segunda-feira, 14 de outubro de 2013

António Costa na tomada de posse de Rui Moreira e PS mantém dúvidas sobre acordo


António Costa na tomada de posse de Rui Moreira e PS mantém dúvidas sobre acordo


José Luís Carneiro faz "questão de acompanhar o modo e os termos" em que será feito o acordo para a Câmara do Porto
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, vai estar presente no dia 22 na tomada de posse do novo presidente da Câmara do Porto num sinal de apoio ao independente Rui Moreira e quando a distrital do PS ainda levanta dúvidas sobre o acordo com os socialistas.
A uma semana da instalação dos novos órgãos autárquicos, Manuel Pizarro ultima o entendimento pós-eleitoral com o novo presidente. Todavia, ontem, o líder da federação distrital do PS deixou claro que faz "questão de acompanhar o modo e os termos" em que o entendimento será feito, até porque, afirma José Luís Carneiro, um "acordo desta natureza comporta riscos para a autonomia estratégica do PS". "Nós valorizamos o debate político que houve na comissão política concelhia, respeitamos a sua decisão de atribuir um mandato ao primeiro vereador eleito no diálogo que se vai desenvolver com o dr. Rui Moreira, mas naturalmente fazemos questão de acompanhar o modo e os termos em que esse acordo é feito na medida em que é uma das competências da federação fazer a coordenação da acção política do PS", declarou.
Carneiro disse estar "convencido de que nenhuma decisão ocorrerá sem um acordo entre os dirigentes dos órgãos do partido por forma a que os devidos e legítimos interesses da cidade e os valores e princípios do PS sejam salvaguardados".
Depois de Francisco Assis ter explicado em sede de concelhia do PS as razões pelas quais defende uma coligação para o Porto, o ex-ministro Augusto Santos Silva diz que o "PS tem de ir a jogo", embora reconheça que, "do ponto de vista partidário, haja um raciocínio mais cómodo que é perdemos, vamos já pensar em 2017".
Em declarações ao PÚBLICO, Augusto Santos Silva diz que encontra várias razões para haver uma coligação com Rui Moreira e afirma que "localmente houve uma grande concentração de votos na candidatura que as sondagens indicavam como a mais bem colocada para barrar o caminho a Luís Filipe Menezes e uma concentração de votos do eleitorado do PS". "O resultado é evidente e o PS deve saber acolher esse veredicto da população que não deu a vitória ao PS, mas também não deu maioria absoluta ao candidato apoiado pelo CDS", sublinha. Para o ex-ministro de Sócrates e Guterres, "é muito importante que o PS colabore para impedir que a governação da cidade fique apenas nas mãos do CDS, nos restos do legado de Rui Rio e de uma eventual e sempre expectável disponibilidade do PCP para fazer de bengala como fez no passado entre 2001 e 2005".
Afirmando que a "política vive da clareza e não da ambiguidade", Augusto Santos Silva advoga que o PS apresente "condições para a coligação com Rui Moreira" e nessas condições deve defender uma "política de apoio à economia e ao emprego, um programa a sério de reabilitação urbana e não apenas um programa que, do ponto vista formal, tem tido resultados interesses, mas que é muito limitado às pessoas de posses, e uma política cultural".

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