Exército
sírio reconquista partes de Palmira, mas ameaça não acabou
PÚBLICO 17/05/2015
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Cidade
onde estão ruínas que são património da UNESCO ainda está sob a
mira dos jihadistas.
As forças do regime
de Bashar al-Assad retomaram partes da cidade síria de Palmira que
tinham sido conquistadas pelo grupo que se auto-intitula Estado
Islâmico, provocando alarme generalizado de que as ruínas,
património mundial da UNESCO, pudessem ser destruídas.
A batalha pelo
controlo de Palmira deixou quase 300 pessoas mortas, e o perigo ainda
não passou.
A proximidade dos
jihadistas das ruínas (que misturam influências gregas, romanas,
persas e islâmicas) levou a apelos a intervenção internacional
para a sua protecção por se temer acções de destruição do
património como as levadas a cabo no Iraque pelos jihadistas em
Hatra ou Nimrud. A UNESCO pediu acção ao Conselho de Segurança.
Mas embora a
importância das ruínas seja consensual, menos unânime é o modo
como lidar com a ameaça. Uma intervenção para salvar as ruínas
poderia parecer minimizar o anterior sofrimento de milhões de sírios
que não levou a qualquer acção internacional.
“Danificar este
local é também um acto de guerra psicológica”, disse David
Wengrow, professor de arqueologia na Universidade de Londres, ao
Guardian. “E há um elemento de provocação calculada, de mostrar
que as pessoas se preocupam mais com templos antigos e estátuas do
que com as pessoas”.
Por outro lado, o
alarme pela possível destruição de Palmira confirma o valor
propagandístico desta acção para o EI. “É como quando um ladrão
entra numa casa e procura algo valioso, e a pessoa que está a ser
roubada olha fixamente para aquele ponto debaixo da cama”, diz Amr
al-Azm, um antigo responsável de antiguidades pró-oposição.
Mas Azm sublinha que
destruir Palmira seria destruir um dos poucos denominadores comuns
que ainda existe de uma unidade síria, um dos poucos símbolos que
poderia juntar todos os sírios quando a guerra acabasse. “Destruir
o passado da Síria será destruir o seu futuro.”
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