A “Bolha” não se resume apenas ao Centro Histórico, mas estende-se também progressivamente aos subúrbios,
com consequências sociais desastrosas.
“Nos últimos cinco anos os preços subiram 88% na Baixa do
Porto e 56% no centro histórico de Lisboa.
Só no terceiro trimestre deste ano, o aumento foi de 10,4%
em relação ao mesmo período de 2016, segundo dados do Instituto Nacional de
Estatística. Nas habitações usadas, esse crescimento foi de 11,5%, enquanto nas
novas de o ritmo de subida foi de 6,9%.”
Hoje, é possível encontrar um T0 com 15 metros quadrados em
plena Rua de Cedofeita, no Porto, a custar 1200 euros de renda mensal. Em
Lisboa, um T1 em Alfama custa facilmente 2200 euros por mês.
Como se relaciona esta realidade com o poder real de compra
dos Portugueses?
“No entando, são nichos de mercado para um público
específico, nomeadamente estrangeiros.”
Na área da Habitação Portugal está a ser dividido entre
‘Guetos’ para Ricos ( Fundamentalmente Estrangeiros, Investidores globais ou
Pensionistas em busca das vantagens fiscais [Residentes não Habituais], ou
Turistas através do Alojamento local, que quadruplicou nestes últimos 3 anos, e
está à rédea solta sem qualquer tipo de regulamentação ) e ‘Guetos’ Para Pobres
( Os Portugueses, assim transformados em “Imigrantes servis” e dependentes, no
seu Próprio País.
OVOODOCORVO
Imobiliário: Em 2018 os preços das
casas devem continuar a subir
Fernanda Pedro
07:15
Cristina Bernardo
Depois de um ano em grande, a perspetiva para 2018 está em
alta para os players do mercado. Reis Campos espera que seja de consolidação.
“Marcado por uma melhoria geral ao nível da atividade das empresas do setor, o
que passa por um mercado imobiliário a liderar o processo de recuperação
económica do país e, sobretudo, pela adoção de algumas das medidas que estamos
a discutir com o Governo e que são essenciais para corrigir os desequilíbrios
que ainda persistem”, explica.
Nomeadamente, o alargamento efetivo da dinâmica da
reabilitação urbana à generalidade do território e a entrada em funcionamento
do Programa Casa Eficiente, que conta com a CPCI enquanto entidade dinamizadora
e agregadora, são exemplos de questões concretas que espera ver tratadas em
2018. “Por outro lado, a estabilidade e competitividade da fiscalidade
incidente sobre o imobiliário, como já referi, é essencial para preservar a
confiança dos investidores. Neste âmbito, a competitividade do Regime de
Tributação dos não Residentes tem de ser assegurada, assim como se exige que o
Programa dos Vistos Gold, ganhe uma nova dinâmica, ultrapassando os bloqueios
que se verificam”, conclui.
Hugo Santos Ferreira mais do que perspetivas para 2018,
revela que o debate se deve centrar já não tanto no ano que agora se vai
iniciar, “o qual se prevê voltar a registar excelentes números não trazendo por
isso preocupações de maior, mas naquilo que iremos fazer a curto prazo com
reflexos nos anos seguintes, em 2019, 2020 e daí em diante”.
Como grandes tendências para 2018, o vice-presidente da
APPII destaca, o surgimento de um novo conceito de espaços e de partilha de
serviços e que já vêm ganhando vários adeptos um pouco por toda a Europa e até
já em Portugal, como aqueles novos conceitos de young professionals, de
coworking e mesmo até de co-living. Ou projetos que combinam student hotels com
student housing, projetos hoteleiros que oferecem muito mais que um mero
serviço de alojamento e “apontaria ainda o regresso dos projetos fora dos
centros urbanos, ou pelo menos fora das designadas zonas prime e o regresso dos
projetos para segmentos mais baixos”.
Francisco Bacelar espera uma consolidação da atividade, ao
nível do crescimento, embora agora com menor fulgor, mas desejando que o
mercado estabilize e se tomem medidas necessárias no setor da mediação
imobiliária.
“Esperamos ainda que a nova Secretaria de Estado da
Habitação sirva de intermediária entre os profissionais e o Governo, na
tentativa de encontrar soluções que permitam um upgrade do mercado imobiliário,
quer ao nível do arrendamento, que bem necessita depois de décadas de
estagnação, quer no mercado de compra”, esclarece.
A nível de preços, o presidenta da ASMIP acredita na
continuação da sua subida, especialmente nos sítios mais procurados, embora de
forma menos acentuada, até porque em alguns casos os preços já estão bastante
para lá do que seria razoável, com os problemas que essas situações podem
trazer no futuro.
Para Frederico Borges de Castro, 2018 é o início da segunda
fase da retoma do imobiliário. “Iremos presenciar o surgimento de novos
projetos residenciais e de escritórios, vários de grande dimensão, que
indubitavelmente farão diferença e marcarão as próximas décadas para Lisboa e
Porto. Tal como em 2017, observar-se-á o aumento das aquisições residenciais
por clientes nacionais”, salienta.
O responsável da CBRE admite que os promotores terão que
lidar com a falta de mão de obra qualificada e o crescimento dos custos de
construção que levam a margens mais reduzidas e que em projetos longos poderão
criar sérios problemas de cash-flow.
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