Cinema ideal Antigo Cine Paraíso vai ser renovado e
ter novo conceito
O antigo Cine Paraíso, no
Chiado, em Lisboa, vai ser remodelado para um novo projecto de cinema associado
à produtora e distribuidora Midas Filmes, foi hoje anunciado.
- 02 de Dezembro de 2013 | Por Lusa
A recuperação do cinema, que nos últimos anos serviu para
exibir filmes pornográficos, será um projeto conjunto da Casa da Imprensa,
proprietária do espaço, e da Midas Filme, responsável pela sua execução.
O antigo Cine Paraíso, anunciado agora como Cinema Ideal,
vai passar por um "profundo trabalho de renovação e recuperação, de
arquitetura e de equipamento de projecção de imagem e som", explica a
produtora em comunicado à agência Lusa.
A sala, descrita como "o mais antigo cinema de
Lisboa", está situada na rua do Loreto, junto à praça Luís de Camões,
entre a zona da Baixa/Chiado e o Bairro Alto.
"Aberto desde 1904, ele conheceu ao longo dos anos
diversas designações - Salão Ideal, Cinema Ideal, Cine Camões e Cine
Paraíso", referiu a distribuidora.
Sem adiantar data de abertura, a Midas Filmes remete mais
informações para uma conferência de imprensa na quarta-feira, 12:00, na Casa da
Imprensa, seguida de uma visita ao espaço do cinema.
O anúncio da renovação desta sala acontece dias depois do
encerramento dos Cinemas King e da anunciada reabertura das salas do Saldanha
Residence, ambas em Lisboa.
Paraíso (1904 - Actualidade)
Foi o primeiro salão concebido para a exibição
cinematográfica.
No ano de 1904, João Freire Correia adquire um recinto
abandonado na Rua do Loreto, inaugurando aí o Salão Ideal.
Entre 1904 e 1908, assistiu-se a um verdadeiro sucesso deste
espaço; no entanto, em 1908, começa um período de declínio na frequência do
público, em grande parte devido à abertura de novas salas.
Júlio Costa, considerado o primeiro industrial de cinema e
responsável pela Empresa Cinematográfica Ideal, adquiriu juntamente com João
Almeida, o barracão e anexos do cinema, fundando a empresa Almeida & Costa.
O espaço foi renovado, originando um ambiente mais acolhedor
de forma a atrair os espectadores que tinha perdido.
A grande atracção da altura foi a introdução do
“cinematógrafo falado”, que consistia num grupo de pessoas que atrás da tela
iam fazendo os ruídos e sons adequados ao filme.
O sucesso foi tal que, segundo Júlio Costa, o elevador que
ligava o Camões à Estrela, viu-se muitas vezes obrigado a suspender o seu
percurso devido à multidão que impedia a sua passagem.
Em 1912, já com a sociedade de Júlio Costa e Carlos
Carvalho, efectuaram-se novas obras de remodelação, introduzindo-se também um
quarteto que acompanhava os filmes e animava musicalmente os intervalos.
Já com o nome de Cine Camões o espaço dedicou-se ao cinema
indiano e depois, com o actual nome de Cine Paraíso, teve um curto período com
a programação assegurada pela cooperativa cinema novo (do fantas) até se tornar
um dos cinemas porno de Lisboa.
Localização: Rua do Loreto nº 15
In http://cinemaaoscopos.blogspot.pt/2009/12/paraiso-1904-actualidade.html
Quem hoje passa pela Rua do Loreto, entre o Largo de Camões e a Calçada do
Combro, já mal se recordará que ali entre os números 15 e 17 existe uma sala de
cinema, o antigo Cine Paraíso, hoje já só com uma cadeira e as paredes despidas.
Diz a história que é a mais antiga de Lisboa, mas entre trocas de nome, de
utilidade (nos últimos anos era um cinema de filmes pornográficos) e períodos de
portas fechadas, foi essa mesma história que se foi esquecendo e perdendo. Mas a
situação está prestes a mudar. A sala vai ser recuperada, por iniciativa da
Midas em cooperação com a Casa da Imprensa, e naquele espaço vai renascer o
Cinema Ideal.
