quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Recomeça a dança … António Costa foi eleito para cumprir o seu mandato na íntegra e EXCLUSIVAMENTE dedicado a Lisboa . Mais uma vez a Política a erodir a credibilidade da mesma Classe Política e consequentemente da Democracia !?

Assis vem novamente levantar a questão do Futuro Político de António Costa, quando este acaba de ser eleito Presidente da C.M.L.
É disto que estamos fartos … Queremos uma PESSOA exclusivamente e únicamente dedicada aos grandes desafios de Lisboa e não um Político “politiqueiro”e com a Mente noutro “lugar” e dirigida a um “Caminho Aberto”, tal como ilustrei em “Corpo Presente, Mente Ausente” já em 26 de Agosto de 2012 no Público, em artigo de opinião e que volto a publicar em baixo a seguir ao artigo que descreve as afirmações de Assis.

António Sérgio Rosa de Carvalho

O "Nosso Partido é Lisboa ? ... ou ... "Caminho Aberto" ?
Rui Moreira foi eleito precisamente porque fundamentalmente baseou todo o perfilamento do seu carácter e programa num compromisso pessoal com o Porto e o seu Futuro.
Com o efectivo slogan o "Nosso partido é o Porto" este duradouro e pessoal compromisso com o Porto foi ilustrado e simbolizado.
Costa, que desenvolveu inteligentemente uma campanha de grande sobriedade, reconhecendo de imediato que não tinha adversário, e ignorando o patético e trémulo vazio de Seara, ainda não afirmou até agora um inquestionável, duradouro e definitivo compromisso para com Lisboa.
O "Caminho Aberto" chama e acena, ilustrando a sua Vocação para a "Política".
 Decida Costa, sim ou não, arrumar definitivamente o inseguro Seguro seguindo o apelo de "outra" responsabilidade de liderança, o que eu gostaria  aqui e agora de VER e OUVIR , independentemente das minha críticas do seu percurso em Lisboa  (ou apreciações ... nem tudo é mau ... mas não é o momento agora de desenvolver ambas ) seria  Costa afirmar de forma clara, definitiva e inequivoca : O MEU PARTIDO É LISBOA !!
António Sérgio Rosa de Carvalho

Assis: António Costa pode ser um forte candidato a Belém
Por Agência Lusa
publicado em 3 Out 2013 in (jornal) i online

Francisco Assis falava à entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS
O dirigente socialista Francisco Assis excluiu hoje a possibilidade de se recandidatar à liderança da bancada do PS e afirmou que António Costa pode ser um "forte" candidato à Presidência da República.

Francisco Assis falava à entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS, que procederá à análise dos resultados das eleições autárquicas de domingo, as quais os socialistas venceram em número de votos (cerca de 36%) e triunfaram em 150 das 308 câmaras municipais.

Interrogado se defende que o PS deverá apoiar António Costa, reeleito domingo no lugar de presidente da Câmara de Lisboa, nas eleições presidenciais de 2016, Francisco Assis procurou esclarecer o teor do artigo que escreveu para o jornal Público.

"Não escrevi que [António Costa] deve ser o candidato [do PS]. Escrevi que António Costa teve uma grande vitória nas eleições para a Câmara de Lisboa e é uma personalidade marcante da vida política nacional", disse.

Questionado se António Costa poderá ser um forte candidato nas próximas eleições presidenciais, Francisco Assis respondeu: "Sobre isso não tenho a mais pequena dúvida."

"Mas [no artigo no jornal Público] não quis colocar a questão de quem o PS deve apoiar. Fiz apenas uma análise dos resultados das eleições autárquicas, designadamente sobre o significado e impacto da vitória de António Costa em Lisboa. Considero também que o secretário-geral do PS [António José Seguro] saiu claramente reforçado nestas eleições autárquicas", declarou.

Interrogado se tenciona suceder a Carlos Zorrinho na liderança da bancada do PS, Francisco Assis, que foi líder parlamentar dos socialistas entre 2009 e 2012, excluiu-se de entrar nessa corrida.

"Garanto que na minha vida não voltarei a ser líder parlamentar do PS", disse.

