Assis vem novamente levantar a questão do Futuro Político de
António Costa, quando este acaba de ser eleito Presidente da C.M.L.
É disto que estamos fartos … Queremos uma PESSOA
exclusivamente e únicamente dedicada aos grandes desafios de Lisboa e não um
Político “politiqueiro”e com a Mente noutro “lugar” e dirigida a um “Caminho
Aberto”, tal como ilustrei em “Corpo Presente, Mente Ausente” já em 26 de
Agosto de 2012 no Público, em artigo de opinião e que volto a publicar em baixo a
seguir ao artigo que descreve as afirmações de Assis.
António Sérgio Rosa de Carvalho
Assis: António Costa pode ser um forte candidato a Belém
Por Agência Lusa
publicado em 3 Out 2013 in (jornal) i online
Francisco Assis falava à entrada para a reunião da Comissão
Política Nacional do PS
O dirigente socialista Francisco Assis excluiu hoje a
possibilidade de se recandidatar à liderança da bancada do PS e afirmou que
António Costa pode ser um "forte" candidato à Presidência da
República.
Francisco Assis falava à entrada para a reunião da Comissão
Política Nacional do PS, que procederá à análise dos resultados das eleições
autárquicas de domingo, as quais os socialistas venceram em número de votos
(cerca de 36%) e triunfaram em 150 das 308 câmaras municipais.
Interrogado se defende que o PS deverá apoiar António Costa,
reeleito domingo no lugar de presidente da Câmara de Lisboa, nas eleições
presidenciais de 2016, Francisco Assis procurou esclarecer o teor do artigo que
escreveu para o jornal Público.
"Não escrevi que [António Costa] deve ser o candidato
[do PS]. Escrevi que António Costa teve uma grande vitória nas eleições para a
Câmara de Lisboa e é uma personalidade marcante da vida política
nacional", disse.
Questionado se António Costa poderá ser um forte candidato
nas próximas eleições presidenciais, Francisco Assis respondeu: "Sobre
isso não tenho a mais pequena dúvida."
"Mas [no artigo no jornal Público] não quis colocar a
questão de quem o PS deve apoiar. Fiz apenas uma análise dos resultados das
eleições autárquicas, designadamente sobre o significado e impacto da vitória
de António Costa em Lisboa. Considero também que o secretário-geral do PS
[António José Seguro] saiu claramente reforçado nestas eleições
autárquicas", declarou.
Interrogado se tenciona suceder a Carlos Zorrinho na
liderança da bancada do PS, Francisco Assis, que foi líder parlamentar dos
socialistas entre 2009 e 2012, excluiu-se de entrar nessa corrida.
"Garanto que na minha vida não voltarei a ser líder
parlamentar do PS", disse.
Já sobre se gostava de assistir à continuidade de Carlos
Zorrinho como presidente do Grupo Parlamentar do PS, Francisco Assis foi vago.
"Não tenho nenhuma consideração a fazer sobre isso,
porque é uma questão que tem de ser resolvida entre o Grupo Parlamentar, o
secretário-geral do PS e a direção do partido. Julgo que esse assunto será
tratado na próxima semana e confio plenamente na forma como esse assunto será
resolvido por quem tem de o resolver", declarou o dirigente socialista.
Corpo presente, mente ausente.
Opinião
Corpo presente, mente ausente
26/08/2012.
António Costa escolheu o quinto aniversário da sua vitória
autárquica para anunciar que, embora mantenha a sua candidatura nas autárquicas
de Lisboa para um novo mandato, está interessado num cargo de chefia no seu
partido, e, assim, na continuação da sua carreira política de plataforma em
plataforma, utilizando trampolins e acrobacias.
Será portanto difícil encontrar uma melhor ilustração de que
a sua mente "voa" para outros objectivos e não está concentrada e
dedicada exclusivamente a Lisboa. Num momento em que os cidadãos sentem uma
verdadeira repulsa e demonstram um profundo cepticismo pelas manobras do jogo
político, pelas teias insondáveis de influências e nomeações, determinadas já
não apenas pelos clubes políticos, mas por organizações secretas ou não,
omnipresentes e transversais à política, nunca a autenticidade e a genuína
motivação e dedicação foram tão fortemente e ansiosamente desejadas. Assim, é
isso que se deseja de um autarca: uma total e exclusiva dedicação e paixão pela
cidade que representa.
Todos aqueles que participam activamente no processo de
cidadania têm razões para este cepticismo. Analisando o processo de eleição de
José Sá Fernandes e de Helena Roseta, vindos de uma originalmente prometida
independência e representação da causa da cidadania, teremos de concluir que a
única forma de voltarem a participar nas eleições será através da
"fórmula" de perfilamento e definição política inspirada por Prince,
o famoso artista da música pop.
Assim, a "fórmula" de Prince, "O artista
conhecido anteriormente como Prince", será a única possível de
perfilamento e apresentação para estes dois "artistas" politiqueiros,
José Sá Fernandes e Helena Roseta. Ambos conhecidos formalmente como paladinos
da independência e cidadania, mas agora "transformados" por sua opção
consciente e neutralizados por António Costa.
Também, as graves, destruidoras e alienantes consequências
para o património arquitectónico do trabalho desenvolvido por Manuel Salgado,
na sua pseudo-reabilitação urbana, são visíveis na Baixa pombalina e nas
avenidas. Mas o vereador do Urbanismo tem sido exímio na sistemática
perseverança de como tem "minado" o terreno legislativo. Utilizando-se
do argumento de uma indiscutível necessidade de reforma, desburocratização e
aceleração dos processos de licenciamento, conseguiu uma sintonia e ponte
permanentes, uma espécie de "via verde" para acordo dos
"pareceres" na área do património, com equipa permanente à sua
disposição dentro do próprio corpo institucional do património.
Isto, juntamente com uma sintonia perfeita com o nebuloso e
indefinido projecto subjectivo e pessoal da nova Direcção-Geral do Património,
representado por Elísio Summavielle, garante-lhe "carta branca" para
a destruição sistemática do património arquitectónico lisboeta, na Baixa e nas
avenidas.
Perante as críticas e solicitações exteriores, António Costa
tem-se fechado no seu "castelo", inexpugável e insensível aos
frequentes pedidos de esclarecimento, tanto dos cidadãos activos como da
comunicação social, interpretando o espaço adquirido pela sua vitória eleitoral
como exclusivamente "seu". Brevemente, o "Lord-Mayor" terá
de se aventurar no exterior, nas "feiras e aldeias" exteriores ao
castelo, a fim de garantir de novo, os votos, indispensáveis para manter o seu
"domínio".
Resta assim à verdadeira cidadania, de livre acesso e
abertas a todos cidadãos verdadeiramente crentes na Cívitas e Civilitas, uma
defesa activa do património e da qualidade de vida em Lisboa. E não é demais
voltar a afirmar o princípio: A cidadania não vai a votos! A cidadania
exerce-se!
Historiador de Arquitectura
Sem comentários:
Enviar um comentário