Sobre o espaço que ali vai nascer e que se espera que abra portas na Primavera de 2014, Pedro Borges garantiu que vai ser um local com as melhores condições para se verem bons filmes. E se dúvidas existem em relação à programação, Pedro Borges fez questão de frisar que o Cinema Ideal não é o cinema da Midas e estará, por isso, aberto a todos os distribuidores independentes e a todos os realizadores. A sessão de inauguração deverá ser feita com a estreia do último filme de Paulo Rocha (1935- 2012) , Se eu Fosse Ladrão… Roubava, mas em traços gerais o produtor explicou ao PÚBLICO que ali serão exibidos os filmes que habitualmente “não se vêem nos outros cinemas”. “É para ser cinema português, cinema europeu, cinema chinês, cinema iraniano”, exemplificou, acrescentando ainda que “isto é para estrear o próximo filme do Pedro Costa ou do João Canijo, que são velhotes como eu, mas é para estrear também o filme do João Salaviza, que ainda não fez 30 anos”. As diferentes gerações do cinema vão estar representadas neste espaço, assim como os diferentes géneros de filmes.
“Depois vamos procurar ter pelo menos 6 ou 7 sessões por dia, ter dois filmes diferentes em exibição e procurar que esses filmes abranjam públicos diferentes”, continuou Pedro Borges, que quer “um cinema virado para a cidade e para a comunidade”, que funcione em articulação com a Junta de Freguesia, as escolas e as instituições e organizações culturais e recreativas da zona”.
Para isso, o Cinema Ideal estará aberto todos os dias de manhã à noite, cerca de 12 a 14 horas por dia. O objectivo é chegar a vários públicos e transformar-se no cinema do bairro. E por isso mesmo além da sala de cinema, terá uma livraria e uma DVDteca (onde se poderão ver vários filmes) uma cafetaria e ainda um espaço de convívio e animação.
Um cinema de todos e para todos no coração de Lisboa: Ideal
Foi apresentado esta quarta-feira o projecto daquele que será o Cinema Ideal,
antigo Cine Paraíso. Vão arrancar as obras de reconstrução do espaço, que abrirá
portas na Primavera de 2014.
Ideal em todos os sentidos, garante Pedro Borges,
produtor e distribuidor da Midas, que quer devolver a esta zona de Lisboa o
cinema que há anos desapareceu dali. Ficou escondido entre portas e foi-se
degradando. O projecto foi anunciado esta quarta-feira na Casa da Imprensa e
incluiu uma visita ao espaço com o arquitecto que será o responsável pela
requalificação e renovação do espaço, José Neves.
“Andávamos atrás disto há já muitos anos”, disse ao PÚBLICO Pedro Borges, que
vê nesta iniciativa “uma obrigação”. Num momento em que as receitas de
bilheteira estão em queda e alguns cinemas históricos, como o King, estão a
fechar, o produtor acredita que a reabertura do Cinema Ideal, nome que já teve
em tempos, “é absolutamente necessária para a cidade de Lisboa e para todos os
que gostam de cinema”. “É preciso que existam outros tipos de cinemas”, disse
Pedro Borges na conferência de imprensa desta quarta-feira de manhã, explicando
que hoje já só existem praticamente cinemas dentro de centros comerciais. “E é
sobretudo cinema americano e com cheiro a pipoca.”Sobre o espaço que ali vai nascer e que se espera que abra portas na Primavera de 2014, Pedro Borges garantiu que vai ser um local com as melhores condições para se verem bons filmes. E se dúvidas existem em relação à programação, Pedro Borges fez questão de frisar que o Cinema Ideal não é o cinema da Midas e estará, por isso, aberto a todos os distribuidores independentes e a todos os realizadores. A sessão de inauguração deverá ser feita com a estreia do último filme de Paulo Rocha (1935- 2012) , Se eu Fosse Ladrão… Roubava, mas em traços gerais o produtor explicou ao PÚBLICO que ali serão exibidos os filmes que habitualmente “não se vêem nos outros cinemas”. “É para ser cinema português, cinema europeu, cinema chinês, cinema iraniano”, exemplificou, acrescentando ainda que “isto é para estrear o próximo filme do Pedro Costa ou do João Canijo, que são velhotes como eu, mas é para estrear também o filme do João Salaviza, que ainda não fez 30 anos”. As diferentes gerações do cinema vão estar representadas neste espaço, assim como os diferentes géneros de filmes.
“Depois vamos procurar ter pelo menos 6 ou 7 sessões por dia, ter dois filmes diferentes em exibição e procurar que esses filmes abranjam públicos diferentes”, continuou Pedro Borges, que quer “um cinema virado para a cidade e para a comunidade”, que funcione em articulação com a Junta de Freguesia, as escolas e as instituições e organizações culturais e recreativas da zona”.
Para isso, o Cinema Ideal estará aberto todos os dias de manhã à noite, cerca de 12 a 14 horas por dia. O objectivo é chegar a vários públicos e transformar-se no cinema do bairro. E por isso mesmo além da sala de cinema, terá uma livraria e uma DVDteca (onde se poderão ver vários filmes) uma cafetaria e ainda um espaço de convívio e animação.
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