Parque Urbano do
Vale da Montanha, mais um grande espaço verde nasce em Lisboa
POR SAMUEL ALEMÃO
• 19 JANEIRO, 2018 •
As obras estão
quase terminadas, pelo que a fruição do espaço poderá realizar-se em pleno a
breve prazo, promete a Câmara Municipal de Lisboa (CML). O Parque Urbano do
Vale da Montanha, ligando a Avenida António Gago Coutinho e a Avenida Marechal
Gomes da Costa, e que é delimitado ainda pelo parque da Bela Vista Sul e a
Linha de Cintura Interna, junto ao Areeiro, tem 11 hectares e deverá ser
inaugurado em breve, assegura a autarquia, em nota escrita enviada a O Corvo.
O novo espaço verde, ao qual os serviços
municipais, por vezes, também se referem como Parque Urbano da Quinta da
Montanha, permitirá ainda a ligação ao novo Parque Urbano do Casal Vistoso,
através de uma ponte ciclopedonal inaugurada em 2012 – como parte das
contrapartidas pela realização do Rock in Rio. O novo espaço público insere-se
no programa de expansão do Corredor Verde Oriental, que no seu conjunto terá
uma extensão de cerca de 150 hectares, assegurando a ligação à zona ribeirinha,
em Marvila.
Nos últimos dias, junto ao cruzamento das
avenidas António Gago Coutinho e dos Estados Unidos da América, tem sido
visível uma maior movimentação nos trabalhos de arranjo paisagístico, com a
colocação de prados e de relvados, sobretudo junto à futura área de lazer
infantil e juvenil e ao novo quiosque alimentar – cujo concurso para concessão
da exploração se encontra a decorrer.
Antevê-se assim o fim de uma obra iniciada já
na primavera de 2015. Isso mesmo é admitido pelos serviços camarários, os quais
explicam que, mesmo só sendo possível inaugurar o espaço verde quando o tal
quiosque estiver em funcionamento, “com o essencial da estrutura do parque
concluído, o mesmo poderá ter fruição plena brevemente”. E há quem já o faça,
como O Corvo pôde constatar, a meio desta semana, sendo os caminhos utilizados
por ciclistas e por praticantes de corrida.
A intervenção naquela área, antes constituída
por baldios, envolveu a deposição e movimentação de grandes quantidades de
terras. Algo que, explica a CML, tem um propósito claro: “Para além das
plantações de árvores e arbustos e da instalação de prados e relvados, o espaço
reflecte sobretudo um trabalho de modelação de terreno que visou proteger os
utilizadores da exposição visual e sonora à linha de cintura e à Avenida dos
Estados Unidos da América”.
O efeito
mitigador dos referidos impactos, no entanto, e neste momento, apenas se faz
sentir em relação ao eixo rodoviário. A circulação de comboios e o seu ruído
fazem parte do actual enquadramento para quem utiliza os recém-criados caminhos
– bem como, lá em cima, no topo da encosta, a parede de prédios do Casal
Vistoso. Para alguns, e nesta fase, a zona até poderá parecer algo desolada.
Nem que seja pelo facto de o prometido verde não se revelar, por agora, tão
esplendoroso.
Mas tal terá uma
explicação. “Numa lógica semelhante ao Parque da Belavista, o Parque Urbano do
Vale da Montanha tem uma estrutura verde maioritariamente de sequeiro,
perfeitamente integrada nas condições climáticas e de solo locais, recorrendo a
prados biodiversos de sequeiro e áreas de plantação de árvores e arbustos
maioritariamente autóctones”, explicam os serviços da autarquia. A excepção,
adiantam, será a tal zona onde se localizam o parque infanto-juvenil e o
quiosque, a qual “responderá às necessidades locais de espaços verdes de
recreio com uma estrutura mais intensiva, assente em espaços verdes regados”.
Na restante área,
diz a autarquia, foram “utilizados conceitos de drenagem natural como a criação
de linhas de drenagem naturalizadas, promovendo escoamento à superfície ou em
vala cega e restituindo o circuito hidrológico próprio de um vale, contribuindo
desta forma para promover a retenção de águas e a sua infiltração”.
Texto: Samuel Alemão
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