sábado, 14 de dezembro de 2013

Loja das Conservas. 325 variedades sem faltar o caviar português. Notícia Positiva ... Paradoxos e Contradições.

Em função desta visita à Loja das Conservas pelo i , voltei a publicar   um “post” do “Voo do Corvo” de 9 / 9/ 2013.( em baixo) 
Entretanto Manuel Salgado, anunciou finalmente a sua intenção de formular uma carta/ estratégia de Urbanismo Comercial ….. VER PARA CRER …
António Sérgio Rosa de Carvalho


 Loja das Conservas. 325 variedades sem faltar o caviar português
Por Miguel Branco
publicado em 14 Dez 2013 – in (jornal) i online

Abriu oficialmente a 2 de Dezembro na Rua do Arsenal, Cais do Sodré, em Lisboa, com conservas de Norte a Sul e pretende aproximar os portugueses das suas conserveiras de qualidade
Em nenhuma espécie de lata de conserva vai encontrar algo que diga "abertura fácil". Além de requerer alguma força, é preciso atender à técnica para não lascar um dedo. Mas há quem não arrisque, daí a grande, e bem kitsch, cravadeira de pedal que nos saúda mal entramos na Loja das Conservas.

Esta iniciativa da ANICP - Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe - pretende dar aos portugueses um maior conhecimento sobre as conservas nacionais e acabar com o preconceito de que só se come atum ou sardinha em lata, quando não sobra nada na dispensa. Até porque aqui há de tudo, dos 0,90€ aos 15€: filetes de atum com pickles, salmão em molho d'alho, mexilhões, chaputa e cavala em azeite picante. Ainda acha que as conservas são refeições de recurso?

Por norma, os enlatados que se compram nas grandes superfícies, de marca branca, têm preços bastante baixos. Mas há muito que as conversas começaram a entrar na rota das lojas de gourmet, onde alguns destes produtos têm preços bastante mais elevados. Sara Costa, responsável pelo espaço, guia-nos pelas primeiras marés. "Este projecto nasce sobretudo com esse propósito, de criar uma rede de retalho que a própria indústria sentiu necessidade", explica.

A grande dificuldade nestes amontoados gastronómicos sem cardápio, é perceber as especialidades. Que neste caso, é como quem diz, as conservas mais raras e mais difíceis de obter. Neste campo as ovas de sardinha são o "caviar português", como nos conta Sara. Que é também a mais cara por 15€, apesar do preço médio rondar os 2,5€.

Na Loja das Conservas, é barato viajar. Já que há conserveiras do Norte a Sul do país, como a Comur, da Murtosa, distrito de Aveiro, bem como a Conserveira do Sul, em Olhão. E o melhor disto tudo, é que são rivais que dão sinais de amizade, vá, respeito, que isto das rivalidades não é coisa com que se brinque. "É muito interessante perceber como é que a indústria, às vezes concorrente entre si, ganha força unida. No mesmo espaço comercial, a indústria destaca-se, a Loja das Conservas não resultaria se só tivesse uma marca", defende Sara.

A Loja das Conservas é um oásis na paisagem algo suja - no bom sentido - e tão tradicional que é a Rua do Arsenal. "Localiza-se num ponto privilegiado, em que se cruza o público lisboeta que atravessa esta rua todos os dias, e claro, os turistas. Por outro lado, a própria Rua do Arsenal é uma rua com muita tradição histórica, no que diz respeito às mercearias e ao comércio local", confessa Sara Costa.

Atraídos pelo Tejo e copos baratos por estas bandas, vêm os turistas. Que por aqui - nós avisámos anteriormente que não dominávamos o assunto - não se surpreendem com nada. E o lisboeta/português pode percebê-lo rapidamente, basta ler os rótulos, muitos deles em inglês. "Os estrangeiros, em grande parte das vezes, conhecem melhor as conservas nacionais que os portugueses. Já que grande parte da produção é exportada, temos aqui algumas referências que só consegue encontrar aqui e que tiveram de ser especialmente etiquetadas porque nem sequer estão em português", diz Sara Costa.


Quase de ida, deixamos um truque para que não saia da Loja das Conservas em sofrimento: não cometa o erro de passar por lá entre refeições, vá antes de almoço ou jantar, para correr para a cozinha e não morrer de fome. Ou de vontade de comer. Agora diga lá que este artigo não é um bom petisco.




Notícia Positiva ... Paradoxos e Contradições.
A Rua do Arsenal assistiu a uma mudança abrupta, numa transição repentina de um comércio tradicional de “Bacalhoeiros” para “Quinquilharia” Chindia e Comércio Pseudo – Turístico .
E … de repente , tal Fénix Renascida , eis que surge de novo uma Conserveira .
Revivalismo ? Renascimento Dialéctico e Criativo da “Vida Portuguesa” e Autenticidade do Produto Lusitano ?
Primeiro e inesperado sinal mais do que positivo de um Renascimento de Vocação Local no Comércio Tradicional ?
Primeiras “sinergias”/efeitos do novo eixo Terreiro do Paço / Cais do Sodré ?

A C.M.L. sempre se mostrou desinteressada até agora em “estimular”as vocações do Mercado através de uma estratégia de Urbanismo Comercial … tendo primado pelo “laissez-faire”.
 Dir-me-ão que o “Mercado” se corrige a si próprio, e que este louvável exemplo de Renascimento presente nesta conserveira, ilustra uma possível evolução positiva que se irá acentuar em toda a envolvente do Cais do Sodré também com o futuro projecto do Mercado da Ribeira …
Mas … não interveio paradoxalmente e fortemente a C.M.L.,  através do vereador Sá Fernandes, na sua estratégica e planeada ofensiva “pink”, invadindo o “Espaço Público” e transformando toda a Rua Nova de Carvalho num permanente Bar ?
  
António Sérgio Rosa de Carvalho
P.S. O meu “post” original da Conserveira na rua dos Bacalhoeiros ( originalmente publicado no Cidadania LX, antes da minha ruptura com o mesmo ) foi republicado em baixo.










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