segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Rui Moreira e Adriano Moreira debateram o estado da Nação em Serralves. Vídeo em baixo.

"O actual sistema político-partidário precisa de uma alteração profunda porque já não é capaz de resolver os problemas. Foi por isso que me apresentei como independente. E antes que chegue o populismo e a demagogia é importante que os partidos se organizem", sublinhou Rui Moreira, alertando também para os problemas relacionados com a democracia direta.

O antigo presidente do CDS diria também que "os partidos precisam de se refundar porque hoje o mundo é outro. Neste aspeto, a sociedade civil precisa de participar realmente nas decisões do governo. E vejo, com grande satisfação, que ela está a movimentar-se", frisou Adriano Moreira, acrescentando: "É dela que tem de vir as vozes encantatórias. Esta sociedade não deve desanimar, nem desistir, deve é fazer desistir os incompetentes porque o grande problema dos portugueses hoje é trabalho e pão na mesa".



Adriano Moreira: "Grande problema do povo português é trabalho e pão na mesa"
Lusa
07 Dez, 2013,
O antigo presidente do CDS Adriano Moreira disse, esta sexta-feira, no Porto, que "o grande problema do povo português, neste momento, é trabalho e pão na mesa", algo que, acrescentou, tem a ver com a "dignidade humana".
Adriano Moreira falava em Serralves, na primeira de dez conferências do ciclo "O Estado das Coisas/As Coisas do Estado", que contou ainda com o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira.

Perante um auditório lotado, o que, no seu entender, significa que "a sociedade civil está em movimento, o também investigador realçou que Portugal desde sempre precisou de ter apoio externo", que começou logo com Afonso Henriques, quando este rei, recordou, "foi ter com o papa".

"Portugal" é um país exíguo", que hoje vive "uma situação que se aproxima do protetorado", o que para Adriano Moreira devia levar-nos a "pensar na estrutura do Estado".

"Portugal é um país submisso a decisões externas em que não participamos", afirmou, declarando-se "incomodado" por ver ministros portugueses "prestarem contas a três empregados" das instituições internacionais que fazem parte da `troika`.

Adriano Moreira afirmou, por outro lado, que os "partidos precisam de se refundar", porque hoje "o mundo é outro", defendendo que a "sociedade civil precisa de participar realmente nas decisões do governo".

"Vejo com grande satisfação que a sociedade civil está a movimentar-se", disse.

Adriano Moreira referiu-se também ao "ataque que é feito ao princípio do Estado Social", sustentando que "atirar os princípios pela janela é a mesma coisa que atirar a esperança pela janela e a comunhão de afetos".

"Se nós não salvaguardarmos a comunhão dos afetos vai ser muito difícil sairmos da crise. Temos que fazer isso. A sociedade civil tem que se movimentar e felizmente está a fazê-lo", acrescentou.

Rui Moreira concordou que Portugal está hoje "debaixo de tutela" estrangeira, tal como havia afirmado Adriano Moreira, que usou, porém, o termo "protetorado".

"Não temos neste momento plena soberania", reforçou o autarca portuense.

Na sua opinião, por outro lado, o atual sistema político-partidário "precisa de uma alteração profunda" porque "não é capaz de resolver os problemas" portugueses.


Rui Moreira alertou, contudo, para o risco do país se deixar seduzir por uma "tentação populista e demagógica" e para os problemas relacionados com a "democracia direta" que, a seu ver, levam inevitavelmente a uma redução das liberdades e das garantias.

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