Marine
Le Pen en Egypte, un « pays arabe anti-islamiste »
Par
Olivier Faye / LE MONDE Le 30.05.2015 /
http://www.lemonde.fr/afrique/article/2015/05/30/marine-le-pen-en-egypte-un-pays-arabe-anti-islamiste_4644003_3212.html
Après
Moscou, Le Caire. En pleine campagne présidentielle avant l’heure,
Marine Le Pen poursuit sa tournée de visites surprises à
l’étranger. Depuis jeudi 28 mai, la présidente du Front national
(FN) se trouve dans la capitale égyptienne pour un séjour de «
plusieurs jours ». Elle a été reçue dans la soirée de jeudi par
Ahmed Al-Tayeb, le cheikh de la mosquée d’Al-Azhar, une
prestigieuse institution de l’islam sunnite.
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Le
Pen no Egipto, um país muçulmano “anti-islamista”
A
líder do partido de extrema-direita francês disse ter “múltiplas
convergências de opiniões” com o imã da Al-Azhar
Clara Barata /
31-5-2015 / PÚBLICO
Marine Le Pen foi ao
Egipto, e foi recebida por Ahmed Al-Tayeb, o grande imã da Al-Azhar,
uma prestigiada instituição do islão sunita. É um surpreendente
encontro para a líder da Frente Nacional (FN), que prega contra os
imigrantes muçulmanos, afirmando que fazem com que os franceses “não
se sintam em sua casa”. Mas Le Pen apoia o Presidente Abdel Fattah
Al-Sissi e a sua política “anti-islamista”.
Para ganhar a aposta
das eleições presidenciais de 2017, é preciso tornar o partido
mais “normal”. Para isso, seria importante fazer uma deslocação
a um país árabe, explicou ao Le Monde um elemento da equipa de
Aymeric Chauprade, o especialista em geopolítica de Marine Le Pen
que organizou a viagem da líder da FN, e que esta semana já a levou
também a Moscovo.
O Egipto encaixou-se
neste perfil de país muçulmano, pois o Presidente Sissi, chegado ao
poder num golpe militar que afastou o Presidente Mohamed Morsi, da
Irmandade Muçulmana, não nutre quaisquer simpatias pelos movimentos
revolucionários ou jihadistas islâmicos, que persegue como
terroristas. “Era importante encontrar um país árabe
anti-islamista e com uma visão secular da religião”, explicaram
ao diário francês.
A Al-Azhar é uma
instituição que se tornou um centro teológico do islão sunita,
que supervisiona várias universidades e dá aulas a milhares de
alunos de todo o mundo. Tem demonstrado um desejo de moderação e
diálogo com o cristianismo —por isso, Marine Le Pen procurou ser
recebida pelo imã Ahmed Al-Tayeb. Logo a seguir a esta audiência,
que soa a uma importante limpeza de imagem da política de
extrema-direita, a FN emitiu um comunicado em que afirmava: “As
convergências de opiniões entre a presidente da Frente Nacional e a
mais alta autoridade sunita do mundo árabe são múltiplas.”
O encontro, diz o
comunicado da FN, “permitiu ao grande imã descobrir o verdadeiro
projecto político de Marine Le Pen”. Sem hesitação, diz que
contribuirá para “apagar os efeitos infelizes da desinformação
mediática no espírito de numerosos muçulmanos em todo o mundo”.
Mas o imã Ahmed
Al-Tayeb, através de um porta-voz, não pareceu convencido:
sublinhou que as “opiniões da FN devem ser revistas e corrigidas”,
lamentando “as suas posições hostis ao islão e aos muçulmanos”,
adianta a AFP. Além disso, esclareceu que o encontro tinha sido
pedido por Le Pen, para “discutir assuntos relacionados com ideias
erradas acerca do islão e ideologias extremistas e racismo que estão
a fazer sofrer alguns muçulmanos na Europa.”
Marine Le Pen foi
também recebida pelo papa copta Teodoro II, a quem manifestou a sua
“muito grande inquietação por causa dos cristãos do Egipto, da
Síria e do Iraque”. Este líder religioso ofereceu-lhe uma cruz
copta.
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