sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Senator Durbin Reacts To President Trump's 'Sh*thole Countries' Remarks



Trump nega ter falado em "países merdosos", mas é imediatamente desmentido

Cresce a condenação internacional às palavras do Presidente dos EUA, que as Nações Unidas qualificam de racistas.

LILIANA BORGES 12 de Janeiro de 2018, 17:16 actualizada às 16:54

 Dick Durbin durante a reunião em causa com Trump. O senador democrata reafirmou que o Presidente falou em "países merdosos" depois do desmentido de TrumpFoto
Dick Durbin durante a reunião em causa com Trump. O senador democrata reafirmou que o Presidente falou em "países merdosos" depois do desmentido de Trump REUTERS/JONATHAN ERNST

O Presidente norte-americano, Donald Trump, negou esta sexta-feira, através do Twitter, ter-se referido ao Haiti e a diversas nações africanas como “países merdosos” [“shithole countries”, em inglês] durante uma reunião sobre política migratória, na quinta-feira, com membros do Congresso na Casa Branca.

Trump admitiu ter usado "linguagem dura" durante o encontro, mas negou o teor racista ou derrogatório das declarações que lhe foram atribuídas numa notícia avançada em primeira mão pelo Washington Post. No desmentido, referiu-se apenas ao Haiti: "Nunca disse nada de depreciativo sobre os haitianos, para além de que o Haiti é, obviamente, um país pobre e problemático”. O Presidente disse ainda que quaisquer outras declarações são “uma invenção dos democratas” e admitiu começar a gravar as suas reuniões: “Infelizmente, não se pode confiar”.

No entanto, e logo após este desmentido, o senador democrata Dick Durbin, que esteve na reunião de quinta-feira, garantiu que Trump utilizou expressões "recheadas de ódio, vis e racistas" de forma repetida.

"Não consigo acreditar que na História da Casa Branca, na Sala Oval, alguma vez um Presidente tenha proferido as palavras que eu próprio ouvi o nosso Presidente dizer”, disse Durbin, citado pelo correspondente da CNN na Casa Branca, Jim Acosta.


As declarações imputadas de Trump não foram directamente negadas pela Casa Branca até ao momento, tendo o porta-voz adjunto da presidência, Raj Shah, dito apenas, e em resposta  ao New York Times, que "certos políticos de Washington escolhem lutar por países estrangeiros, mas o Presidente Trump vai sempre lutar pelo povo americano”.

Haiti, ONU e União Africana condenam

As afirmações atribuídas a Trump já foram condenadas por diversas organizações internacionais e pelo próprio Haiti, que diz que estas "reflectem o racismo em relação à comunidade haitiana".

Apesar disso, o embaixador do Haiti em Washington, Paul Altidor, criticou a atenção dada aos supostos comentários de Trump no dia do oitavo aniversário do terramoto que matou cerca de 220 mil pessoas na ilha, revelando, no entanto, que o Presidente haitiano ficou "chocado" com as notícias: “Eu falei com o Presidente Jovenel Moise sobre o assunto e, claro, ele está chocado”, revelou, citado pela Reuters. Além disso, o diplomata disse que o ministro dos Negócios Estrangeiros haitiano convocou o representante norte-americano nos Haiti para uma audiência para ser oferecida uma explicação sobre toda a situação.

“Os haitianos não merecem este tratamento”, disse ainda Altidor, lembrando a contribuição do Haiti na Revolução Americana no século XVIII.

O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville, diz que não se pode "usar outra palavra para além de racista" para qualificar as declarações do Presidente, que diz serem "uma porta aberta para o pior da humanidade". Colville considera que as palavras de Trump, causadoras de "choque e vergonha", vão contra os valores globais pelos quais se luta desde a II Guerra Mundial e desde o Holocausto.

A União Africana considerou as declarações de Trump como “francamente alarmantes”. “Tendo em conta a realidade histórica da quantidade de africanos que chegaram aos Estados Unidos como escravos, esta declaração vai para lá de qualquer declaração ou comportamento aceitável”, considerou a porta-voz da organização, Ebba Kalondo, em declarações à Associated Press.

