Ex-administrador está
acusado, com ex-deputado e outro arguido, de falsificar cheques para ficar com
dinheiro da empresa
O Ministério Público (MP) pediu ontem a condenação de um
ex-administrador da empresa municipal Gebalis, de Lisboa, de um ex-deputado e
de um terceiro arguido, acusados de peculato e falsificação, enquanto a defesa
pediu a sua absolvição.
Mário Peças, um socialista que foi administrador da empresa
que gere os bairros municipais de Lisboa, Ismael Pimentel, ex-deputado do
CDS-PP, e um outro arguido terão, segundo a acusação, “engendrado um esquema de
falsificação de cheques para se apropriarem de dinheiro da Gebalis”. Nas
alegações finais, realizadas na 8.ª Vara Criminal, o MP e a advogada da empresa
municipal pediram a condenação dos arguidos, por se “provarem os ilícitos que
lesaram” a Gebalis em cerca de 38.500 euros. Este valor foi pago, em dois
cheques, pelo ex-administrador da Gebalis ao ex-deputado, para que verificasse
no terreno se tinham sido realizadas centenas de obras em bairros lisboetas,
entre 2002 e 2004. Ismael Pimentel passou o trabalho de campo ao arguido Jorge
Lopes, ficando ele a coordenar. O MP e a advogada da empresa acrescentaram,
segundo a Lusa, que “não há nenhum documento de suporte” que confirme a
realização de tais serviços.
Durante o julgamento, Mário Peças explicou que, em 2006,
quando assumiu funções como administrador executivo e passou a tutelar as
obras, se deparou com “situações anómalas” ocorridas entre 2002 e 2004, período
em que foram gastos “30 milhões de euros” em obras exteriores nos bairros da
Gebalis.
Por “iniciativa própria”, e sem dar conhecimento aos outros
administradores da empresa, o arguido “convidou” Ismael Pimentel, que
“atravessava dificuldades financeiras”, para que este servisse de fiscal e
fosse ao terreno confirmar se as obras que haviam sido facturadas foram
realmente executadas. À espera de julgamento há ainda um outro processo em que
Mários Peças e dois outros ex-gestores da Gebalis são acusados de vários
crimes, entre 2006 e 2207, que terão causado danos à empresa de cerca de seis
milhões de euros.
in Público
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