PS quer explicações sobre cargo do ex-director da PSP
em Paris
14 de Dezembro, 2013
O PS anunciou hoje que vai questionar o ministro da
Administração Interna sobre a nomeação para um cargo internacional do
ex-director nacional da PSP, que se demitiu após a manifestação das forças de
segurança junto ao parlamento.
O Diário de Notícias avança hoje que o ministro Miguel
Macedo nomeou Paulo Valente Gomes para oficial de ligação do ministério da
Administração Interna na embaixada portuguesa em Paris, um posto que terá sido
criado propositadamente e que tem uma remuneração superior a 12 mil euros
mensais, o triplo do salário que o ex-director nacional da PSP recebia como tal.
"Vamos requerer ao Governo esclarecimentos
imediatamente, no início desta semana, sobre esta nomeação. É um cargo que não
existe e gostaríamos de perceber por que é que não existia até hoje e por que é
que passa a existir, em que condições é que essas funções exercidas e o que é
que as justifica", afirmou à Lusa o deputado socialista Marcos
Perestrello.
O PS vai aproveitar a ida do ministro na próxima terça-feira
ao parlamento para o questionar sobre esta matéria.
"Esperamos que o senhor ministro, na primeira ocasião
em que vai ao parlamento desde que este episódio se iniciou, não se refugie no
formalismo de a audição ser sobre outra matéria, embora seja conexa",
disse Marcos Perestrello.
Miguel Macedo será ouvido na terça-feira à tarde na comissão
parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias sobre
a actuação policial junto dos CTT, em Cabo Ruivo, no dia 28 de Novembro, a
pedido do PCP e do Bloco de Esquerda.
O deputado lembrou que o PS solicitou a ida do ministro à
Assembleia da República logo após a manifestação das forças de segurança, mas,
acusou, Miguel Macedo "tem-se refugiado num silêncio ensurdecedor".
"A maioria chumbou a ida do ministro ao parlamento,
alegando que devíamos aguardar pelas conclusões do relatório da Inspecção Geral
da Administração Interna para que o senhor ministro se pronunciasse então sobre
esta matéria. A verdade é que essas conclusões não são conhecidas, mas já há
desenvolvimentos adicionais, porque o Governo entendeu responsabilizar" o
então director nacional da PSP pelos acontecimentos, "ao que parece,
apenas para se desresponsabilizar a si próprio pela condição política de todo o
processo", afirmou o também líder da distrital de Lisboa do PS.
"Numa manifestação desta natureza, não nos passa pela
cabeça que o Governo não a acompanhe ao minuto e não saiba exactamente o que é
que se está a passar e não discuta com as forças de segurança as decisões que
são tomadas, ou que pelo menos não tome delas conhecimento imediatamente",
sustentou Marcos Perestrello.
Milhares de profissionais de forças e serviços policiais e
de segurança - PSP, GNR, SEF, ASAE, polícia marítima, guardas prisionais,
polícia municipal e PJ - manifestaram-se a 21 de Novembro em Lisboa e, depois
de derrubarem uma barreira policial, conseguiram chegar à entrada principal da
Assembleia da República, onde cantaram o hino nacional, tendo depois
desmobilizado voluntariamente.
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