Já sobre se gostava de assistir à continuidade de Carlos Zorrinho como presidente do Grupo Parlamentar do PS, Francisco Assis foi vago.

"Não tenho nenhuma consideração a fazer sobre isso, porque é uma questão que tem de ser resolvida entre o Grupo Parlamentar, o secretário-geral do PS e a direção do partido. Julgo que esse assunto será tratado na próxima semana e confio plenamente na forma como esse assunto será resolvido por quem tem de o resolver", declarou o dirigente socialista.

Corpo presente, mente ausente. 

Opinião
Corpo presente, mente ausente
 Por António Sérgio Rosa de Carvalho
26/08/2012.

António Costa escolheu o quinto aniversário da sua vitória autárquica para anunciar que, embora mantenha a sua candidatura nas autárquicas de Lisboa para um novo mandato, está interessado num cargo de chefia no seu partido, e, assim, na continuação da sua carreira política de plataforma em plataforma, utilizando trampolins e acrobacias.

Será portanto difícil encontrar uma melhor ilustração de que a sua mente "voa" para outros objectivos e não está concentrada e dedicada exclusivamente a Lisboa. Num momento em que os cidadãos sentem uma verdadeira repulsa e demonstram um profundo cepticismo pelas manobras do jogo político, pelas teias insondáveis de influências e nomeações, determinadas já não apenas pelos clubes políticos, mas por organizações secretas ou não, omnipresentes e transversais à política, nunca a autenticidade e a genuína motivação e dedicação foram tão fortemente e ansiosamente desejadas. Assim, é isso que se deseja de um autarca: uma total e exclusiva dedicação e paixão pela cidade que representa.

Todos aqueles que participam activamente no processo de cidadania têm razões para este cepticismo. Analisando o processo de eleição de José Sá Fernandes e de Helena Roseta, vindos de uma originalmente prometida independência e representação da causa da cidadania, teremos de concluir que a única forma de voltarem a participar nas eleições será através da "fórmula" de perfilamento e definição política inspirada por Prince, o famoso artista da música pop.

Assim, a "fórmula" de Prince, "O artista conhecido anteriormente como Prince", será a única possível de perfilamento e apresentação para estes dois "artistas" politiqueiros, José Sá Fernandes e Helena Roseta. Ambos conhecidos formalmente como paladinos da independência e cidadania, mas agora "transformados" por sua opção consciente e neutralizados por António Costa.

Também, as graves, destruidoras e alienantes consequências para o património arquitectónico do trabalho desenvolvido por Manuel Salgado, na sua pseudo-reabilitação urbana, são visíveis na Baixa pombalina e nas avenidas. Mas o vereador do Urbanismo tem sido exímio na sistemática perseverança de como tem "minado" o terreno legislativo. Utilizando-se do argumento de uma indiscutível necessidade de reforma, desburocratização e aceleração dos processos de licenciamento, conseguiu uma sintonia e ponte permanentes, uma espécie de "via verde" para acordo dos "pareceres" na área do património, com equipa permanente à sua disposição dentro do próprio corpo institucional do património.

Isto, juntamente com uma sintonia perfeita com o nebuloso e indefinido projecto subjectivo e pessoal da nova Direcção-Geral do Património, representado por Elísio Summavielle, garante-lhe "carta branca" para a destruição sistemática do património arquitectónico lisboeta, na Baixa e nas avenidas.

Perante as críticas e solicitações exteriores, António Costa tem-se fechado no seu "castelo", inexpugável e insensível aos frequentes pedidos de esclarecimento, tanto dos cidadãos activos como da comunicação social, interpretando o espaço adquirido pela sua vitória eleitoral como exclusivamente "seu". Brevemente, o "Lord-Mayor" terá de se aventurar no exterior, nas "feiras e aldeias" exteriores ao castelo, a fim de garantir de novo, os votos, indispensáveis para manter o seu "domínio".

Resta assim à verdadeira cidadania, de livre acesso e abertas a todos cidadãos verdadeiramente crentes na Cívitas e Civilitas, uma defesa activa do património e da qualidade de vida em Lisboa. E não é demais voltar a afirmar o princípio: A cidadania não vai a votos! A cidadania exerce-se!

Historiador de Arquitectura

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