Rui Moreira não dá vice-presidência da câmara ao PS
Um dos três vereadores do PS fica sem pelouro. Guilhermina Rego será n.º 2 do executivo. PSD critica acordo Moreira-Pizarro
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, vai
ficar com a responsabilidade directa sobre a reabilitação urbana na cidade e
assume ainda dois pelouros na autarquia, o do Desenvolvimento Económico e Social
e o do Desporto, Lazer e Turismo. O acordo de governação conseguido com o PS não
foi suficiente para que os socialistas ficassem com a vice-presidência da
câmara, que ficará nas mãos de Guilhermina Rego.
Ontem, durante a primeira reunião do executivo, a vereação aprovou a proposta
para que a futura governação da cidade conte com sete vereadores com pelouro. Na
altura, o vereador da CDU, Pedro Carvalho, manifestou desconforto por votar uma
proposta que definia o número de pelouros sem que fosse ainda público que
responsabilidades seriam atribuídas a quem. Rui Moreira prometeu que essa
informação seria tornada pública ainda durante o dia de ontem, o que cumpriu ao
final da tarde.Segundo a informação veiculada pela autarquia, a vice-presidente Guilhermina Rego irá assumir também o pelouro da Educação, Organização e Planeamento. Sampaio Pimentel regressa ao pelouro da Fiscalização e Protecção Civil, que já exercera sob a alçada de Rui Rio, e Paulo Cunha e Silva ficará, como era esperado, com o pelouro da Cultura. Os dois outros vereadores eleitos pela lista de Rui Moreira - Filipe Araújo e Cristina Pimentel - assumem, respectivamente, o pelouro da Inovação e Ambiente e o pelouro da Mobilidade.
No PS, a vereadora Carla Miranda será a única que ficará sem pelouro, ficando Manuel Pizarro com a responsabilidade pela Habitação e Acção Social e Manuel Correia Fernandes com o pelouro do Urbanismo. Aos três vereadores do PSD e ao vereador da CDU não foi atribuído qualquer pelouro.
Durante a reunião da manhã, o vereador Amorim Pereira, do PSD, manifestou-se "chocado" com o acordo de governação estabelecido com o PS por Rui Moreira, um independente apoiado pelo CDS. "O CDS é mais próximo do PSD do que o PS. Que o presidente não tenha sequer tentado qualquer aproximação ao PSD, com quem o CDS decidiu coligar-se por esse país fora, chocou-me", disse Amorim Pereira, classificando o acordo feito no Porto como "uma coligação contra natura".
Rui Moreira afirmou que o acordo com o PS, que ficou em segundo lugar nas eleições, procurou reflectir "aquilo que o povo do Porto votou", garantindo que o entendimento assentou "em princípios programáticos".
O novo presidente da autarquia decidiu ainda retirar a proposta que estabelecia as regras de funcionamento da câmara, o regimento, depois de PSD e CDU terem apresentado várias críticas. Às duas forças políticas, Rui Moreira pediu propostas, que permitissem um consenso sobre o documento, antes de o submeter a nova votação.
Sem comentários:
Enviar um comentário