Dois planos alternativos para
quatro anos
Salários da
função pública
PS - A eliminação
do corte salarial actualmente em vigor (que é 80% daquele que foi inicialmente
aplicado) é feita em dois anos: 40% em 2016 e 40% em 2017. Os funcionários
públicos terão de esperar por 2018 para verem também as suas carreiras
descongeladas.
Governo - O corte
salarial é eliminado ao longo de quatro anos, revertendo-se 20% em cada ano. O
Governo estima que o aumento de despesa no Estado desta medida será de 153
milhões de euros ao ano.
IRS
PS - A sobretaxa
de IRS, actualmente nos 3,5%, é cortada a metade em 2016 e depois totalmente
eliminada em 2017. A
quebra de receita estimada é de 430 milhões de euros. É também eliminado o
quociente familiar que o Governo quer introduzir a partir do próximo ano e que
beneficiava as famílias com filhos. O PS sugere a sua substituição por uma
dedução por cada filho, numa operação sem qualquer impacto orçamental.
Governo - A
sobretaxa é eliminada até 2019, com reduções anuais de 0,875 pontos percentuais
em cada ano. O impacto orçamental anual estimado é de 190 milhões/ano.
IRC
PS - A descida
progressiva do IRC até 2019 que tinha sido aprovada pelo Governo com o apoio do
PS é travada nos actuais 21%. Os valores correspondentes a essa “não-descida”
do IRC são consignados à Segurança Social.
Governo - Mantém
o plano de reduzir progressivamente a taxa de IRC até aos 17%.
Imobiliário e
Património
PS - O IMT,
imposto sobre as transacções imobiliárias, mantém-se, devido ao impacto que tem
a nível orçamental, prevendo-se apenas algumas simplificações. No IMI há um
agravamento da taxa para as habitações não utilizadas como residência. As
heranças superiores a 1 milhão de euros serão alvo de um imposto de 28%, com
que se espera obter uma receita de 100 milhões de euros.
Governo - O IMT é
eliminado e substituído pela aplicação de um imposto de selo, com metade do
valor. A perda de receita é estimada em 230 milhões.
IVA
PS - O IVA na
restauração regressa aos 13%. O custo orçamental da medida é estimado em 260
milhões de euros numa fase inicial, mas existe a expectativa de que o impacto
económico positivo possa também gerar receitas.
Governo - Não há
alterações significativas previstas.
TSU PS - propõe
uma descida da TSU tanto para as empresas como para os trabalhadores. No caso
das empresas, são menos 4 pontos por empregado com vínculo permanente. A medida
faz parte da tentativa de reduzir a precariedade, estimulando a criação de
emprego. No caso dos trabalhadores, a redução da taxa contributiva é temporária
e gradual, dos actuais 11% para 7% em 2018, e aplica-se apenas a pessoas com
menos de 60 anos. Depois aumenta 0,5 pontos ao ano até 2026.
Governo - Quer
reduzir a TSU aplicada às empresas, para incentivar a criação de emprego. Mas
não é ainda claro em que dimensão e como será financiada (está excluída a
subida da TSU dos trabalhadores).
Pensões
PS - A descida
temporária da TSU dos trabalhadores será paga com pensões mais baixas no
futuro, na proporção da redução nas contribuições feitas. A descida das pensões
irá começar a sentirse a partir de 2021 e será de entre 1,2% e 2,6%.
Governo - É defendida
a necessidade de realização de uma reforma para assegurar a sustentabilidade do
sistema, com um valor de poupança de 600 milhões de euros, mas não está ainda
definido como.
Economia
PS - Há uma forte
convicção de que, ao aumentar o rendimento disponível dos portugueses, a
economia crescerá, com o pico a ocorrer em 2017. Nesse ano, prevê-se que o
consumo privado cresça 2,9% (mais 1,6 pontos do que o previsto pela Comissão
Europeia), o investimento 8,4% e as exportações 6,3%, lançando o PIB para uma
variação de 3,1%. O excedente externo será menor do que o previsto por
Bruxelas.
Governo - Também
acredita que a economia crescerá, animada por uma aceleração do consumo,
investimento e exportações, mas de forma mais moderada. Aposta-se num
crescimento de 2,4% de 2017 a
2019.
Desemprego
PS - A previsão
mais positiva para a economia também faz com que a queda estimada para o
desemprego seja mais acentuada, colocando este indicador em 7,4% em 2019.
Governo - Prevê
uma descida regular do desemprego, mas não o suficiente para baixar a barreira
dos 10% em 2014.
Défice
PS - Apesar de a
economia crescer mais rápido, a previsão do PS aponta para que a redução do
défice e da dívida seja mais lenta. O défice será de 1% em 2019. Em 2016 e
2017, assume-se que as medidas propostas terão um peso de 0,2 e 0,3 pontos,
respectivamente. Para os anos seguintes, esperam-se impactos positivos.
Governo - A meta
é a de atingir um excedente orçamental em 2019, colocar a dívida perto dos 100%
do PIB e cumprir a meta de défice estrutural de 0,5% em 2016.
PÚBLICO / 24-4-2015
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