Carrilho condenado por difamação
por ter dito que padrasto da apresentadora a teria violado
MARIA JOÃO LOPES
27/04/2015 – PÚBLICO
Advogado do professor
universitário ainda poderá recorrer da decisão.
O professor universitário
Manuel Maria Carrilho foi condenado nesta segunda-feira a uma pena de multa de
cerca de 6 mil euros, por três crimes de difamação, e ainda a uma indemnização
por danos morais no valor de 25 mil euros. Em causa estavam declarações
proferidas em órgãos de comunicação social, nas quais o ex-ministro da cultura
afirmava que o padrasto da ex-mulher, a apresentadora Bárbara Guimarães, a
teria violado quando ela era jovem.
A advogada
Cristina Pombo, que representa o ex-padrasto de Bárbara Guimarães neste
processo, mostrou-se “satisfeita” com a decisão do tribunal. Porém, apesar da
sentença condenatória, Cristina Pombo lamenta que, ainda assim, tal não tenha o
mesmo impacto público que tiveram as declarações reproduzidas nos órgãos de
comunicação social: “Lamentamos que a reposição da honra não tenha o mesmo
impacto público que teve a devassa”, afirmou aos jornalistas.
O teor da
sentença foi confirmado ao PÚBLICO pelo advogado de Manuel Maria Carrilho,
Paulo Sá e Cunha. Questionado sobre se pretende recorrer da decisão, o advogado
explicou que nesta segunda-feira foi apenas lida a decisão no tribunal e que
decidirá quando a ela tiver acesso: “Primeiro vou ter de ler [a sentença], só
depois decido”, disse ao PÚBLICO.
A decisão de
primeira instância do tribunal da comarca de Lisboa condenou o professor de
filosofia a uma pena de multa de 320 dias à taxa diária de 20 euros por dia, o
que perfaz 6400 euros, valor ao qual se terão de somar ainda os custos do
processo. Além disso, Manuel Maria Carrilho foi também condenado a uma
indeminização cível no valor de 25 mil euros, por danos morais. A advogada do
padrasto de Bárbara Guimarães terá pedido 260 mil euros de indemnização, não só
por danos morais, mas também patrimoniais.
Manuel Maria
Carrilho estava acusado de sete crimes de difamação com publicidade – por
estarem em causa declarações proferidas em órgãos de comunicação social. Inicialmente
chegou a estar acusado de oito crimes de difamação, mas no final o Ministério
Público acabaria por retirar um deles. Acabou condenado por três crimes que
ficaram provados, respeitantes a declarações que o ex-ministro socialista fez
em três órgãos de comunicação social e que terão sido dadas como falsas.
Contactado, o
representante de Bárbara Guimarães sublinhou que a apresentadora não faz
quaisquer declarações sobre a decisão judicial, remetendo apenas para as
declarações proferidas pela advogada do ex-padrasto. O PÚBLICO tentou também
contactar Manuel Maria Carrilho, por telefone e por mensagem, mas não obteve
resposta.
Com Mariana Oliveira
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