Kalondo acrescentou que as declarações são “particularmente surpreendentes” num país que continua a ser um exemplo de “como a imigração deu origem a uma nação construída com base nos valores da diversidade e oportunidade”.

“Declarações como estas atingem os nossos valores na questão da diversidade e direitos humanos e afectam o nosso entendimento mútuo", disse.


O republicano Paul Ryan, líder da Câmara dos Representantes, considerou que as afirmações de Trump são "infelizes" e "não ajudam".

Trump denies 'shithole countries' remark but senator asserts he said it

Trump said he had used ‘tough language’ but denies using specific phrase
Senator who attended meeting: Trump’s remarks ‘hateful, vile and racist’

Alan Yuhas in New York
@alanyuhas
Fri 12 Jan 2018 16.53 GMT First published on Fri 12 Jan 2018 13.38 GMT

 Donald Trump appeared to deny on Friday that he used the phrase “shithole countries” to describe Central American and African nations during talks with US lawmakers the day before. But one of the senators present contradicted Trump and called the remarks he had heard “hateful, vile and racist”.

But senator Dick Durbin, a Democrat was in the meeting, contradicted him in to local Chicago press on Friday morning. He said the president “in the course of his comments said things which were hateful, vile and racist”.

“He said these hate-filled things, and he said them repeatedly,” Durbin said.

On Thursday, Trump reportedly grew angry during a meeting about protections for immigrants from several countries, and asked: “Why are we having all these people from shithole countries come here?”

“Why do we need more Haitians?” he reportedly added. “Take them out.” He also reportedly suggested the US bring in more people from Norway.

Early on Friday, he denied the derogatory language. “The language used by me at the Daca meeting was tough, but this was not the language used,” he tweeted, using an acronym for a program to protect young undocumented immigrants. “What was really tough was the outlandish proposal made – a big setback for Daca!”

He later added: “Never said anything derogatory about Haitians other than Haiti is, obviously, a very poor and troubled country. Never said ‘take them out.’ Made up by Dems. I have a wonderful relationship with Haitians. Probably should record future meetings – unfortunately, no trust!”

“I cannot believe that in the history of the White House and the Oval Office, any president has ever spoken the words that I personally heard our president speak yesterday,” Durbin said. “I’ve seen the comments in the press and I’ve not read one of them that’s inaccurate.”

The Republican senator Jeff Flake also contradicted the president, tweeting, “the words used by the President, as related to me directly following the meeting by those in attendance, were not ‘tough,’ they were abhorrent and repulsive.”

The Thursday remarks was first reported by the Washington Post, citing aides briefed on the meeting, and White House spokesman Raj Shah did not deny that the president had used profanity to describe the nations.

“Certain Washington politicians choose to fight for foreign countries, but President Trump will always fight for the American people,” Shah said Thursday. “Like other nations that have merit-based immigration, President Trump is fighting for permanent solutions that make our country stronger by welcoming those who can contribute to our society, grow our economy and assimilate into our great nation.”

The president harped on those themes Friday morning, saying that the proposals he saw Thursday were inadequate and even “a big step backwards”. He claimed without specifics or evidence that the deal would force the US “to take large numbers of people from high crime countries which are doing badly”.

“I want a merit-based system of immigration and people who will help take our country to the next level. I want safety and security for our people. I want to stop the massive inflow of drugs,” he said.

That tweet and reported remarks echo Trump’s long history of inflammatory comments about race, including years of spreading a false conspiracy about Barack Obama’s birth, a campaign announcement calling Mexicans “rapists”, and a refusal to condemn white supremacists last summer.

At a Friday event to honor the civil rights hero Martin Luther King Jr, Trump decried racism. “No matter what the color of our skin or the place of our birth, we are all created equal,” he said.

Trump left the event without answering questions, shouted by reporters in the room, about his remarks regarding people from Central America and Africa.

Sem comentários: