhos
das paisagens, monumentos e edifícios mais emblemáticos da cidade. Está lá
tudo: desde a Ponte 25 de Abril ao Aqueduto das Águas Livres, passando pela
Torre de Belém, pelo Museu do Oriente, pelo Castelo de São Jorge, pelos
cacilheiros a navegar no Tejo e pelos eléctricos “amarelinhos”, entre outras
imagens de marca da cidade. E até evocações dos murais revolucionários do
pós-25 de Abril.
“É quase uma vista de 360 graus sobre Lisboa”, diz Octávio
Pinho, da Apaurb. É ele o impulsionador do projecto, que conta com o apoio da
Câmara de Lisboa, entidade responsável pelo espaço. As pinturas começaram em
Agosto e desde então foram gastos 10.400 euros em tinta, oferecida pela Sika
Portugal, uma empresa de produtos químicos para a construção e indústria, e
4500 euros em tinta de spray, oferecida pela CP e pela Refer. A mão-de-obra é
totalmente voluntária.
O objectivo do projecto é duplo: por um lado, limpar a
imagem de um túnel degradado há anos, com paredes rabiscadas, água e lixo pelo
chão, e um cheiro nauseabundo; por outro lado, colocar o túnel nos roteiros de
arte urbana da capital, transformando-o numa galeria aberta, com graffiti de
artistas nacionais e estrangeiros. “Já entra em três roteiros”, adianta Octávio
Pinho, explicando que os desenhos nos pilares centrais vão sendo alterados e
renovados ao longo do tempo.
Voluntários, precisam-se
Os desenhos começaram a tomar forma com a ajuda de
estudantes que ali passaram parte das férias de Verão. A palavra foi-se
espalhando e chegou aos moradores e trabalhadores da zona, e até aos turistas,
que ali encontram uma porta de entrada na cidade, ao saírem do terminal de
cruzeiros. “Houve um casal de holandeses que perguntou se podia ajudar e pintou
um mural. Tivemos um rapaz do Canadá, outro da Alemanha, outro do Brasil, que
também pintaram. A Cat, uma graffiter francesa, veio ao casamento de uma amiga
e pintou uma parte, depois veio cá de propósito pintar o resto.”
Falta pouco para terminar a intervenção. Por estes dias
fazem-se retoques, dá-se a segunda demão em alguns locais, preenchem-se zonas
de parede ainda em branco. Falta pintar o chão e os acessos à estação
ferroviária. Mas os voluntários, que no Verão eram às dezenas, agora
escasseiam. A Câmara de Lisboa lançou um pedido na sua página de Internet e
aceitava inscrições para quem quisesse ajudar, nesta segunda e terça-feira,
entre as 15h e as 19h.
Sara Malta “tropeçou” no anúncio da câmara e resolveu
inscrever-se. Quando estudava design de interiores na Escola Superior de Artes
Decorativas, a poucos metros da estação, passava por ali diariamente. “Às vezes
preferia ir à volta, por outro lado, em vez de usar o túnel, que era escuro,
sujo e cheirava mal”, conta. A iniciativa da Apaurb deixou-a satisfeita. “Já
estudei na faculdade há mais de dez anos, já estava na altura”, afirma.
Bruno Silva foi o primeiro dos cinco inscritos a chegar, à
hora em ponto. Está desempregado e achou a iniciativa “interessante”, por isso
quis ajudar mesmo sem perceber nada de pintura. Não é preciso. Ainda assim, é
pessimista – ou antes “realista”, afirma. “Acho que vão começar a surgir
rabiscos por cima dos desenhos, sei de outros locais onde fizeram algo
semelhante e isso aconteceu”, lamenta.
Octávio Pinho, também ele graffiter, não parece preocupado.
“Já apareceram tags [nomes escritos na parede], mesmo depois de termos
pintado”, afirma. A solução é pintar por cima e esperar que os graffiters
compreendam a mensagem: “Até podem fazer a tag, mas de forma que fique
integrada no desenho.”
Câmara promete "reabilitação profunda"
A Câmara de Lisboa, que assumiu em 2005 a gestão do espaço
antes entregue à CP e à Refer, agradece a iniciativa. “Íamos fazer um concurso
público para a reabilitação do túnel mas não avançámos porque a Apaurb
ofereceu-se para organizar esta intervenção, sem custos para o município”,
explica João de Sá Machado, coordenador da Unidade de Intervenção Territorial
Ocidental.
Segundo o responsável, a autarquia também já pôs mãos à
obra: renovou a iluminação no local e resolveu os problemas ao nível do
escoamento de águas pluviais, para travar as infiltrações. O próximo passo é
avançar com um “projecto de reabilitação profunda”, que passa nomeadamente pela
melhoria das acessibilidades. A escada rolante num dos acessos a norte, parada
há vários anos, vai dar lugar a uma rampa de 60 metros, onde poderão circular
bicicletas, cadeiras de rodas e até os veículos municipais que asseguram a
higiene urbana. O mesmo vai acontecer no acesso pelo sul, do lado das Docas.
Para aceder à plataforma da estação, a Refer disse ao
PÚBLICO em Agosto que vai instalar elevadores, mas não indicou uma data. A
instalação está dependente da “criação de condições semelhantes de acesso à
rua, da responsabilidade da câmara”.
Sá Machado não diz quando é que o projecto da câmara vai
avançar. Mas levanta o véu sobre outros pormenores. No espaço onde antes
funcionava um café, a autarquia quer instalar um estabelecimento semelhante mas
“de qualidade”, com uma esplanada em pleno túnel e um palco para espectáculos.
Ao lado, deverá ficar um posto de apoio da PSP, com acesso às imagens captadas
pelas quatro câmaras de videovigilância já instaladas no tecto. Haverá também
sanitários públicos.
“Queremos que isto seja um local de paragem para os
turistas. Que tenha um café agradável, uma livraria e uma tabacaria”, afirma.
"Interessa-nos que isto passe a ser um sítio para estar, mais do que para
passar."
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