Infanta cada vez mais envolvida no caso Nóos
Cristina, a filha mais nova dos reis de Espanha, pode ser acusada de branqueamento de capitais nos próximos dias
O juiz espanhol que investiga a teia de corrupção
ligada a Iñaki Urdangarín, genro do rei de Espanha, vai decidir nos próximos
dias se ordena uma investigação aos ganhos e gastos da infanta Cristina.
A filha mais nova do rei Juan Carlos, casada com Urdangarín, fez, ao longo
dos anos, uma série de pagamentos com os cartões de crédito da sociedade
patrimonial que tem com o marido, a Aizoon, para onde Urdangarín passou uma
parte do dinheiro público que desviou.Urdangarín já foi formalmente acusado no caso Nóos, a fundação sem fins lucrativos para promover o desporto que geriu durante anos. Juntamente com o sócio, Diego Torres, pôs a Nóos a render através de contratos celebrados com as ilhas Baleares e Valência. Urdangarín e Torres cobravam por eventos que não correspondiam ao contrato e por serviços que lhes custavam bastante menos (falsificavam facturas) e usavam a influência "do genro" para multiplicarem contratos e facturações.
Parte desse dinheiro, apuraram os investigadores, foi para a Aizoon. E terá sido com ele que a infanta pagou, entre 2007 e 2008 (os anos a que se refere a documentação em investigação e ontem divulgada pela imprensa espanhola), livros da saga Harry Potter, roupa, a assinatura de revistas, botas que encomendou numa loja de Nova Iorque, um hotel onde pernoitou em Moçambique (quando, sublinha o ElMundo, estava ao serviço da Fundação La Caixa, onde trabalha), ramos de flores, um fim-de-semana em Roma para toda a família e até um chocolate comprado no aeroporto de Genebra. Os Urdangarín também pagaram com o cartão de crédito da Aizoon as aulas privadas que receberam sobre técnicas de marketing e de recursos humanos.
Os gastos estarão acima dos rendimentos (salários e património) dos duques. Se ficar provado que o dinheiro gasto entrou na Aizoon através da Nóos, a infanta pode ser acusada de branqueamento de capital.
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