quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Cinema ideal Antigo Cine Paraíso vai ser renovado e ter novo conceito


Cinema ideal Antigo Cine Paraíso vai ser renovado e ter novo conceito
O antigo Cine Paraíso, no Chiado, em Lisboa, vai ser remodelado para um novo projecto de cinema associado à produtora e distribuidora Midas Filmes, foi hoje anunciado.
- 02 de Dezembro de 2013 | Por Lusa
A recuperação do cinema, que nos últimos anos serviu para exibir filmes pornográficos, será um projeto conjunto da Casa da Imprensa, proprietária do espaço, e da Midas Filme, responsável pela sua execução.

O antigo Cine Paraíso, anunciado agora como Cinema Ideal, vai passar por um "profundo trabalho de renovação e recuperação, de arquitetura e de equipamento de projecção de imagem e som", explica a produtora em comunicado à agência Lusa.

A sala, descrita como "o mais antigo cinema de Lisboa", está situada na rua do Loreto, junto à praça Luís de Camões, entre a zona da Baixa/Chiado e o Bairro Alto.

"Aberto desde 1904, ele conheceu ao longo dos anos diversas designações - Salão Ideal, Cinema Ideal, Cine Camões e Cine Paraíso", referiu a distribuidora.

Sem adiantar data de abertura, a Midas Filmes remete mais informações para uma conferência de imprensa na quarta-feira, 12:00, na Casa da Imprensa, seguida de uma visita ao espaço do cinema.


O anúncio da renovação desta sala acontece dias depois do encerramento dos Cinemas King e da anunciada reabertura das salas do Saldanha Residence, ambas em Lisboa.





Paraíso (1904 - Actualidade)
Foi o primeiro salão concebido para a exibição cinematográfica.
No ano de 1904, João Freire Correia adquire um recinto abandonado na Rua do Loreto, inaugurando aí o Salão Ideal.
Entre 1904 e 1908, assistiu-se a um verdadeiro sucesso deste espaço; no entanto, em 1908, começa um período de declínio na frequência do público, em grande parte devido à abertura de novas salas.
Júlio Costa, considerado o primeiro industrial de cinema e responsável pela Empresa Cinematográfica Ideal, adquiriu juntamente com João Almeida, o barracão e anexos do cinema, fundando a empresa Almeida & Costa.
O espaço foi renovado, originando um ambiente mais acolhedor de forma a atrair os espectadores que tinha perdido.
A grande atracção da altura foi a introdução do “cinematógrafo falado”, que consistia num grupo de pessoas que atrás da tela iam fazendo os ruídos e sons adequados ao filme.
O sucesso foi tal que, segundo Júlio Costa, o elevador que ligava o Camões à Estrela, viu-se muitas vezes obrigado a suspender o seu percurso devido à multidão que impedia a sua passagem.
Em 1912, já com a sociedade de Júlio Costa e Carlos Carvalho, efectuaram-se novas obras de remodelação, introduzindo-se também um quarteto que acompanhava os filmes e animava musicalmente os intervalos.
Já com o nome de Cine Camões o espaço dedicou-se ao cinema indiano e depois, com o actual nome de Cine Paraíso, teve um curto período com a programação assegurada pela cooperativa cinema novo (do fantas) até se tornar um dos cinemas porno de Lisboa.

Localização: Rua do Loreto nº 15

In http://cinemaaoscopos.blogspot.pt/2009/12/paraiso-1904-actualidade.html






Um cinema de todos e para todos no coração de Lisboa: Ideal

Foi apresentado esta quarta-feira o projecto daquele que será o Cinema Ideal, antigo Cine Paraíso. Vão arrancar as obras de reconstrução do espaço, que abrirá portas na Primavera de 2014.
Quem hoje passa pela Rua do Loreto, entre o Largo de Camões e a Calçada do Combro, já mal se recordará que ali entre os números 15 e 17 existe uma sala de cinema, o antigo Cine Paraíso, hoje já só com uma cadeira e as paredes despidas. Diz a história que é a mais antiga de Lisboa, mas entre trocas de nome, de utilidade (nos últimos anos era um cinema de filmes pornográficos) e períodos de portas fechadas, foi essa mesma história que se foi esquecendo e perdendo. Mas a situação está prestes a mudar. A sala vai ser recuperada, por iniciativa da Midas em cooperação com a Casa da Imprensa, e naquele espaço vai renascer o Cinema Ideal.
Ideal em todos os sentidos, garante Pedro Borges, produtor e distribuidor da Midas, que quer devolver a esta zona de Lisboa o cinema que há anos desapareceu dali. Ficou escondido entre portas e foi-se degradando. O projecto foi anunciado esta quarta-feira na Casa da Imprensa e incluiu uma visita ao espaço com o arquitecto que será o responsável pela requalificação e renovação do espaço, José Neves.
“Andávamos atrás disto há já muitos anos”, disse ao PÚBLICO Pedro Borges, que vê nesta iniciativa “uma obrigação”. Num momento em que as receitas de bilheteira estão em queda e alguns cinemas históricos, como o King, estão a fechar, o produtor acredita que a reabertura do Cinema Ideal, nome que já teve em tempos, “é absolutamente necessária para a cidade de Lisboa e para todos os que gostam de cinema”. “É preciso que existam outros tipos de cinemas”, disse Pedro Borges na conferência de imprensa desta quarta-feira de manhã, explicando que hoje já só existem praticamente cinemas dentro de centros comerciais. “E é sobretudo cinema americano e com cheiro a pipoca.”
Sobre o espaço que ali vai nascer e que se espera que abra portas na Primavera de 2014, Pedro Borges garantiu que vai ser um local com as melhores condições para se verem bons filmes. E se dúvidas existem em relação à programação, Pedro Borges fez questão de frisar que o Cinema Ideal não é o cinema da Midas e estará, por isso, aberto a todos os distribuidores independentes e a todos os realizadores. A sessão de inauguração deverá ser feita com a estreia do último filme de Paulo Rocha (1935- 2012) , Se eu Fosse Ladrão… Roubava, mas em traços gerais o produtor explicou ao PÚBLICO que ali serão exibidos os filmes que habitualmente “não se vêem nos outros cinemas”. “É para ser cinema português, cinema europeu, cinema chinês, cinema iraniano”, exemplificou, acrescentando ainda que “isto é para estrear o próximo filme do Pedro Costa ou do João Canijo, que são velhotes como eu, mas é para estrear também o filme do João Salaviza, que ainda não fez 30 anos”. As diferentes gerações do cinema vão estar representadas neste espaço, assim como os diferentes géneros de filmes.
“Depois vamos procurar ter pelo menos 6 ou 7 sessões por dia, ter dois filmes diferentes em exibição e procurar que esses filmes abranjam públicos diferentes”, continuou Pedro Borges, que quer “um cinema virado para a cidade e para a comunidade”, que funcione em articulação com a Junta de Freguesia, as escolas e as instituições e organizações culturais e recreativas da zona”.

Para isso, o Cinema Ideal estará aberto todos os dias de manhã à noite, cerca de 12 a 14 horas por dia. O objectivo é chegar a vários públicos e transformar-se no cinema do bairro. E por isso mesmo além da sala de cinema, terá uma livraria e uma DVDteca (onde se poderão ver vários filmes) uma cafetaria e ainda um espaço de convívio e animação.

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